ATA DA TRIGÉSIMA QUARTA
SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA
LEGISLATURA, EM 27-04-2015.
Aos vinte e sete dias do
mês de abril do ano de dois mil e quinze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha
do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas
e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida por Airto
Ferronato, Carlos Casartelli, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton,
Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos
Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Mario Manfro, Mauro
Pinheiro, Mônica Leal, Pablo Mendes Ribeiro, Paulo Brum, Professor Garcia,
Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Constatada
a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Sessão, compareceram Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Dinho
do Grêmio, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, João Bosco Vaz,
Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Prof.
Alex Fraga, Séfora Gomes Mota e Sofia Cavedon. À MESA, foi encaminhado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 076/15 (Processo nº 0856/15), de autoria de
João Carlos Nedel. Do EXPEDIENTE, constou Comunicado do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação, emitido no dia quatorze
de abril do corrente. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal formulado por
Mônica Leal, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em
continuidade, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos
termos do Requerimento nº 033/15 (Processo nº 0829/15), de autoria de Mario
Manfro, a assinalar o transcurso do quinquagésimo aniversário do Clube de Mães
Casa Branca. Compuseram a Mesa: Mauro Pinheiro, presidindo os trabalhos; e
Carmem Lucia Quintana Kenes e Luiza Fabris da Rosa, respectivamente Presidenta
e ex-Presidenta da entidade homenageada. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se Mario
Manfro. Após, o Presidente convidou Mario Manfro a proceder à entrega de
diploma alusivo à homenagem a Carmem Lucia Quintana Kenes e concedeu a palavra
a Luiza Fabris da Rosa, que agradeceu a honraria. Os trabalhos
foram suspensos das quinze horas e dez minutos às quinze horas e onze minutos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se
Fernanda Melchionna, Marcelo Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Jussara Cony. Na
ocasião, foi apregoado Requerimento de autoria de Jussara Cony, solicitando
Licença para Tratamento de Saúde do dia vinte e dois ao dia vinte e quatro de
abril do corrente. Às quinze horas e quarenta e um minutos, constatada a
existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Após, foi apregoada a Emenda
nº 09, assinada por Márcio Bins Ely e Nereu D’Ávila, ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 170/13 (Processo nº 1685/13). A seguir, foi apregoado
Requerimento de autoria de Nereu D’Ávila, deferido pelo Presidente, solicitando
a votação em destaque da Emenda nº 09 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo
nº 170/13. Após, foi apregoada a Emenda nº 10, assinada por Jussara Cony, ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 170/13. A seguir, foi apregoado Requerimento
de autoria de Jussara Cony, deferido pelo Presidente, solicitando a votação em
destaque da Emenda nº 10 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 170/13. Após,
foi apregoada a Emenda nº 11, assinada por João Carlos Nedel e Mônica Leal, ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 170/13. A seguir, foi apregoado Requerimento
de autoria de Sofia Cavedon, deferido pelo Presidente, solicitando a votação em
destaque da Emenda nº 11 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 170/13.
Após, foi apregoada a Emenda nº 12, assinada por Marcelo Sgarbossa, ao Projeto
de Lei do Legislativo nº 170/13. A seguir, foi apregoado Requerimento de
autoria de Marcelo Sgarbossa, deferido pelo Presidente, solicitando a votação
em destaque da Emenda nº 12 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 170/13.
Também, foi apregoado Requerimento de autoria de Professor Garcia, deferido
pelo Presidente, solicitando a retirada de tramitação da Subemenda nº 02 à
Emenda nº 04 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 170/13. Após, foi
apregoado Requerimento de autoria de Clàudio Janta, deferido pelo Presidente,
solicitando a retirada do pedido de votação em destaque da Subemenda nº 01 à
Emenda nº 04 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 170/13. Ainda, foi
apregoado Requerimento de autoria de Dr. Thiago, deferido pelo Presidente,
solicitando a votação em destaque das Emendas nos 03, 04, 05, 06,
07, 08, 09, 10, 11, 12, 13, 14, 16, 17, 18 e 20 apostas ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 010/14 (Processo nº 2665/14). Em Discussão Geral e
Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 170/13 (Processo nº
1685/13), o qual, após ser discutido por Fernanda Melchionna e Reginaldo Pujol,
teve sua discussão adiada por uma sessão, a Requerimento de autoria de Nereu
D'Avila, aprovado por vinte e quatro votos SIM e oito votos NÃO, após ser
encaminhado à votação por Marcelo Sgarbossa, Fernanda Melchionna, Engº
Comassetto, Jussara Cony e Professor Garcia, em votação nominal solicitada por
Marcelo Sgarbossa e Professor Garcia, tendo votado Sim Airto Ferronato,
Bernardino Vendruscolo, Carlos Casartelli, Cassio Trogildo, Clàudio Janta,
Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Guilherme
Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely,
Mario Manfro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Pablo Mendes Ribeiro, Paulinho
Motorista, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Séfora Gomes Mota e
Waldir Canal e votado Não Alberto Kopittke, Engº Comassetto, Fernanda
Melchionna, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Prof. Alex Fraga, Professor Garcia
e Sofia Cavedon. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº
170/13, Idenir Cecchim cedeu seu tempo de discussão a Fernanda Melchionna.
Após, foi apregoada a Emenda nº 13, assinada por Delegado Cleiton e Mônica
Leal, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 170/13. A seguir, foi apregoado
Requerimento de autoria de Engº Comassetto, deferido pelo Presidente,
solicitando a votação em destaque das Emendas nos 2-A e 21, da
Subemenda nº 01 à Mensagem Retificativa e da Mensagem Retificativa nº 02, todas
apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/14. Após, foi
aprovado Requerimento de autoria de Dr. Thiago, solicitando a retirada de
tramitação das Emendas nos 15 e 19 apostas ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 010/14. Em prosseguimento, Marcelo Sgarbossa
formulou Requerimento verbal, solicitando a suspensão dos trabalhos da presente
Sessão. A seguir, foi rejeitado Requerimento de autoria de Engº Comassetto,
Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa e Sofia Cavedon,
solicitando o adiamento, por cinco sessões, da discussão do Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 010/14, por sete votos SIM e vinte e cinco votos
NÃO, após ser encaminhado à votação por Sofia Cavedon, Alberto Kopittke, Prof.
Alex Fraga, Jussara Cony, Idenir Cecchim e Engº Comassetto, em votação nominal
solicitada por Sofia Cavedon, tendo votado Sim Alberto Kopittke, Engº Comassetto,
Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Sofia
Cavedon e votado Não Airto Ferronato, Carlos Casartelli, Cassio Trogildo,
Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio, Elizandro Sabino, Guilherme
Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Kevin
Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Pablo
Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Professor Garcia, Reginaldo
Pujol, Rodrigo Maroni, Séfora Gomes Mota, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal.
Após, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa e Reginaldo Pujol
formularam Requerimentos verbais solicitando alteração na ordem de apreciação
da matéria constante na Ordem do Dia. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal
formulado por Carlos Casartelli, solicitando que os Requerimentos verbais
formulados por Fernanda Melchionna, Jussara Cony e Marcelo Sgarbossa acima
referidos, de alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do
Dia, fossem apreciados conjuntamente, por vinte e cinco votos SIM e seis votos
NÃO, após ser encaminhado à votação por Fernanda Melchionna, Sofia Cavedon e
Alberto Kopittke, em votação nominal solicitada por João Bosco Vaz, tendo
votado Sim Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Carlos Casartelli, Cassio
Trogildo, Clàudio Janta, Dinho do Grêmio, Elizandro Sabino, Guilherme Socias
Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Kevin Krieger,
Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Pablo Mendes Ribeiro,
Paulinho Motorista, Paulo Brum, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Rodrigo
Maroni, Séfora Gomes Mota, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal e votado Não
Alberto Kopittke, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Prof.
Alex Fraga e Sofia Cavedon. Na ocasião, foi constada a existência de quórum
deliberativo duas vezes, em verificações solicitadas por Prof. Alex Fraga. A
seguir, foi aprovado Requerimento verbal formulado por Kevin Krieger,
solicitando a prorrogação da presente Sessão por duas horas, por vinte e cinco
votos SIM e seis votos NÃO, após ser encaminhado à votação por Marcelo
Sgarbossa, Prof. Alex Fraga, Sofia Cavedon e Jussara Cony, em votação nominal
solicitada por Sofia Cavedon, tendo votado Sim Airto Ferronato, Bernardino
Vendruscolo, Carlos Casartelli, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Dinho do
Grêmio, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco
Vaz, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mônica
Leal, Nereu D'Avila, Pablo Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Paulo Brum,
Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Séfora Gomes Mota, Tarciso
Flecha Negra e Waldir Canal e votado Não Alberto Kopittke, Fernanda Melchionna,
Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon. Na ocasião,
foi constada a existência de quórum deliberativo três vezes, em verificações
solicitadas por Prof. Alex Fraga. Após, foram votados conjuntamente e
rejeitados os Requerimentos verbais formulados por Fernanda Melchionna, Jussara
Cony e Marcelo Sgarbossa acima referidos, de alteração na ordem de apreciação
da matéria constante na Ordem do Dia, por seis votos SIM e vinte e quatro votos
NÃO, após serem encaminhados à votação por Sofia Cavedon, Fernanda Melchionna,
Alberto Kopittke, Jussara Cony, Prof. Alex Fraga e Marcelo Sgarbossa, em
votação nominal solicitada por Sofia Cavedon, tendo votado Sim Alberto
Kopittke, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Prof. Alex
Fraga e Sofia Cavedon e votado Não Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo,
Carlos Casartelli, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dinho do
Grêmio, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco
Vaz, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Pablo Mendes
Ribeiro, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Professor Garcia, Reginaldo Pujol,
Rodrigo Maroni, Séfora Gomes Mota, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Na
ocasião, foi constada a existência de quórum deliberativo cinco vezes, em
verificações solicitadas por Prof. Alex Fraga. Também, por solicitação de Sofia
Cavedon, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma às vítimas de
terremoto no Nepal. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 010/14 (Processo nº 2665/14), tendo sido discutido
por Sofia Cavedon, Airto Ferronato, Engº Comassetto e Fernanda Melchionna. Na
ocasião, foi constada a existência de quórum deliberativo três vezes, em
verificações solicitadas por Prof. Alex Fraga. Também, foi apregoada a
Subemenda nº 01, assinada por Engº Comassetto, à Mensagem Retificativa nº 02
aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/14. A seguir, foi
apregoada a Emenda nº 21, assinada por Engº Comassetto, ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 010/14. Após, foi apregoada a Subemenda nº 03,
assinada por Airto Ferronato e Idenir Cecchim, à Mensagem Retificativa nº 02
aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/14. Ainda, foi
apregoada a Subemenda nº 02, assinada por Airto Ferronato, à Mensagem Retificativa
nº 02 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/14. A seguir,
foi apregoada a Emenda nº 22, assinada por Airto Ferronato, ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 010/14. Após, foi apregoada a Emenda nº 23,
assinada por Engº Comasetto, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
010/14. Também, foi apregoado Requerimento de autoria de Engº Comassetto,
deferido pelo Presidente, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 21
e da Subemenda nº 01 à Mensagem Retificativa nº 02 apostas ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 010/14. Após, foi apregoada a Subemenda nº 04,
assinada por Engº Comassetto, à Mensagem Retificativa nº 02 aposta ao Projeto
de Lei Complementar do Executivo nº 010/14. Ainda, foi apregoado Requerimento
de autoria de Engº Comassetto, deferido pelo Presidente, solicitando a votação
em destaque da Emenda nº 23 e da Subemenda nº 04 à Mensagem Retificativa nº 02
apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/14. Após, foi
aprovado Requerimento verbal formulado por Carlos Casartelli e Reginaldo Pujol,
solicitando a realização de sessão extraordinária em continuidade à presente
Sessão, por vinte e seis votos SIM e cinco votos NÃO, após ser encaminhado à
votação por Sofia Cavedon, Alberto Kopittke, Prof. Alex Fraga e Mario Manfro,
em votação nominal solicitada por Clàudio Janta e Fernanda Melchionna, tendo
votado Sim Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Carlos Casartelli, Cassio
Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio, Elizandro Sabino,
Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel,
Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Pablo
Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Professor Garcia, Reginaldo
Pujol, Rodrigo Maroni, Séfora Gomes Mota, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal e
votado Não Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Prof. Alex
Fraga e Sofia Cavedon. Na ocasião, foi constatada a existência de quórum
deliberativo, em verificação solicitada por Prof. Alex Fraga. Durante a Sessão,
Reginaldo Pujol, Mônica Leal, Engº Comassetto, Sofia Cavedon, Idenir Cecchim,
Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Nereu D’Avila, João Bosco Vaz, Dr. Thiago,
Professor Garcia, Alberto Kopittke e Airto Ferronato manifestaram-se acerca de
assuntos diversos. Também, foram registradas as presenças, neste Plenário, de
Vinícius Fabian Vardanega Simon, Ione Simphronio, Silvana Conti e Carmen Padilha. Às
vinte horas e cinquenta e oito minutos, o Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os vereadores para sessão extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos por Mauro
Pinheiro e secretariados por Delegado Cleiton. Do que foi lavrada a presente
Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Mauro
Pinheiro): A Ver.ª
Mônica Leal está com a palavra.
A SRA. MÔNICA LEAL
(Requerimento): Sr. Presidente, solicito a transferência do período de
Grande Expediente de hoje para a próxima sessão.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, antes das Comunicações é
o Grande Expediente. Parece que há uma concordância da Ver.ª Mônica e de V.
Exa. em adiar para a próxima quarta-feira ou para a próxima quinta-feira.
A SRA. MÔNICA LEAL: Eu pedi a transferência do Grande
Expediente, Presidente, em função da necessidade de entrarmos direto na Ordem
do Dia.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, nós temos um acordo de
Mesa no sentido de que os períodos de Grande Expediente têm que ser cumpridos
porque senão não corre a fila nunca. Nós já transferimos esse Grande Expediente
por duas vezes. Então, se nós precisamos ter um tempo para dialogar, nada
melhor do que usar o tempo do Grande Expediente. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Mauro
Pinheiro): Ver.
Comassetto, foi feito um acordo de Líderes na última quinta-feira no sentido de
que enxugarmos o máximo a sessão, tendo em vista que nós temos projetos
priorizados para serem votados. Foi esse o acordo feito com os Líderes. Não sei
se vai ser mantido o acordo de quinta-feira... Até eu estou inscrito no Grande
Expediente, estou preparado para falar. Para mim não há problema nenhum. Só que
duas falas em Grande Expediente significam 30 minutos. E temos as galerias
cheias, aguardando a votação. Gostaríamos de passar à votação o quanto antes,
em respeito aos funcionários aqui presentes.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Presidente, a Bancada do PT é contrária à
priorização do projeto da Fazenda e é contrária ao plebiscito. Na reunião de
Mesa e Lideranças, a nossa Bancada votou contrariamente a essa priorização, em
função, inclusive, de que o debate com a categoria em relação ao efeito cascata
não foi concluído, há um compromisso do conjunto...
(Manifestação
nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro
Pinheiro): Na reunião de Líderes, foi decidido pela maioria, não por
posições do partido A, B ou C. Estou transmitindo o que foi decidido pela
maioria.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, o senhor, como é do
Partido dos Trabalhadores, sabe a nossa posição. Quero deixar claro aqui que
votamos contra, deixar claro que consideramos uma ruptura com o compromisso com
a categoria do conjunto dos Líderes, porque foi acertado com o conjunto das
Lideranças que, enquanto não se acordasse com o conjunto da categoria o tema do
efeito cascata, não se daria tratamento especifico para nenhuma categoria. Nós
lamentamos a decisão da maioria dos Líderes.
(Manifestação
nas galerias.)
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, quero registrar que são duas questões distintas. Não estou vindo
aqui para ouvir contrariedade para enfrentar os temas. Estou vindo aqui para
lembrar um acordo que estabelecemos na Mesa em relação aos Grandes Expedientes.
Se o Vereador não quer utilizar o Grande Expediente, passa, que dará a vez a
outro, e nós entraremos imediatamente no período de Grande Expediente. A
questão é essa, é muito simples. Também não vou ser contra que os Vereadores
usem o seu tempo de Grande Expediente, só quero dizer que tem sido prorrogado
constantemente o mesmo Grande Expediente.
O SR. IDENIR CECCHIM: Presidente, vou cumprimentá-lo pela sua
posição, que representa aquilo que já foi decidido. Quero dizer que, se a Ver.ª
Sofia Cavedon gosta de Gre-Nal, todos nós gostamos. O Gre-Nal foi ontem.
(Manifestação
nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Usem o microfone de apartes somente para
Questões de Ordem.
O
SR. IDENIR CECCHIM: Sou Vereador da
cidade de Porto Alegre. Eu não estou
aqui representando nem o segundo grau, nem o terceiro grau da Fazenda. Acho que
o pessoal que está nas galerias tem que ter respeito por quem está usando o
microfone.
(Manifestação
nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro
Pinheiro): Solicito às
galerias que, quando um Vereador estiver falando, façam silêncio. Após a
manifestação, podem se manifestar da forma que acharem conveniente.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA:
Presidente, quero trazer
também a posição do PSOL. É importante comunicar ao conjunto da categoria dos
municipários e ao conjunto dos Vereadores que o PSOL votou contra o golpe do
governo, que é de querer passar na frente este projeto da Fazenda. Nós tínhamos
um acordo de todos os Líderes de que, enquanto não se resolvesse a questão do
efeito cascata, não se votaria nenhum projeto que não tratasse da isonomia dos
municipários. Nós votamos contra a priorização, está escrito na Ata, e votamos
contra também a tentativa de passar o Grande Expediente para diante, porque
querem ganhar tempo e votar a toque de caixa hoje um projeto que ataca um
pedaço grande da categoria e que, ao mesmo tempo, não tem acordo com o sindicato
dos municipários. Acho que, quando a gente fala de carreira do funcionalismo, a
gente fala de uma questão muito séria. Aqui não é futebol, aqui são
trabalhadores, aqui são municipários concursados, tem que ter respeito pela
categoria.
A SRA. MÔNICA LEAL: Presidente, eu requeri a transferência
do Grande Expediente, mas, se houver qualquer impedimento legal, abro mão de
usar o Grande Expediente.
A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, cumprimento V. Exa., até
porque sou Vice-Presidente desta Casa e sei que, quando uma maioria vota, o
Presidente traz para cá o voto da maioria. E dirijo-me ao Ver. Kevin Krieger,
que hoje é Líder do Governo, quero aqui resgatar e cobrar do governo o acordo
que fizemos: enquanto não se votasse o efeito cascata, não se votaria nada. Não
se pode dar tratamento diferenciado aos servidores. Essa é a posição do PCdoB,
porque dá tratamento diferenciado aos servidores quem não tem condições de
fazer gestão, deixando a população à mercê de outros interesses. Sou Presidente
da Frente Parlamentar em Defesa do Serviço Público e dos Servidores, lembro bem
de todas as etapas nesta Casa – dirigida muito bem por V. Exa. – das
articulações feitas pelo Simpa e pelas demais representações. Para o PCdoB,
esse acordo está em pé, e o Governo tem que responder ao acordo.
(Manifestação
nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro
Pinheiro): Esta
presidência solicita a inversão da ordem dos trabalhos, passando,
imediatamente, às Comunicações. Após retornaremos à ordem normal. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADO, com a
abstenção da Ver.ª Sofia Cavedon e da Ver.ª Fernanda Melchionna.
Passamos às
COMUNICAÇÕES
Hoje este
período é destinado a assinalar o transcurso dos 50 anos do Clube de Mães Casa Branca, nos termos do
Requerimento nº 033/15, de
autoria do Ver. Mario Manfro. Convidamos para
compor a Mesa a Sra. Carmen Lucia Quintana Kenes, Presidente do Clube de Mães
Casa Branca, e a Sra. Luiza Fabris da Rosa, ex-Presidente do Clube de Mães Casa
Branca. O Ver. Mario Manfro, proponente desta homenagem, está com a palavra em
Comunicações.
O SR. MARIO
MANFRO: (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Sr. Presidente, Sras. Vereadoras
e Srs. Vereadores, este é um momento muito especial para a Casa do Povo de
Porto Alegre: vamos prestar homenagem a uma instituição cinquentenária, que
traz experiências ainda mais antigas, onde estão inseridos os seres humanos, na
busca de deixar o sofrimento, abandonar a tristeza e tentar encontrar regiões
mais ensolaradas na vida, onde as coisas não se resumam somente a um vale de
lágrimas.
Com toda a certeza, os clubes de mães deram, por um
longo espaço de tempo, grande exemplo de superação de dificuldades, através da
união entre iguais e da solidariedade com os mais necessitados. As mulheres que
foram se agrupando pelos diversos clubes de mães, em praticamente todas as
regiões do nosso Estado, eram movidas, principalmente, pelo desejo de
participação mais efetiva na vida nas comunidades, evitando a solidão e
estendendo as mãos na direção de outras tantas, ávidas por um pouco de alegria.
Nosso reconhecimento pela grande contribuição que essas mulheres maravilhosas
deram à sociedade em geral e, em particular, um reconhecimento especial ao
Clube de Mães Casa Branca, que, neste ano, comemora 51 anos de atividade
ininterrupta.
A
história dos clubes de mães teve
início na metade do século passado, quando chegava ao final a 2ª Grande Guerra
Mundial. Muitas mães ficaram sem seus filhos, e a dor invadiu o interior de
cada uma delas. Na Itália, essas sofridas senhoras começaram a formar grupos e,
juntas, deixavam escoar o tempo falando de suas saudades, procurando preencher
o vazio de suas almas com trabalho e solidariedade. Roupas eram confeccionadas, alimentos angariados, e sofrimentos iam diminuindo, tanto
em relação às doadoras, como em relação às que recebiam ajuda. O tempo passou,
e muitas mulheres do outro lado do oceano, aqui no Brasil, também com o coração
sofrido, muito embora por razões mais diversas que não somente aquelas das
senhoras italianas, começaram a se reunir em grupos, que cresciam a cada dia
que passava, formando o movimento chamado de clubes de mães – extraordinária
iniciativa, reconhecida por governos e empresários durante várias décadas. O exemplo
vinha da Itália, muito embora as motivações das mulheres brasileiras estivessem
inspiradas por outras guerras, pela desigualdade entre homens e mulheres e pela humilhação a que eram submetidas
algumas senhoras atormentadas pela destruição de suas famílias, atingidas por
problemas de maridos alcoólatras e filhos sem perspectivas de futuro.
No Rio Grande do Sul, esse movimento experimentou
momento de muito júbilo, dando oportunidade a que algumas dessas mulheres
deixassem seu próprio casulo, onde a vida apenas depositava tristeza e solidão,
indo ao encontro de outras tantas mulheres, ávidas por uma vida com um pouco de
brilho. Certamente, se as pessoas pudessem escolher o seu próprio destino,
ninguém faria opção pelo sofrimento, mas se curvando a esse apenas pela falta
de algum caminho que servisse de rota para a felicidade. Durante muito tempo, o
movimento de clube de mães serviu como caminho para esse outro mundo, no qual a
convivência e a troca de experiências fundamentavam as novas esperanças por um
mundo melhor.
No dia 14 de maio de 1964, foi fundado o Clube de
Mães Casa Branca em cerimônia realizada na Rua Dr. Heitor Pires, nº 225. Foram
muitas as dificuldades nos primeiros tempos, mas suas fundadoras se mostravam
guerreiras e dispostas a vencerem todos os embates. O nome Casa Branca era uma
alusão à casa que foi utilizada como refúgio de escravos em tempos passados,
símbolo do sofrimento, mas que agora também era marca da luta das mulheres e da
resistência desse povo que clamava por liberdade e igualdade. As mulheres do
Casa Branca também deveriam ser assim: idealistas, fortes, guerreiras, em busca
de liberdade para seus sofrimentos, mãos dadas umas com as outras, fortalecendo
suas batalhas por um mundo melhor para todos. A sede foi fundada várias vezes
na casa da Sra. Maria Fabris, na casa da sócia Luiza Fabris da Rosa, depois foi
para o campo de futebol, já no ano de 1976, quando foi comprada uma pequena
casa aproveitando um terreno doado pelo Sr. João Pasim. No ano passado, quando
foi comemorado o cinquentenário do Casa Branca, a Presidente era a Sra. Luiza
Fabris da Rosa, e a Vice-Presidente, Sra. Glaci Francisco. Aliás, a Sra. Luiza
Fabris da Rosa é a atual Mãe do Ano do Rio Grande do Sul. O Casa Branca também
possui a Mulher Nota Dez, a Rainha da Primavera e o Patrono João Magalhães e o Pai do
Ano, José Quadros da Rosa. Hoje em dia entre as atividades, existe
ginástica para sócias e comunidade, com a professora Patrícia Scheider, cedida pela Prefeitura,
contando com 85 alunas.
Os clubes de mães passam
por um momento de crise, com uma diminuição dos seus quadros associativos, mas
com toda a certeza já deixaram a sua marca de maneira indelével no trabalho de
construção de uma sociedade mais igual. Parabéns pelo excelente trabalho
realizado pelo Clube Casa Branca nesses 50 anos de existência.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, a circunstância em que a homenagem é prestada ao clube de
mães cinquentenário pode, inclusive, nos afastar um pouco do que nós
gostaríamos de fazer, mas, seguindo a tradição da Casa, eu uso este pequeno
espaço de dois minutos para, em nome do meu Partido, o Democratas, me somar às
justas homenagens que estão sendo prestadas a esse clube de mães, a que eu já
enfatizei a condição de cinquentenário, dizendo que nenhuma entidade chega a 50
anos de existência sem prestar um bom serviço à comunidade, sem se impor ao
carinho, ao prestígio e ao reconhecimento dos demais entes sociais envolvidos
no terceiro setor.
Então, eu quero, com todo o
coração, dizer à Dona Carmen Lucia Quintana Kenes e à Luiza Fabris que o
Democratas aplaude vigorosamente o seu trabalho, até por convicção nossa,
achando que aquilo que o terceiro setor, que a sociedade pode fazer em
substituição ao Estado e de seus órgãos delegados é muito melhor para a
comunidade. E vocês são um belíssimo exemplo que a gente tem que trazer à
colação para demonstrar ao mundo: que bom que o clube de mães existe há 50 anos
e presta bom serviço à comunidade. Muito obrigado.
O SR. NEREU D’AVILA: Primeiro eu quero cumprimentar o Ver. Manfro pela feliz ideia de trazer à
Câmara, que é o Parlamento que representa a Cidade, as nossas queridas
componentes do Clube de Mães Casa Branca – pelo seu
cinquentenário, o meu fraternal abraço. Quero dizer que, nesses 50 anos, muitas
pessoas ajudaram na construção de todo o bem que o clube faz lá na Zona Leste,
como, por exemplo, os Vereadores Valdir Fraga, Luiz Braz, entre outros.
Quero deixar, em nome da Bancada do PDT, o nosso
carinho. Repito: foi muito boa a ideia do Ver. Manfro trazer esse evento,
porque é tanta correria na nossa Casa – agora mesmo as galerias estão cheias –,
que as coisas, às vezes, passam sem a gente sentir, mas eu quero registrar nos
Anais da Casa, na história de Porto Alegre, que a Casa não se omitiu nos 50
anos do Clube de Mães Casa Branca, por tudo que ele fez, por tudo o que vem
fazendo, por todas as pessoas que por lá passaram, sócias, ex-Presidentes.
Quero deixar aqui o nosso carinho. Eu, pessoalmente, que conheço o local, junto
com outros Vereadores, trago o meu abraço. A Luiza, que é uma benemérita lá, e
a Presidente Carmen merecem todo o nosso carinho. Deixo aqui o meu beijo no
coração de todas as componentes pelos 50 anos bem vividos do Clube de Mães Casa
Branca. Muito obrigado.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: (Saúda os componentes da Mesa e
demais presentes.) Em nome do PSD, a gente vem aqui cumprimentar o
Ver. Mario Manfro por esta belíssima homenagem que traz à Câmara de Vereadores.
Eu conheço o trabalho de vocês. É um trabalho muito importante para a Cidade, é
um trabalho muito humano para as pessoas. Então fica aqui o nosso carinho, o
nosso amor; contem com este partido. Obrigado.
A SRA. MÔNICA
LEAL: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)
Primeiro,
quero fazer um compartilhamento de emoção e de sentimento. Olhar para vocês,
neste plenário, principalmente hoje, quando está tão lotado, devido a coisas a
resolver, problemas importantes para a Cidade, é, sem dúvida nenhuma, um
combustível, é algo que faz bem, que renova a alma, principalmente a alma
feminina.
Quero deixar o abraço da Bancada do Partido
Progressista. Em meu nome e em nome dos Vereadores Nedel, Villela, Kevin
Krieger, quero dizer que, sem sombra de dúvida, o trabalho de vocês é muito
importante. É uma homenagem justa e merecida que o Ver. Manfro faz. Recebam
minha admiração, muito obrigada!
O SR. AIRTO
FERRONATO: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)
Quero
trazer aqui o abraço do PSB, em meu nome e em nome do Ver. Paulinho Motorista,
e dizer da grande importância dos nossos clubes de mães na cidade de Porto
Alegre. Os 50 anos, por si só, já falam bastante, dizem o quão importante está
sendo e será para a cidade de Porto Alegre a presença organizada das mães da
nossa Capital. Parabéns a vocês e à nossa comunidade lá da Zona Leste. Um
abraço!
O SR. ENGº
COMASSETTO: Quero cumprimentar a Carmen e a Luiza, que representam as mais de 30
mães que se reúnem diariamente para discutir os problemas das comunidades,
preocupações que, obviamente, todas as mães do mundo têm. Trazendo esta
homenagem pelos 50 anos, todos nós estamos homenageando, também, as nossas
mães. Temos que valorizar esse trabalho comunitário e sabemos que não é fácil,
mas é importante para construir aquilo que temos em comum: uma sociedade de
paz, de justiça e de igualdade. Um grande abraço, muitas felicidades e muitos
anos de vida! Muito obrigado.
O SR. CARLOS
CASARTELLI: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Sr.
Presidente, em meu nome e em nome da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro,
quero parabenizar o Ver. Mario Manfro por nos possibilitar prestar esta
homenagem ao Clube de Mães Casa Branca por seus 50 anos de existência e de luta
pelas suas causas. É muito bom começar uma sessão com uma homenagem a um clube
de mães. Acho que é uma forma muito boa de se começar, com amor, que é tudo que
representam as nossas mães, e o clube de mães faz essa representação. Parabéns
a vocês, que outros 50 anos se repitam e que possamos estar juntos sempre pelas
nossas causas e pela luta de vocês! Muito obrigado pela presença e parabéns
pelo trabalho que realizam!
O SR. IDENIR
CECCHIM: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)
Cumprimento o Ver. Mario Manfro, que propôs esta homenagem – ele foi muito feliz,
muito inteligente quando fez esta proposição. Acho que não tem entidade mais
singela que um clube de mães; o nome, por si só, é muito bonito. O clube de
mães é o grande psicólogo, o analista das pessoas que lá convivem. A Câmara de
Vereadores acha mais importante a Casa Branca Clube de Mães do que a Casa
Branca do Obama. (Palmas.)
O SR. WALDIR
CANAL: Em nome da Bancada do PRB, quero cumprimentar todas as integrantes do
Clube de Mães Casa Branca pelo cinquentenário que compõe sua história no Rio
Grande do Sul. Saúdo todos os participantes, em especial a Luiza, Mãe do Ano e
ex-Presidente do Clube de Mães Casa Branca. Parabéns, que Deus abençoe vocês!
Um grande abraço.
A SRA. JUSSARA
CONY: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em nome de nossa
Bancada, de uma forma muito particular, como mãe também. O Ver. Canal me disse:
“Fala depois de mim, porque tu és mãe, então fecha”. Não sei se vai ter outro
Vereador, mas agradeço ao Ver. Canal.
Acho que vocês, na comunidade, forjam algo muito
importante para a construção de uma sociedade de mais igualdade e paz, porque
vocês elaboram o trabalho, a organização e a luta sempre com muita alegria – é
o que me traz, neste momento, para homenageá-las, em nome da Bancada e também
como mulher e mãe. Nós, mulheres, somos as reprodutoras e mantenedoras da força
de trabalho do mundo, seja no nosso País, seja em outros países. Lá na ponta, o
clube de mães é um reforço para que sejamos reconhecidas como reprodutoras e
mantenedoras da força de trabalho, para o desenvolvimento de um país,
reconhecida pelos nossos direitos e pela nossa função social da maternidade,
pelo que representamos, inclusive, como maioria hoje da população brasileira,
como chefes de famílias, tendo essa perspectiva de se organizar para buscar
essa sociedade de igualdade e paz.
Então, para nós, aqui na Câmara Municipal, uma
homenagem como esta é também uma homenagem para o povo de Porto Alegre. A
presença de vocês é uma homenagem para nós – vocês, que fazem, agregam, unem,
para transformar uma sociedade, que nós queremos igual para todos. Nós,
mulheres, somos diferentes dos homens – viva a diferença. Ser diferente dos
homens não significa ser inferior, até pelo papel que representamos na
sociedade. Um grande abraço.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) As mulheres que aqui
representam esse esforço e essa prova de que a mulher, ao se libertar, ao
construir a sua saída do espaço privado, carrega para o espaço público outros
valores muito importantes: valores de cuidado, valores de integração social e
luta por condições de dignidade para as famílias, para as mulheres, para as
crianças. E, na história de vocês, nos 50 anos, que seja celebrada essa saída,
que ninguém ouse acusar as mulheres como lamentavelmente nós ouvimos, na semana
passada, do Secretário Estadual de Segurança, dizendo que o problema da
segurança tinha a ver com as mulheres, porque elas saíram de casa e não estavam
cuidando dos filhos. Ora, nós saímos de casa, está aí a prova de vocês, estamos
cuidando mais do que dos nossos filhos, estamos cuidando dos filhos dos outros.
O que nós queremos é que se modifique também o espaço de casa, que o espaço de
casa tenha divisão igualitária das funções de reprodução da vida, que a mulher
esteja no espaço público com a mesma autonomia financeira (Palmas.), com o
mesmo respeito que o homem constituiu. Eu sei que o processo e o trabalho de
vocês constroem esse outro mundo possível, vocês honram as mulheres, honram as
mães. Parabéns, longa vida ao Clube de Mães Casa Branca. (Palmas.)
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Cumprimento, Presidente, todas as integrantes do
Clube de Mães Casa Branca que se fazem presentes nesta justa, merecida e
necessária homenagem aos seus 50 anos de luta. Quero cumprimentar a Carmen
Lucia, a Luiza Fabris. Quero dizer do nosso reconhecimento ao trabalho
desenvolvido dentro da comunidade, lutando pelos direitos da população. Nós
sabemos da importância enorme que os clubes de mães têm nas lutas comunitárias
da Cidade. Chegamos em todos os bairros, e os clubes de mães, junto com as associações,
são os espaços de organização de luta do povo pela educação, pelas creches, que
são tão insuficientes na nossa Cidade; a luta pelo acesso aos equipamentos
públicos da saúde, a luta pela melhoria das condições de vida. Quando fazemos o
debate da necessária emancipação e fortalecimento da luta das mulheres, esse é
um bom exemplo, eu sempre dou.
Nós, mulheres, somos menos de 9% nos Parlamentos,
mas, se formos aos bairros comunitários, a maior parte das lideranças é formada
por mulheres, justamente por uma cultura ainda muito machista, a qual coloca a
tripla jornada de trabalho para as mulheres, a responsabilização do trabalho
doméstico como se fosse só das mulheres. Muitas vezes, pela falta de
equipamentos públicos, as mulheres não têm onde deixar seus filhos; não podem
dar um passo maior para disputar o espaço também de representação política na
sociedade. Por isso, quando lutamos por igualdade, lutamos para fortalecer essa
ideia de que é necessária a igualdade substantiva.
No domingo, eu estava assistindo a um programa na
televisão que falava que, seguindo-se o ritmo das coisas, ainda vai levar 80
anos para as mulheres receberem o mesmo salário dos homens para a mesma função.
Nós não vamos nos sujeitar a esperar 80 anos, nós vamos lutar por igualdade
agora! Parabéns pela luta de vocês, contêm com a Bancada do PSOL! (Palmas.)
O SR. CLÀUDIO
JANTA: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu, que fui criado
dentro do Clube de Mães do Murialdo, muito me orgulho de estar aqui nesta
homenagem a um clube que faz 50 anos. Quem dera que todas as crianças de vilas
de Porto Alegre tivessem a oportunidade de estar junto com sua mãe, junto com
as mães num clube de mães, ter esse contato com as famílias, esse contato que
as mães dão, esse carinho que, muitas vezes, falta nas casas, que ali a gente
tem. Então que o Clube de Mães Casa Branca, como todos os clubes de mães de
Porto Alegre, tenha uma vida longa, tenha incentivos da Prefeitura, do Governo
do Estado. E que a gente possa estar sempre junto com vocês levando esperança
para as famílias, levando esperança para as pessoas, para que as lutas das
comunidades sigam. Os clubes de mães, muitas vezes, são esse alicerce das
famílias de Porto Alegre. Vida longa ao Clube de Mães Casa Branca, vida longa a
todos os clubes de mães. Eu falo em nome do meu Partido e do PROS, do Ver.
Bernardino Vendruscolo. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Convidamos o Ver. Mario Manfro a proceder à entrega
do Diploma alusivo aos 50 anos do Clube de Mães Casa Branca à Sra. Carmen Lucia
Quintana Kenes.
(Procede-se à entrega do Diploma.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Sra. Luiza Fabris da Rosa, ex-Presidente do Clube
de Mães Casa Branca, está com a palavra.
A SRA. LUIZA
FABRIS DA ROSA: Em primeiro lugar, quero agradecer ao Presidente da
Câmara, o Ver. Mauro Pinheiro, pela honra ao nos dar hoje esta abertura, mesmo
tendo tantas pautas para resolver, assim como também quero agradecer ao nosso
amigo, que nos deu esta alegria, o Ver. Mario Manfro, porque 50 anos não são 50
dias nem 50 horas; são 50 anos de trabalho. Se chegamos aos 50, é porque teve
gente anterior a nós que lutou até este momento. Também agradeço ao ex-Vereador
Luiz Braz, que é uma pessoa amada, e à Mara, que é uma pessoa amiga. (Palmas)
Agradeço ao Ver. Nereu D’Avila, que nos deu uma festa muito bonita no ano
passado. De repente, na época, havia esquecido de fazer esta homenagem, pois
sei que o Nereu gosta disso, mas o Ver. Mario, com a Mara, que conhece o nosso
trabalho, manifestou-se e perguntou se gostaríamos de receber esta homenagem
pelos 50 anos, e aqui estamos, Vereador, agradecemos muito. Com certeza, vocês
não vão se arrepender de serem nossos amigos.
Quero aproveitar para dizer aos Vereadores que
estão aqui, sei que muitos não conhecem o trabalho do clube de mães, que
procurem saber onde tem um clube de mães e vão conhecer o nosso trabalho, que
é, como se diz, um trabalho de formiguinha, é um trabalho onde juntamos o que é
nosso para dar a quem tem menos que a gente. Então, procurem. Esta bancada
enorme, que está aqui hoje para resolver um problema deles, também, e algumas
mães que estejam aqui procurem o clube de mães. Eu quero agradecer à nossa
turma do Casa Branca, que são as que estão ali em cima; não posso deixar de
falar em alguns coirmãos que estão aqui; na nossa coordenadora, a Angélica;
quero deixar o meu muito obrigada de verdade. É uma chance que nós tivemos de
mostrar a mais pessoas o nosso trabalho. A Casa está cheia hoje, então é uma
maneira de mais gente conhecer o nosso trabalho. E as mães que queiram
procurar, eu tenho certeza de que, onde vocês moram, tem um clube de mães:
juntem-se a ele, que vocês não vão se arrepender. Muito obrigada a todos; muito
obrigada, mais uma vez, Mario Manfro! Obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em nome da Câmara Municipal de Porto Alegre, quero
parabenizar o nosso colega Ver. Mario Manfro pela iniciativa. Também aproveito
para parabenizar o Clube de Mães Casa Branca pelo excelente trabalho prestado à
comunidade nesses 50 anos de dedicação, sempre de forma voluntária, buscando o
bem comum da nossa sociedade. Nós, da Câmara de Vereadores, em nome da cidade
de Porto Alegre, só temos a agradecer a essas pessoas que têm se dedicado a
trabalhar com amor, com dedicação. As pessoas sempre necessitam de uma palavra
de carinho, de um conselho, e esse é um trabalho que é feito com dedicação,
buscando o bem comum. Em nome da cidade de Porto Alegre, queremos agradecer a
vocês por esses 50 anos de serviços prestados. Esta homenagem a gente gostaria
que fosse muito maior, pois vocês merecem muito mais do que isso. Mas aceitem
esta singela homenagem da cidade de Porto Alegre. Muito obrigado a todas vocês.
Encerramos esta homenagem do período de
Comunicações fazendo um pequeno intervalo para as despedidas. Muito obrigado.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h10min.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro – às 15h11min): Estão reabertos os trabalhos.
O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Desiste.
O próximo inscrito seria este Vereador, mas, em
respeito a todos os que nos prestigiam aqui e esperam pela votação, abro mão de
me pronunciar para dar agilidade ao processo. Quero, inclusive, nominá-los,
temos aqui presente o Sr. Vinícius Fabian Vardanega Simon, Vice-Presidente da
Aiamu; também a Sra. Ione Simphronio, Presidente da Assimfaz; registro também a
presença de Silvana Conti, Carmen Padilha e o Mário, representando o Simpa.
Sejam todos bem-vindos.
A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra em Comunicações.
(Pausa) Desiste. O Ver. Paulo Brum está com a palavra em Comunicações. (Pausa.)
Desiste. O Ver. Pablo Mendes Ribeiro está com a palavra em Comunicações.
(Pausa.) Desiste. O Ver. Waldir Canal está com a palavra em Comunicações.
(Pausa.) Desiste.
A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores,
sabemos que, como Presidente, V. Exa. tem que trazer a votação da maior parte
dos líderes, mas nós, na reunião de Mesa e Líderes, na quinta-feira, assim como
os líderes da oposição, vimos falar nesta Comunicação de Líder pelo PSOL para
resgatar um acordo que, de conjunto, foi feito, no ano passado, na Câmara de
Vereadores, diante da mobilização dos municipários e municipárias. E aqui
cumprimento o Sindicato e toda a base da categoria pelo que fizeram à Câmara de
Vereadores, no sentido de que não aceitaram nenhuma saída individual para
resolver um problema que é estrutural, de responsabilidade histórica dos governos
com os municipários e municipárias do Município de Porto Alegre e que diz
respeito ao efeito cascata, ao qual, ainda hoje, o Governo Municipal não
apresenta alternativa que garanta que os municipários não percam nenhum centavo
a menos. Ao contrário, apresentaram a esta Câmara de Vereadores um projeto
buscando fazer caixa com o salário dos municipários. Trata-se dos mesmos
governos, Carmem Padilha, Raul, companheiros dos municipários, que aumentaram o
salário de todos, de toda a base da categoria municipal através de abono,
através de penduricalhos e gratificações, sabendo que, logo ali na esquina, o
Ministério Público iria querer aplicar as decorrências da Emenda Constitucional
nº 19 para o conjunto da categoria dos municipários. O mesmo governo que tirou
a bimestralidade, os mesmos governos que não resolvem o problema do plano de
carreira. Aliás, entra campanha, sai campanha e vão com a cara de pau à
televisão dizer que vão apresentar um plano de carreira para os municipários.
Eu me lembro muito bem da campanha de 2008, e, até hoje, não tem plano de
carreira que valorize os funcionários municipais. Não ouvem o conjunto da
categoria para garantir que haja um plano de carreira que valorize os
municipários. É o mesmo Governo que prometeu, lá atrás, numa conquista de
greve, um plano de saúde, e hoje isso está um imbróglio, com valores abusivos,
que querem cobrar da categoria dos municipários. Está uma crise ser municipário
e depender de tratamento de saúde no Município de Porto Alegre! Esse mesmo
governo quer que votemos alternativas individuais!
Quero dizer para vocês que acho essa lógica
absolutamente perversa, quero dizer para todos os trabalhadores municipários e
para todos os trabalhadores da Fazenda que querem jogar categoria contra
categoria para enfraquecer os municipários em vez de unificá-los! Esse jogo é
perverso, esse jogo tem sido feito ao longo dos tempos para não garantir uma
saída coletiva, que tem a ver com o aumento da correlação de força, que tem a
ver com a mobilização permanente da categoria, que tem a ver com a sujeição de
todos em buscar uma saída coletiva e não só saídas individuais. Então, nós
queremos resgatar um acordo que foi feito por todos – à época, o Presidente era
o Ver. Professor Garcia –; o Ver. Mauro Pinheiro, agora nosso Presidente,
estava lá na linha de frente dizendo que não poderia haver saídas individuais e
que a Câmara não votaria; não votaria o projeto da Fazenda enquanto não
houvesse isonomia e garantia da votação de um projeto para o conjunto da
categoria dos municipários. Eu não quero hoje entrar nos méritos da Mensagem
Retificativa, nem nos méritos do teor do projeto, porque acho que seria um
golpe contra 27 mil trabalhadores romper um acordo feito em dezembro do ano
passado com o conjunto dos municipários, com o conjunto das lideranças.
Estou, na minha fala, muito contemplada pelas
palavras de ordem dos municipários, a nossa concepção de Parlamento é de que os
Parlamentares têm que estar a serviço das lutas populares e das demandas
sociais. Eu quero terminar dizendo juntamente isto que vocês cantavam: que se
respeite o acordo. É inadmissível que, de quinta para segunda-feira, o Governo
queira colocar, com sua maioria na Câmara, a toque de caixa, de maneira
açodada, uma solução individual para apenas um setor, e nem é um setor inteiro,
porque está aqui a Assimfaz falando que também não quer votar o projeto sem
discutir com a Cidade. Nós estamos agora, justamente, na data-base da
categoria. E, quando os municipários se organizam diante da intransigência dos
Governos e fazem greve, são os primeiros a dizer: “Existe uma crise, os
serviços municipais estão parados”. E é verdade! Agora, quem provoca a greve no
Município de Porto Alegre é o Governo Municipal e não os trabalhadores, que
estão aqui buscando diálogo, buscando um acordo, buscando garantir direitos. E
nós temos coerência, vamos manter a nossa palavra, Carmem; a de dezembro do ano
passado é a mesma de abril de 2015. Aquilo que acordamos com o Sindicato e com
a categoria segue sendo o posicionamento político do PSOL. Infelizmente, muitas
Lideranças mudaram de opinião, por isso é muito importante a pressão de vocês
aqui para denunciar esse golpe e derrotar essa votação no dia de hoje.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Boa tarde a todos os Vereadores, servidoras e servidores do Município
que nos escutam. Toda quinta-feira, às 11h, ocorre a reunião dos líderes
partidários, quando se decide a priorização dos projetos que serão votados na
semana seguinte, na segunda-feira seguinte. O acordo de 2014 era um acordo
construído com o conjunto dos líderes partidários, mesmo os líderes dos
partidos da base do Governo já tinham se dado conta de que era impossível
tratar de questões de categoria por categoria da forma fragmentada como o
Município vem tratando seus servidores públicos. No momento em que o conjunto
da categoria está ameaçado sob o efeito cascata, tratar de forma fragmentada
mostra, além de não haver política com os municipários, com os planos de
carreira, o quanto a Prefeitura, o Executivo opta por beneficiar algumas
categorias em detrimento das outras. (Palmas.) A Bancada do Partido dos
Trabalhadores havia combinado, expressamente, publicamente, que não daria
acordo para votação enquanto não houvesse um acordo com a categoria, uma
discussão ampla. E esse acordo, firmado no final do ano passado, remete à
seguinte pergunta: que tipo de abertura, de diálogo a Prefeitura fez com os
trabalhadores do Município? Nenhum, nenhum! Simplesmente a liderança do
Governo, na quinta-feira de manhã, alegou que pediu o art. 81, que é o Regime
de Urgência, para entrar hoje na votação.
E, vejam, na semana passada, entrou em discussão um
assunto polêmico: a consulta popular ao cercamento da Redenção. Tudo indicava
que esse era o assunto desta semana, que os Vereadores e Vereadoras estariam
dedicados ao tema. Pois bem, eles aproveitam o momento em que o clima está para
uma outra discussão para inserirem um assunto de tão grande importância. Eu até
parabenizo os servidores e as servidoras, pois conseguiram se mobilizar de
quinta-feira de manhã, quando ficaram sabendo, para segunda-feira.
Portanto, a Bancada do Partido dos Trabalhadores
continua torcendo para que se retire este projeto da votação e para que se abra
um diálogo com os municipários. Que a Prefeitura passe a entender as carreiras
dos servidores públicos como carreiras estáveis, que não opte pela
terceirização, como em muitos momentos faz dentro da Administração Municipal.
Registro aqui a posição da Bancada do Partido dos Trabalhadores, dos Vereadores
Mauro Pinheiro, Engº Comassetto, Alberto Kopittke, Sofia Cavedon e deste
Vereador, que é contra o projeto e a favor da retirada da votação de hoje. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. PROF.
ALEX FRAGA: Boa tarde a todos os presentes, público que nos acompanha nas galerias e
os que nos assistem pela TVCâmara; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras;
Presidente da Mesa, Ver. Mauro Pinheiro; o assunto em pauta, que tem
movimentado bastante discussão nas galerias, é com relação a uma proposta do
Executivo Municipal que gera uma, como eu diria, supervalorização de algumas
carreiras do Executivo Municipal. (Palmas.)
Eu, como
professor da Rede Municipal de Ensino e, portanto, colega de todos os que estão
presentes aqui, dei uma analisada básica – infelizmente, faltam alguns requisitos
– e fiz algumas anotações no projeto de lei enviado pelo Executivo, que, na
figura do Prefeito José Fortunati e de seu Vice, Sebastião Melo, sempre deixou
claro que falta dinheiro nos caixas municipais: falta dinheiro para contratar
mais guardas, falta dinheiro para repor o efetivo das escolas, existem escolas
que estão com seu quadro de professores deficitário, inclusive, escolas
(Palmas.) que trabalham em atendimento à rede de alunos portadores de
necessidades especiais.
Na semana
passada, eu estive visitando uma escola lá na Restinga, a Escola Municipal de
Ensino Fundamental Tristão Sucupira Vianna, e percebi que o quadro é muito
grave. Eles estão, atualmente, com um déficit de 240 horas, em termos de
hora-aula de professores; isso significa que aqueles alunos que são portadores
de necessidades especiais, muitos deles com comprometimento neurológico muito
grave, estão desassistidos. Nós temos, lá naquela escola, alguns professores
que já estão em via de aposentadoria, e não há – não há – nenhuma previsão de
reposição desses profissionais.
Agora,
vem o nosso Prefeito dizer que há dinheiro em caixa para conceder benefícios a
uma parcela do funcionalismo! Todos nós, servidores municipais, merecemos
valorização. (Palmas.) Isso ninguém discute. Isso ninguém discute! Todos
merecemos, porém, como trabalhamos dentro de uma situação complicada, segundo o
que nos diz o Executivo, o cobertor é curto. E, se o cobertor curto é puxado
para o lado, ele desassiste todo o restante. Portanto, é uma falta de responsabilidade
do Prefeito encaminhar para votação um projeto como este.
Dentre as minhas breves anotações, o projeto prevê,
no art. 7º, que fala sobre a organização do Tesouro Municipal, a criação de
quatro CCs e a extinção de apenas dois – cria quatro, extingue dois –; cria
sete FGs e extingue apenas uma. Nós temos aí ônus para os cofres públicos! O
art. 9º cria uma gratificação de mil e duzentos reais para os profissionais
fazerem o seu trabalho. Isso é um absurdo! Receber gratificação extra para
desempenhar as suas funções é obsceno! Vamos criar...
(Manifestações
nas galerias.)
O SR. PROF.
ALEX FRAGA: O art. 15, da Superintendência da Tecnologia da Informação, que será
criada de acordo com a proposta que veio do Executivo, cria dois CCs, mas
extingue apenas um; cria seis FGs e extingue apenas uma! Por favor, o cobertor
é curto! Vamos agir com responsabilidade. Já que há dinheiro sobrando em caixa,
eu dou a minha humilde opinião: vamos dar mil e duzentos reais de gratificação
para toda professora que alfabetizar uma criança nas nossas escolas municipais!
Os especialistas em segurança são unânimes em dizer
que a maior parte dos problemas sociais pode ser minimizada e contornada
através da educação. Então vamos dar gratificação a todas as professoras que
letrarem, instruírem seus alunos para um melhor futuro da nossa Nação, e ajamos
com responsabilidade com relação ao erário, por favor! Uma boa tarde.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Apregoo Licença para Tratamento de Saúde da Ver.ª
Jussara Cony no período de 22 a 24 de abril de 2015.
A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, quero cumprimentar
todos os servidores públicos municipais que estão aqui, através das suas
entidades representativas, e, também, o Sindicato dos Municipários nessa luta
conjunta.
Em primeiro lugar, quero dizer – desculpem-me,
ainda estou com dificuldade de falar, devido a uma crise de asma – que o meu
partido, o PCdoB, quando faz acordos, por nada deste mundo rompe acordos. A
primeira questão é que nós não rompemos o acordo e somos contra o rompimento de
acordo feito. Não é questão de tempo; é questão de um acordo político. Foi
feito um acordo político no sentido de que, enquanto não for resolvido o
projeto do efeito cascata, de todos os servidores, esse projeto de lei não
seria votado. Esse é o acordo, com todas as letras e sem mais delongas.
Quero trazer aqui alguns argumentos. Como
Presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Serviço e do Servidor Público, em
vários momentos, tivemos reuniões com os servidores. O servidor não pode ser
tratado diferencialmente. E aqui falo como servidora pública federal, com 32
anos na UFRGS. Há que se ter isonomia, há que se ter paridade. Nós não podemos
tratar, numa gestão, de forma diferenciada os seus servidores.
Por outro lado, é uma questão democrática. Esse
projeto não foi debatido com os servidores da Secretaria da Fazenda. Nós já
recebemos, na reunião de Mesa e Lideranças, os servidores do Simpa, os servidores representativos de todas as carreiras da Fazenda estavam
presentes no processo, foram estratégicos na construção desse acordo. O Governo
não amplia a discussão com os seus servidores – essa é a questão de fundo. Isto
é prepotência: fazer gestão sem ampliar a discussão com os seus servidores e
com as suas representações; ele não faz o que é necessário, aquilo que todos os
servidores estão pedindo e querem. A primeira questão é a seguinte: quando é
que vai ter um plano de carreira para todos os servidores do município de Porto
Alegre? O Simpa já apresentou uma solução para o cálculo dos vencimentos, do
efeito cascata, que é nenhum centavo a menos para os servidores e nenhum custo
a mais para a gestão. Ou é prepotência ou é falta de consciência do que é uma
gestão e do que serve para essa gestão, que cada vez se afasta mais dos
servidores, não ouve os servidores. Não ouve. Prepotência em não dialogar com
os servidores da Fazenda, com o Simpa e também com esta Câmara.
Hoje a Câmara está sendo,
novamente, patrolada! Patrolada! Porque há um acordo! Quando há um
acordo...porque, na reunião de Líderes, não houve maioria. Aí tem o seguinte:
há os que querem cumprir o acordo e há os que não querem cumprir o acordo
dentro desta Casa também, perdoem-me, mas é isso. O acordo pressupunha tudo
isso. E por que estou trazendo essas questões aqui? Porque tudo isso, senhores
– esse projeto, o não cumprimento do acordo, a prepotência, a gestão que não
dialoga com os seus servidores –, gera insegurança no corpo funcional, tanto da
Fazenda como de todos os servidores. Há criação de uma série de CCs e FGs sem
justificativa real da necessidade nesse projeto, nem sequer o reflexo econômico
e orçamentário dessa ação, sem previsão, inclusive de concurso público! Mas
como administrar o público sem concurso público? Vocês me desculpem, mas eu
estou vendo – falo em nome do PCdoB, esse tipo de ação – que esse tipo de
projeto está dialogando com o PL nº 4330, que aquela Câmara liberal retrógrada
votou, com a terceirização cada vez maior dos servidores! É uma condução errada e inadequada
de gestão.
Então nós continuamos cumprindo acordo, e não há
outro caminho: tem que retirar esse projeto, abrir discussão com os servidores,
respeitar a Câmara Municipal. Finalizo repetindo: cuidado, nós precisamos de
plano de carreira e de salário! Precisamos estar atentos. Com esse projeto
passando, temos a questão da meritocracia, e eu não gosto de meritocracia! Ou é
para todos ou não é para ninguém, porque todos são servidores. Concluindo:
cuidado! O retrocesso daquele Congresso
agora vai para o Senado. O PL nº 4.330 está dialogando com esse tipo de
comportamento, e os trabalhadores têm que se unir para evitar isso. Aliás, se
isso continuar, que todos vão às ruas no dia 1º de maio para lutar pelos seus
direitos!
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro – às 15h41min): Havendo quórum, passamos à
Apregoo Emenda nº 09, de autoria do Ver. Nereu
D’Avila, ao PLL nº 170/13.
Apregoo e defiro Requerimento de autoria do Ver.
Nereu D'Avila, solicitando que seja votada em destaque a Emenda nº 09 ao PLL nº
170/13.
Apregoo Emenda nº 10, de autoria da Ver.ª Jussara
Cony, ao PLL nº 170/13.
Apregoo e defiro Requerimento de autoria da Jussara
Cony, solicitando que seja votada em destaque a Emenda nº 10 ao PLL nº 170/13.
Apregoo Emenda nº 11, de autoria do Ver. João
Carlos Nedel, ao PLL nº 170/03.
Apregoo e defiro Requerimento de autoria da Sofia
Cavedon, solicitando que seja votada em destaque a Emenda nº 11 ao PLL nº
170/13.
Apregoo Emenda nº 12, de autoria do Ver. Marcelo
Sgarbossa, ao PLL nº 170/13.
Apregoo e defiro Requerimento de autoria do Marcelo
Sgarbossa, solicitando que seja votada em destaque a Emenda nº 12 ao PLL nº
170/13.
Apregoo e defiro Requerimento de autoria do Ver.
Professor Garcia, solicitando que seja retirada de tramitação a Subemenda nº 02
à Emenda nº 04 ao PLL nº 170/13.
Apregoo e defiro Requerimento de autoria do Ver.
Clàudio Janta, solicitando que seja retirado o destaque da Subemenda nº 01 à
Emenda nº 04 ao PLL nº 170/13.
Apregoo e defiro Requerimento de autoria do Dr.
Thiago, solicitando que sejam votadas em destaque as Emendas nº 03, nº 04, nº
05, nº 06, nº 07, nº 08, nº 09, nº 10, nº 11, nº 12, nº 13, nº 14, nº 16, nº
17, nº 18 e nº 20 ao PLCE nº 010/14.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1685/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 170/13, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que
convoca consulta à população, mediante plebiscito, a respeito do cercamento do
Parque Farroupilha. Com Emendas nºs 02 a
07. Com Subemendas nºs 01, 02 e 03 à Emenda nº 04
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto e das Emendas nºs 01 e 02;
-
da CEFOR. Relator Ver. Cassio Trogildo: pela aprovação do Projeto;
Relator Ver. Idenir Cecchim: pela aprovação das Emendas nºs 01 e 02;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Delegado Cleiton: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01; Relator Ver. Clàudio Janta: pela aprovação da Emenda nº 02.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia em 01-04-15 por força do
art. 81 da LOM;
- adiada a discussão por uma Sessão em 20-04-15;
- retiradas as Emendas nºs 01 e 08;
- discutiram a matéria os Vereadores Nereu D’Avila, Márcio Bins Ely (cedeu p/ Nereu D’Avila), Engº Comassetto,
Rodrigo Maroni, Delegado Cleiton, Alberto Kopittke, Prof. Alex Fraga, Dr. Thiago, Bernardino Vendruscolo,
Lourdes Sprenger, Sofia Cavedon, Kevin Krieger e Mônica Leal em 22-04-15.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PLL nº 170/13. (Pausa.) A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLL nº 170/13.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Presidente, eu gostaria de ter feito uma Questão de
Ordem antes da entrada da Ordem do Dia, mas, pela rapidez, não foi possível. Se
alguém vem à Câmara de Vereadores hoje, como vários vieram, ou nos acompanham
pela TVCâmara, devem estar pensando que algum problema acontece, Ver. João
Carlos Nedel, Ver. Kevin Krieger, Líder do Governo, porque todas as lideranças
que falaram, falaram contra a entrada do projeto da Fazenda na pauta, que é o
próximo projeto depois deste, do plebiscito do cercamento da Redenção, que nós
vamos discutir. Mas, se existe uma maioria que votou de maneira a romper o
acordo de maneira antidemocrática e desrespeitando um acordo feito com o
conjunto da categoria, por que não vem a este microfone falar por que querem
votar na tarde de hoje o projeto da Fazenda?
(Manifestações nas galerias.)
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Eu gostaria de saber!
(Manifestações nas galerias.)
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: E eu faço este requerimento, e gostaria de tê-lo
feito antes da entrada da Ordem do Dia, porque nós, agora, estamos discutindo o
projeto sobre a Redenção. Eu acho que, por respeito à categoria dos
municipários e por respeito a nós, líderes da oposição que votamos
contrariamente ao rompimento do acordo, esse debate tem que ser feito na
tribuna. Ensinaram-me, no movimento estudantil, que tudo o que se fala em uma
reunião se fala em uma assembleia, e eu cumpro à risca essa definição do
movimento estudantil. O que eu falo em qualquer reunião eu falo no microfone,
porque são posições políticas. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE
(Mauro Pinheiro): Ver.ª Fernanda Melchionna, eu peço à senhora que
discuta o projeto que está em pauta, também solicito isso aos Vereadores que
virão depois.
(Manifestações nas galerias.)
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Obrigada, Presidente. Presidente Mauro
Pinheiro, eu quero cumprimentá-lo e agradeço, porque sei que V. Exa. está
sofrendo pressão de alguns que não querem ouvir verdades. Mas eu tenho costume
de falar verdades aqui na tribuna e quero reiterar este apelo da Bancada do
PSOL: quem teve a coragem de votar contra os trabalhadores lá suba à tribuna e
fale.
Sobre o plebiscito, eu gostaria de apresentar, no
mínimo, três aspectos que nos parecem fundamentais. Agora, acaba de ser
apregoada uma emenda que não estava em discussão na quarta-feira passada,
solicitando que o plebiscito seja feito por parceria público-privada. As
máscaras começam a cair, de um projeto que nós estamos anunciando há muito anos
na cidade de Porto Alegre, que é a tentativa de cercear os espaços públicos e
passar a gestão de todos esses espaços para a iniciativa privada! Com o Cais
Mauá aconteceu isso: o projeto não foi discutido com a Cidade, porque ninguém
teve o direito de ver o Regime Urbanístico e ver os projetos que falam de um shopping center, de carro, de estacionamento, e uma empresa ganhou a licitação!
Uma empresa que não faz a Feira do Livro num espaço que é público, que não
permite que o movimento Ocupa Cais faça atividades culturais num espaço que
deveria ser público e que, inclusive, tentou proibir o Cisne Branco – o barco
que todos nós conhecemos – de navegar pelo nosso rio Guaíba! Porque tem sido a
lógica desses governos entregarem espaços públicos para a gestão privada! E nós
somos contra qualquer privatização do espaço público, Ver. Cecchim.
O Sr. Idenir Cecchim: V. Exa. permite um aparte?
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: E eu lhe concedo um
aparte e peço que, se o senhor não for falar, me ceda o seu tempo para que eu
possa seguir discutindo o projeto.
O Sr. Idenir Cecchim: Pode ser, não há problema nenhum, nós
somos democráticos.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Obrigada, eu lhe
agradeço, Ver. Cecchim.
O Sr. Idenir Cecchim: Ver.ª Fernanda, a senhora toca num
ponto importante, sobre o Cais Mauá. Só para que fique claro para os colegas
Vereadores e para os presentes: o Cais Mauá esteve, durante quatro anos do
Governo Tarso, parado! Parado! E foi nessa época que o Cisne Branco foi
proibido. Então, é só para estabelecer alguns acontecimentos que ocorreram aqui
na cidade de Porto Alegre. Obrigado, Vereadora.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Obrigada, Ver. Cecchim.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Fernanda Melchionna prossegue a sua
manifestação de discussão do PLL nº 170/13, a partir deste momento, por
cedência de tempo do Ver. Idenir Cecchim.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Eu agradeço ao Ver. Cecchim o tempo cedido e
também o seu aparte. Nós não achamos que dois erros fazem um acerto. É verdade
que o Governo Tarso seguiu com um projeto de privatização do Cais sem discussão
democrática com a Cidade. E foi nesse momento, em novembro do ano passado, que
os jovens foram proibidos, Ver.ª Sofia, de fazer uma atividade cultural dentro
do Cais por seguranças privados! Quer mais expressão da privatização do espaço
público que seguranças privados dizerem para jovens que não pode ter música ao
vivo de graça para a população de Porto Alegre num espaço público? É a
expressão da privatização. Mas dois erros não fazem um acerto. A verdade é que
o Governo Sartori segue com esse projeto, sem discutir com a Cidade, sem
discutir com o Estado, e a privatização do nosso Cais continua a pleno vapor,
enquanto há projetos de arquitetos e projetos da cidadania que querem discutir
esse projeto.
A Sra. Sofia Cavedon: V.Exa. permite um
aparte? (Assentimento da oradora.) Ver.ª Fernanda, deixando bem claro que a
Governadora Ieda fez um processo licitatório e uma concessão de uso dessa área
e que, nesta Casa, o Governo Municipal passou um projeto de lei permitindo
construção, permitindo essa apropriação privada, mudando os índices do cais do
porto. E nós o combatemos e votamos contrariamente ao projeto.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Muito
obrigada. É verdade, eu e o Ver. Pedro Ruas, que agora é nosso Deputado, à
época votamos contra. Mas o fato é que não houve discussão, não houve debate
com a Cidade, e isso é expressão de uma política que é de cerceamento da
utilização dos espaços públicos para a privatização. O plano da orla é um plano
de espigão do início ao fim da orla.
Bom, por que eu fiz
esse preâmbulo para discutir o Parque da Redenção? Porque está dentro da
discussão de como se gestionam os espaços públicos. O Ver. Nereu D'Avila propõe
agora um plebiscito sobre o cercamento da Redenção. Eu gostaria que, no
plebiscito, tivesse também a pergunta: “A população quer que o Governo
Fortunati cumpra a promessa feita em 2012, de cercamento eletrônico da Redenção
ou não?” Porque os governos não fazem o seu papel e aí jogam a responsabilidade
para a população diante de uma situação de uma Cidade cada vez mais insegura!
Insegura, porque não promoveram as câmaras que eram previstas para o Parque da
Redenção e assim, em toda a Cidade. Não promoveram o aumento das guardas
municipais para fazerem a prevenção do nosso patrimônio. Nós temos menos de 600
guardas municipais, homens e mulheres. O número de guardas municipais está
estacionado há dez anos no Município de Porto Alegre, e que se tenha concurso
público é uma luta dos trabalhadores há muito tempo. O mesmo Governo que não
promove o uso intensivo do Parque é responsável pela situação envolvendo todos
os parques, praças e, sobretudo, toda a Cidade.
Por isso eu sempre
falo, muito tranquilamente, que nós somos contra o cercamento e contra a
privatização dos espaços públicos. O Governo Sartori, neste momento, não está
chamando os concursados da Brigada Militar e da Polícia Civil. O sistema de
segurança no Estado está em crise. Amanhã é dia de paralisação da Ugeirm –
policiais civis que estão dizendo que tem crise na segurança pública no nosso
Município. O mesmo Governo congela os recursos para investir em segurança,
porque não é verdade que aumentou a criminalidade só na Redenção! Não existe
política de segurança pública por um lado e, por outro, políticas de prevenção à
segurança pública, que tem a ver com investimento na educação, que tem a ver
com investimento na cultura, que tem a ver com investimento em lazer e em
esportes.
Agora, querem construir uma alternativa falaciosa,
uma alternativa que induz ao erro, como se cercar fosse garantia de segurança.
Ou vocês acham que ladrão não passa por cerca? Ao contrário, a cerca atrapalha
a visão da população, dos atos de violência dentro da Redenção! Ao contrário,
qualquer especialista em segurança sabe; Jane Jacobs, urbanista, arquiteta
conhecida no mundo inteiro, escreveu que, quanto mais cercas, mais perigo para a
população.
Quem não sabe que uma jovem foi estuprada, ao
meio-dia, na Redenção? Se fosse cercada, ela não poderia fugir. Então, não me
venham dizer que a cerca seria a solução para essa menina! Qual vai ser a
proposta dos Vereadores para o Centro de Porto Alegre, que é o lugar da cidade
onde mais acontecem estupros das nossas mulheres? Nós fizemos um mapa da
segurança pública no ano passado, e o lugar de Porto Alegre onde mais estupram
mulheres é o Centro. Qual vai ser a alternativa? Cercar o Centro de Porto
Alegre ou ter policiamento no Centro de Porto Alegre? Ter investigação dos
crimes contra a vida? Nós estivemos visitando a Delegacia da Mulher com a
Comissão de Direitos Humanos. Vocês sabem quantas pessoas fazem a investigação
para identificar quem são os estupradores, quem são os que cometem crimes
contra a vida? Quantos vocês acham que são os que têm que investigar, que fazem
os mandados de busca e apreensão? São quatro funcionários, num lugar cheio de
arquivos, com quase nada eletrônico.
E vocês querem fazer o debate de que as cercas vão
resolver o problema de segurança? Por favor! Vamos ter um sistema de
investigação com inteligência, com integração das polícias, com entrada única
nas polícias, com investimento massivo em educação, cultura, esporte e lazer,
com garantia de direitos para a juventude! Mas não com debates falaciosos, que
colocam a irresponsabilidade dos governos contra uma sensação correta da
população de insegurança, que, aliás, é em toda a Cidade. Esta lógica seria a
de colocar muros em toda a Porto Alegre, e não garantir uma Porto Alegre para
as pessoas.
Nós queremos gente circulando, o uso intensivo da
Redenção, como foi na Serenata Iluminada, no sábado, que juntou milhares – e
não houve um estupro, e não houve um assalto! Juntou milhares de pessoas de
madrugada na Redenção! É o uso que garante segurança, porque é garantia de que
se têm os equipamentos para a garantia da segurança da população, e não esses
governos que prometem uma coisa na campanha eleitoral – segurança, saúde e educação
– e, terminando a eleição, esquecem tudo isso e só mandam ou projetos de CCs ou
projetos que retiram direitos dessas áreas, como é o Governo Sartori com seu
decreto sobre a segurança pública no Estado.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir o PLL nº 170/13.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
informa bem a Presidência que nós estamos discutindo o projeto de lei do
Legislativo de autoria do Ver. Nereu D’Avila, convocando consulta à população,
mediante plebiscito, a respeito do cercamento do Parque Farroupilha. É bom
lembrar isso, Sr. Presidente, na medida em que, no outro fim de semana, andando
pela cidade de Porto Alegre, pelos mais diversos locais, nós fomos intimados a
adiantar uma posição a respeito do cercamento do Parque Farroupilha – se éramos
favoráveis ou não.
Assim, Sr. Presidente, nós procuramos esclarecer
àqueles que nos deram atenção e ouvidos de que, hoje, aqui e agora, nós
decidiríamos não pelo cercamento ou não do Parque Farroupilha, mas pela
ocorrência ou não de plebiscito acerca desse tema, que poderia – e poderá – ser
ampliado, dadas as inúmeras emendas que existem a respeito do mesmo. Eu estou a
dizer o seguinte...
(Manifestações das galerias.)
O SR.
REGINALDO PUJOL: A presença aqui, entre nós, de várias pessoas com
as quais eu convivo, aos domingos, no Parque da Redenção me leva a falar com
mais clareza sobre o assunto; acredito que, nos termos em que está colocado,
nós estamos discutindo aqui não um projeto restrito ao cercamento do Parque da
Redenção, se é aceito ou não por nós, mas um projeto que amplia essa linha de
raciocínio e propõe um plebiscito no sentido de que Porto Alegre seja
consultada se admite ou não, se recomenda ou não que se cerquem os vários
parques da Cidade. E aí, Sr. Presidente, eu tenho apenas que lamentar...
(Manifestações das galerias.)
O SR.
REGINALDO PUJOL: Eu só tenho a lamentar, Sr. Presidente, que essa
discussão se dê quando a expectativa dos presentes, na sua maioria, é com
relação a outro projeto, ao qual eu não estou me referindo, porque não me cabe
referir a ele no momento. Evidentemente, se alguém pensa que, com esse tipo de
manifestação, conquista alguma simpatia, com relação a mim não conquista!
(Manifestações das galerias.)
O SR.
REGINALDO PUJOL: Prossigo, Sr. Presidente, dizendo que o projeto
sobre o qual estamos concluindo a discussão no dia de hoje será votado com
maior ou menor rapidez e será permitido o ingresso no próximo projeto, se os
aqui presentes permitirem, porque não será cobrando de nós providências que
teriam que cobrar noutro local, que irão alterar o processo que aqui está em
andamento.
(Manifestações nas galerias.)
O SR.
REGINALDO PUJOL: Fico grato a Vossa Excelência. Estou aqui querendo
contribuir para que celeremente nós discutamos este projeto e possamos dar
andamento à Ordem do Dia. Evidentemente, a respeito do assunto em discussão,
cuja votação quero acelerar, eu tenho a minha posição pessoal. O projeto,
inicialmente proposto pelo Ver. Nereu D’Avila, alterado em algumas das suas
emendas, Ver. Janta, será substancialmente modificado. Há, por exemplo, uma
emenda sua que me permite uma subemenda, com a qual eu tenho compromisso, que
alterará substancialmente essa proposta. Então discutindo a matéria e não a
encaminhando, proponho à Casa que se faça um exame tranquilo, sereno, que não
se deixe impressionar por situações de fora do plenário que evidentemente não
irão contribuir para a celeridade da nossa decisão, Ver. Nereu D’Avila, até
porque eu tenho o seu projeto de lei como legal, regimental, constitucional.
Subscrevi um relatório da Comissão de Constituição e Justiça, ainda no ano que
passou, o que ensejaria que já tivesse sido votado esse projeto. Se não o
apoiei agora, o que posso fazer é buscar uma fórmula objetiva, contribuindo
para que o mesmo entre em votação. Eu não estou submetido a nenhum outro tipo
de pressão, Ver. Casartelli, que possa alterar esta minha disposição. Se eu não
tivesse a disposição de cumprir exatamente aquilo que eu
entendo que deve ser feito, eu não teria condições de exercer meu mandato e vou
exercê-lo na plenitude, com os gritos de todas as vozes! Podem gritar à
vontade!
(Manifestações nas
galerias.)
O SR. REGINALDO PUJOL: Não sei, Sr.
Presidente, se algum dos expectadores aqui presentes não estão dando um tiro no
pé, pois não sabem o que é provocar alguém que tem experiência, posição e
postura! Não sabem!
(Manifestações nas
galerias.)
O SR. REGINALDO PUJOL: Certamente, Sr.
Presidente, não haverá de faltar tranquilidade e serenidade nesta Casa para, em
qualquer circunstância e diante de qualquer matéria, ter independência
suficiente para, soberanamente, tomar sua decisão. Engana-se quem pensa que,
com grito, consegue alguma coisa nesta Casa!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Apregoo
Requerimento de autoria do Ver. Nereu D'Avila, solicitando adiamento da
discussão do PLL nº 170/13, por uma sessão.
O SR. NEREU D'AVILA: Sr. Presidente, só
para reforçar. Com a presença dos funcionários aqui nas galerias, que nos
honram muito, está acirrada a discussão, e não tem nada a ver com a nossa
proposta. Então, não haverá prejuízo nenhum para nós adiarmos para
quarta-feira, e aí trataremos desta situação concreta. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Nereu D'Avila. (Pausa.) O Ver. Marcelo
Sgarbossa está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de
autoria do Ver. Nereu D’Avila.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Quero especial
atenção, porque as galerias aplaudiram aqui o Ver. Nereu D’Avila como se fosse
uma gentileza a vocês discutirmos primeiro o projeto da Fazenda. É justamente o
contrário! Estávamos tirando uma linha aqui, os partidos de oposição, de
discutirmos as 12 emendas ao projeto do próprio Ver. Nereu como uma forma,
infelizmente, de fazê-los desistir do projeto que trata dos municipários e
abrir um diálogo com as categorias. Mas não, a decisão tomada foi de o Ver.
Nereu pedir a retirada do seu projeto, que trata da consulta pública, e, com
isso, vem em seguida o projeto da Fazenda para, justamente, não haver o diálogo
com os municipários. Então, vejam que nós estamos aqui contrários ao adiamento
da votação do projeto do Ver. Nereu porque a oposição está prestes a ser
patrolada pelos Vereadores da base do Governo. Se for para adiar alguma coisa,
vamos adiar os dois.
(Manifestações nas
galerias.)
O SR. MARCELO SGARBOSSA: É claro que
queremos a retirada do projeto, mas, se o Governo quer diálogo, que prorroguem
os dois. E eu nem diria por uma sessão, diria por quatro, cinco ou mais. Ou
seja, que se retome o acordo inicial até discutir. Como diz a Ver.ª Jussara
aqui: “Vamos abrir a discussão”. Eu faço questão de falar, aqui na tribuna, que
esse acordo foi feito na quinta-feira de manhã pelo Líder do Governo, que
chamou o art. 81, que é o Regime de Urgência, em dois ou três dias. Por isso
precisamos parabenizar a mobilização dos municipários, pois conseguiram, em um
dia útil, praticamente, estar aqui na Câmara. Não vou me alongar aqui, mas vou
pedir sensibilidade da base do Governo, e do Governo, que está aqui, para que,
se for prorrogada a discussão do projeto do Ver. Nereu sobre a Redenção, no
mínimo seja prorrogado por mais sessões o projeto dos servidores do Município.
Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento de autoria do Ver. Nereu D’Avila.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; eu também queria encaminhar o Requerimento,
porque, justamente, se há a compreensão do plenário de que é possível adiar uma
votação que já estava sendo discutida há alguns dias – muito embora eu ache que
haja muitos assuntos para esgotar em relação ao tema da Redenção –, o que dirá
para um projeto que claramente tem um setor enorme da categoria que está
contra, que é o PL da Fazenda, o qual será o próximo da lista à medida que o
Requerimento seja aprovado.
(Manifestações nas
galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Seu tempo está
assegurado, Vereadora.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Não tem nenhum
problema. Eu acho que é assim mesmo. Acho que as tribunas e a plateia têm que
se manifestar, porque houve um golpe nesta Câmara de Vereadores, na
quinta-feira passada, quando o Governo, com sua maioria, tentou derrotar um
acordo feito com todos. Sem entrar no mérito do projeto da Fazenda, nós
dissemos, desde o início, para todos, que nós não aceitaríamos alternativas individuais
e que qualquer projeto que tratasse de um setor dos municipários sem tratar o
conjunto, no efeito cascata, não teria o acordo do PSOL, enquanto não tivesse
uma solução de conjunto para os 27 mil trabalhadores atingidos pelo efeito
cascata diante da irresponsabilidade dos Governos que, ao longo dos 16 anos,
não resolveram o que previa a Emenda Constitucional nº 19 e seguiram aumentando
salário, a partir de gratificações, sabendo da ilegalidade e sabendo que, logo,
na esquina, estouraria isso e estouraria no bolso dos trabalhadores. Portanto,
quando a responsabilidade é deles, eles saem da Prefeitura, seguem a sua vida;
quando estoura o problema, estoura no bolso concreto de cada um dos
trabalhadores municipários, que sempre alertaram os Governos dos riscos.
(Manifestações
nas galerias.)
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Então, para encaminhar o Requerimento do Ver. Nereu D’Avila,
eu quero dizer que nós, da oposição, vamos fazer um requerimento também, Ver.
Nereu, com a retirada e o adiamento por cinco sessões da discussão do projeto
que trata da Fazenda. Basta olhar as tribunas e a plateia, na tarde de hoje,
para ver que é obvio que esse projeto, que não teve sequer audiência pública,
gente, esse projeto que foi incluído na Ordem do Dia em Regime de Urgência, que
teve uma Mensagem Retificativa que chegou não faz nenhum mês, nem passou...
(Manifestações
nas galerias.)
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Nem passou nas Comissões Conjuntas da Câmara e havia um
acordo feito, ainda, no final do ano passado, com o conjunto de Lideranças, que
previa que não seria discutido o projeto da Fazenda sem se discutir um projeto
que significasse nenhum centavo a menos para categoria dos municipários.
Nós
assistimos, aqui na Câmara, à permanência do diálogo e à posição coerente dos
municipários, procurando os Vereadores para mostrarem o seu projeto. Os únicos
que vieram, aqui nesta Câmara, em comparecimento, Presidente Mauro Pinheiro,
que se lembra muito bem, foi o Sindicato dos Municipários, apresentando uma
proposta concreta que significava nenhum centavo a menos para a categoria dos
municipários e nenhum centavo a mais, muito embora eu ache que deveria prever a
mais, porque está muito arrochado o salário. Há muitos anos que eles arrocham o
salário dos municipários, mas o sindicato, corretamente, separou as duas
questões – o sindicato, de maneira correta! Agora, quem está empurrando a
discussão do efeito cascata para a data-base é o próprio Governo, que, com a
sua intransigência, com seu autoritarismo, não apresenta uma alternativa para a
categoria, não senta nas mesas de negociação! Todos sabem que tem sido uma
farsa, porque eles não incluem os municipários na discussão do plano de saúde!
Quantas vezes vocês vêm reivindicar que o GT saia do papel para discutir o
plano de saúde, para discutir o plano de carreira, para discutir o efeito
cascata? Mas eles fazem GT de faz de conta para dizerem na imprensa que fizeram
um GT, mas eles chegam lá no GT e vão enrolando, vão enrolando a categoria para
nós estarmos no final de abril, quase maio, e não termos um projeto concreto.
Aliás, o que nós temos de concreto é muito ataque para os trabalhadores, seja
na questão do efeito cascata, seja nas políticas de ajuste e aumento da energia
e da gasolina, seja agora na tentativa de retroceder cem anos de luta da
categoria com o projeto das terceirizações no Congresso Nacional; seja o
Governo Sartori, que quer mexer na licença-prêmio do funcionalismo! É hora de
seguir o exemplo do Paraná, dos trabalhadores do Brasil inteiro, que têm se
mobilizado, e mostrar que a força dos trabalhadores derrota a intransigência
dos governos!
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Nereu D’Avila, pela
oposição.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, saúdo meus colegas Vereadores e Vereadoras;
municipários e municipárias aqui presentes. Ver. Nereu D’Avila,
respeitosamente, venho aqui, em nome dos partidos da oposição, pedir que o
senhor retire o Requerimento, para que nós possamos enfrentar esse tema, que
tem gerado muitas opiniões na Cidade, que é apenas o primeiro passo de uma
proposta que sugere que a cidade de Porto Alegre possa realizar um plebiscito.
Bom, se é para realizar um plebiscito, o senhor já sabe a nossa opinião: que
toda e qualquer consulta popular, que todo e qualquer acordo feito, todo
diálogo com a sociedade... Nós não temos opinião contrária, apesar de termos –
com muita clareza, já lhe disse isso – opinião contrária ao cercamento, até
porque temos o entendimento de que cercamento é igual a cerceamento.
E esse tema que o senhor traz para os seus Pares
tem muito mais consenso, muito mais entendimento do que o tema que está por
vir. Para o tema que está por vir – são legítimas as propostas aqui trazidas –
há desacordo. O Governo Municipal estrangulou o diálogo, e não se pode avançar
e haver um acordo. Portanto, se há algum tema que nós precisamos ainda
construir, ainda lapidar, ainda buscar o consenso, é o acordo dos municipários.
Eu estava na Mesa o ano passado, quando fizemos um
acordo entre todas as lideranças e a liderança de todas as categorias dos
municipários. E os projetos das categorias “a” ou “b” que estão aqui serão
tratados, sim, mas trataremos, primeiro, daquilo que diz respeito à totalidade
do funcionalismo público municipal. Se isso é verdadeiro – pelo que eu sei, por
parte das categorias que aqui estão, não foi estrangulado o diálogo com o
Governo –, saíram duas reuniões, mas não há consenso em torno da proposta.
Particularmente, tenho recebido os engenheiros, os arquitetos, os geólogos, os
médicos e não sei quem mais querendo que as suas categorias tenham o mesmo
benefício que as outras categorias – neste caso específico, respeitosamente,
que os fazendários têm. É legítimo que outros queiram? Claro! Mas, antes de
mais nada, há um problema: efeito cascata é uma situação que paralisa não só a
Fazenda – paralisa a cidade de Porto Alegre, paralisa os serviços públicos,
paralisa as conquistas que o funcionalismo já teve. Se nós não resolvermos o
problema de manter viva a floresta, como é que nós vamos manter viva só uma
árvore dessa floresta? Há um desequilíbrio colocado aí, há um desequilíbrio!
Portanto, Ver. Nereu, o pedido é para que possamos debater a sua proposta, para
alcançarmos uma decisão, que é salutar para V. Exa. como autor e, também, para
a Cidade, que possamos dialogar um pouco mais aqui com as categorias, para
encontrar um entendimento que seja satisfatório para a cidade de Porto Alegre.
Fazer disputas corporativas...E quero, aqui, Ver.
Villela, cumprimentar o Ver. Dib, que está nos ouvindo. Eu era Líder da
oposição em 2011, e o Ver. Dib era Líder do Governo, e ali na sala nós fizemos
um acordo com o Governo, com os municipários, no sentido de que o Governo,
dentro de um curto prazo, ia apresentar a esta Casa um plano de carreira para o
funcionalismo público municipal. Para esse plano, foram contratadas duas ou
três consultorias, foram pagas, mas nunca chegou nada aqui! É ou não é o
momento de tratarmos isso de forma coesa na cidade de Porto Alegre?
Portanto, eu concluo dizendo que não é o problema
de enfrentarmos tema “a” ou “b”, tendo convergência ou divergência! O problema
colocado aqui é, justamente, o contrário daquilo que o projeto de lei de V.
Exa. propõe, uma consulta popular, mas que a consulta ao funcionalismo público
da cidade de Porto Alegre se realize antes de qualquer decisão! E isso não está
acontecendo. E é isso o que está em debate. Concluo a minha fala me dirigindo
ao colega Ver. Nereu: em nome da democracia, Vereador, retire o seu
Requerimento. Um grande abraço. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Nereu D’Avila.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, de uma forma muito
particular, Ver. Nereu, eu acho que V. Exa., assim como qualquer Vereador, tem
o direito de solicitar o adiamento de um projeto de sua autoria. Só que esse
adiamento, senhores, não pode servir para atropelar a votação do projeto da
Fazenda, para o qual foi quebrado o acordo, e nós, do PCdoB, não abrimos mão
desse acordo, não abrimos mão! Não pode tentar agilizar uma coisa e atropelar
outra questão. Não vou entrar no mérito. E venho discutir no momento em que há o
requerimento do Ver. Nereu solicitando o adiamento. Nós somos a favor do
plebiscito, mas contra o cercamento da Redenção e o cerceamento de uma Cidade,
porque esse é o caminho para a privatização! Eu acho que o melhor exemplo é o
Auditório Araújo Vianna, que era público, era de todos, começaram botando uma
cerca em torno dele e terminaram privatizando-o. Cercas são sempre mecanismos
para a gestão não cumprir o seu papel de equipamentos sociais e deixar fluir a
luta, a beleza, a cultura de uma cidade como Porto Alegre, que é prenhe de
cultura. Bota equipamento social, deixa a cultura fluir para ver se não diminui
a violência. Estou entrando de viés nessa questão para dizer que nós entendemos
que esse adiamento que o Ver. Nereu pediu não pode servir para atropelar a
votação de um projeto; a oposição – PT, PCdoB, PSOL – colocou na Mesa um
requerimento solicitando o adiamento deste projeto da Fazenda por cinco
sessões, para ver se o Prefeito Fortunati – não sei se vai ser aprovado aqui,
porque estão atropelando – tem a capacidade de, nesse espaço de tempo, receber
os servidores e proporcionar uma outra dinâmica em relação à Câmara Municipal
de Porto Alegre. Porque a Câmara Municipal está sendo atropelada em relação a
um acordo que foi feito, e poucos de nós estamos subindo aqui para dizer e
garantir esse acordo!
A nossa Bancada está firme nessa luta, não
entendemos que, numa hora, pode ser uma coisa e, noutra hora, pode ser outra. E
aqui não é um lugar de privilégios; aqui é um lugar de debate político para a
construção da cidade de Porto Alegre, de acordo com os interesses do povo de
Porto Alegre. Então, essa é a nossa posição, Ver. Nereu; que o seu
requerimento, se for aprovado, não sirva de motivo para atropelar a votação do
projeto da Fazenda, rompendo um acordo e, mais uma vez, não discutindo com os
servidores públicos de Porto Alegre.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver.
Professor Garcia está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento
de autoria do Ver. Nereu D’Avila.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste, senhores das
galerias, boa tarde. Caro colega Ver. Nereu D’Avila, gostaria de colocar algumas
situações. Esse projeto, primeiramente, estava para ser votado na
segunda-feira, e lembro que, por solicitação do Presidente, passou para
quarta-feira; mas, na quarta-feira, chegou um determinado momento em que não
deu quórum. Qual o noticiário? “Vereadores não deram quórum”; “Faltou um voto”.
Eu entendo que esta galeria vai estar cheia hoje ou quarta-feira. Nós vamos
fazer o adiamento do adiamento? Na realidade, o que está se fazendo hoje? Com a
solicitação de adiamento de V. Exa., tivemos inúmeros pronunciamentos; já
poderíamos, talvez, até ter votado o projeto.
Ato contínuo, sendo
aprovado o seu requerimento, vamos ter um novo requerimento para o adiamento do
outro projeto, projeto da Fazenda, por cinco sessões, em função do qual também
teremos novos depoimentos. Ou seja, vamos passar a tarde inteira aqui
discutindo e não vamos votar nem um, nem outro projeto. Na realidade, nós temos
que ver essas situações. Qual é o interesse de Vossa Excelência? Adiar pela galeria ou adiar pela mídia? Afinal, é uma matéria que está
dando muita visibilidade. Nós temos que ter essa sensibilidade também.
Só quero dizer que
não entendi o porquê do adiamento quando V. Exa. cita a questão das galerias,
porque elas estão cheias hoje e vão estar cheias na quarta-feira. Este é o
registro que eu gostaria de deixar aqui.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação
nominal, solicitada pelos Vereadores Professor Garcia e Marcelo Sgarbossa, o Requerimento de autoria do Ver. Nereu D’Avila. (Pausa.) (Após
a apuração nominal.) APROVADO por 24
votos SIM e 08 votos NÃO.
Apregoo Emenda nº 013, de autoria
do Ver. Delegado Cleiton e da Ver.ª Mônica Leal, ao PLL nº 170/13.
Apregoo e defiro Requerimento de autoria do Engº
Comassetto, solicitando que sejam votadas em destaque as Emendas nº 02-A e nº
21, a Mensagem Retificativa nº 02 e a Subemenda nº 01 à Mensagem Retificativa
nº 02 ao PLCE nº 010/14.
Apregoo Requerimento de autoria do Ver. Dr. Thiago,
solicitando a retirada de tramitação das Emendas nº 15 e 19 ao PLCE nº 010/14.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro a suspensão da sessão por
pelo menos dez, quinze minutos, inicialmente, a fim de tratarmos do tema dos
servidores.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Estamos analisando os Requerimentos, Ver. Marcelo.
Apregoo Requerimento de autoria do Ver. Engº
Comassetto e outros, solicitando adiamento da discussão do PLCE nº 010/14 por
cinco sessões. (Pausa.) Em votação.
A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Engº Comassetto e
outros.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Presidente, em primeiro lugar, como o Governo está aqui dentro negociando
emenda, trabalhando o projeto da Fazenda, o Simpa tem todo direito de ser
ouvido. Nós solicitamos que as lideranças da base do Governo dialoguem com o
Sindicato dos Municipários. O nosso pedido de adiamento por cinco sessões tem
esse sentido, porque este é o dia mais triste da categoria municipária! O
Governo conseguiu colocar categoria contra categoria; aliás, o setor da
categoria contra o conjunto de municipários. E o Governo, Srs. Vereadores,
Sras. Vereadoras e Sr. Presidente, conseguiu quebrar a confiança que os
municipários tinham na Câmara de Vereadores! Quebrou a confiança! Porque nós,
no final do ano passado, construímos um acordo. E ratificamos este ano o acordo
com o conjunto das lideranças: um acordo de que não se votariam projetos setoriais
sem resolver o efeito cascata. Esse era o acordo, Ver. Cecchim, de todos os
líderes desta Casa!
Nós vamos permitir que o Governo faça com que esta
Casa não tenha mais a confiança do conjunto dos municipários? Nós não
concordamos com isso, porque o Governo Municipal, com o projeto do efeito
cascata que mandou para cá, senhores e senhoras, retira ganhos da categoria. A
categoria não concorda com ele, a categoria não tem a solução; tem ameaça do
Ministério Público e tem que assistir, de novo, a que se priorize apenas um
grupo de municipários nas contas, nas finanças e nas políticas! Isso é
inaceitável, colegas! Eu lamento muito que uma parte da Fazenda não perceba
essa manobra do Governo Municipal. Quem perde é a categoria municipária, quem
perde é Porto Alegre! Nenhum Vereador veio aqui explicar quais são as razões de
oferecer tanta violência contra o conjunto dos municipários. Nenhum Vereador
veio aqui justificar qual é a urgência e a emergência deste projeto. Não tem o
que explique ser necessário, mais uma vez, alterar a forma de quantificar os
pontos para arrecadar na Fazenda. Isso depõe inclusive contra os colegas! Depõe
contra os colegas! Só pode ser, colegas, para encobrir a incompetência deste
Governo, a incompetência na fiscalização dos tributos na gestão dos tributos; a
incompetência de trabalhar pelo conjunto dos municipários! É muito lamentável
nós entrarmos nesse jogo, a Câmara entrar nesse jogo perverso, porque o Governo
teve a sua conta do SIAT questionada na Justiça.
(Manifestações nas galerias.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Porque o Governo terceiriza e perde qualidade. No DMAE, o Governo
terceirizou os leituristas. E o que tem acontecido? Quarenta por cento das
contas são cobradas pela média, pela incompetência de gestão desse Governo! E
aí vai a nossa receita, a receita do conjunto dos municipários. Eu duvido que
não haja uma possibilidade de controle de arrecadação, de incremento de
arrecadação que possa ser discutida com o conjunto da categoria, de forma
transparente, porque interessa a todos nós! A todos nós interessa a arrecadação
do Município! Interessa a todos nós quanto arrecada e quanto gasta! E não é só
a nós, interessa a cada munícipe desta Cidade, que não sabe que caixa-preta é
essa que está sendo, mais uma vez, tapada com este projeto de lei. É
lamentável. Eu lamento, Presidente, que além de romper com o conjunto dos
municipários, o Governo faça com que esta Câmara se submeta a romper com a
confiança que a categoria aqui depositou. É lamentável.
Encerro dizendo que nós queremos adiar por cinco
sessões para que possamos construir, de forma transparente, participativa e
coletiva, as decisões sobre a Cidade e sobre a vida dos municipários.
(Não revisado pela oradora.)
(Manifestações das galerias.)
O SR. JOÃO
BOSCO VAZ: Sr. Presidente, estamos vendo aqui, hoje, uma disputa de democracia, e
a Ver.ª Sofia acabou de dizer que hoje é o dia mais triste do funcionalismo
público. Quero dizer para a Ver.ª Sofia que o dia mais triste foi quando o PT
cortou a bimestralidade dos salários dos funcionários.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, tenho que responder. Dez anos de bimestralidade
garantiram qualidade de vida para os funcionários em Porto Alegre!
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Peço aos Vereadores que usem o microfone de apartes
somente para Questão de Ordem.
O SR. IDENIR
CECCHIM: A Vereadora disse que por dez anos pagou, mas os funcionários continuam
trabalhando! Ela pensa que se dá bombom e se tira, mas não é assim que se trata
funcionário.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Vou desligar o microfone de apartes. Nós estamos
entrando em disputa de mérito. O microfone de apartes é só para Questão de
Ordem, senão vou cortar o som.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Não foi ordem que o Ver. Idenir Cecchim trouxe aqui. Se o Ver. Idenir Cecchim tem o direito de falar isso que falou,
são dez anos de enrolação ao funcionário...
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Engº Comassetto e
outros, pela oposição.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Caros colegas, acho importante que este debate se dê de forma
absolutamente respeitosa entre nós, mas aproveito a pergunta do Ver. Bosco para
questionar: se este é um assunto que preocupa tanto a atual gestão, por que ela
não retomou a bimestralidade, conforme tinha se comprometido? Mas não é esse o
assunto, e a Ver.ª Sofia tem razão sobre a tristeza do episódio a que estamos
assistindo aqui. Nós não estamos aqui falando sobre o mérito da proposta,
falaremos. Estamos falando aqui da condução feita pela atual administração do
Município, especificamente pelo Prefeito de fato desta Cidade; que tem um
prefeito de direito, mas tem um de fato, que é o Sr. Sebastião Melo, e,
conforme vai ficando mais empoderado, pior vai ficando a situação da Cidade e
mais o conflito entre os servidores vai se espalhando, conforme nós estamos
vendo hoje. Isso que é triste, estamos vivendo um momento no Brasil em que os
servidores públicos deveriam estar unidos para lutar contra a terceirização,
apoiada, infelizmente, por vários partidos aqui nesta Casa. Nós tínhamos que
estar unidos aqui para discutir o que houve com o SIAT, quem vai ser
responsabilizado pelos milhões que a Cidade deixou de arrecadar, que deveriam
inclusive estar sendo repassados dentro das regras da carreira aos seus
servidores. Alguém vai ter que pagar pelo SIAT; alguém vai pagar pela corrupção
que houve nesta Cidade, que fez a arrecadação do Município minguar nos últimos
três anos, enquanto o País crescia. Era isto o que nós tínhamos que estar aqui
discutindo de forma unida, já que todos aqui estão preocupados com a
arrecadação.
Mas infelizmente a Prefeitura provoca a
fragmentação dos servidores, divide os servidores; em vez de discutir um único
plano de carreira, uma única forma de ver a Fazenda Pública do Município, joga
uns contra os outros. Qual é o interesse disso? A quem interessa jogar um
servidor contra o outro e não ter os servidores unidos? Aqui a nossa fala não é
contra esta ou aquela categoria, é porque nós acreditamos que não há
possibilidade de ter uma categoria forte, só há a possibilidade de ter todo o
serviço público forte. É por isso que o Município tem de ter o mínimo de
sensibilidade, ouvir todas as vozes e sentar à mesa para dialogar.
Infelizmente, o Sr. Sebastião Melo, mais uma vez – como nós já vimos acontecer
aqui, ao longo deste ano, várias vezes, em vários projetos de lei, inclusive
dos Vereadores –, não respeita mais nem Vereador da base, veta projeto que é
aprovado, Ver.ª Lourdes, Ver. Paulinho; projeto dos próprios Vereadores da base
eles patrolam. Nós fazemos um apelo para que a Prefeitura recue, retire este
projeto, para o bem do Município. Retire este projeto para o bem de todo o
serviço público, de toda a Cidade. Se o debate for hoje, ninguém vai vencer!
Engana-se quem acha que, com a aprovação deste projeto, vai haver uma vitória!
Nós vamos ter a Fazenda toda em conflito, isso não é vitória; a vitória que nós
precisamos é ter todas as categorias valorizadas, por isso, mais uma vez, vimos
aqui fazer este apelo. Aliás, Ver.ª Sofia, parece-me que isso já está sendo uma
prática do ex-Vereador Sebastião Melo, que agora é Vice-Prefeito e é do partido
do Governador Sartori, que também já está, em quatro meses, com todos os
servidores públicos em conflito e em paralisações; parece-me que é uma sina de
quem não sabe dialogar com o servidor público, de quem não sabe respeitar o
servidor público, principalmente aquelas categorias que tocam o dia a dia
administrativo dos nossos órgãos. Por isso fica este apelo para que o Governo
saiba escutar, saiba dialogar, para o bem de Porto Alegre e de todo o serviço
público. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Engº Comassetto e
outros.
O SR. PROF.
ALEX FRAGA: Boa tarde a todos. Sigo a linha do Ver. Alberto Kopittke, que,
brilhantemente, colocou nas suas últimas palavras a inexistência de diálogo
entre o Prefeito e os integrantes, principais encabeçadores da sua gestão, com
relação aos municipários – não há diálogo. Quando uma parte fala e a outra se
finge de deficiente auditivo, não há diálogo; o diálogo é quando há conversa,
quando os interlocutores se ouvem mutuamente, trocam ideias para chegar a um
denominador comum, e isso não existe na gestão do José Fortunati. Não há
interlocução, não há conversa! O Sindicato dos Municipários, o Simpa, na figura
do Dalvin, propôs uma ideia brilhante para corrigir as perdas decorrentes do
efeito cascata. Em que momento o Prefeito e sua equipe ouviram essa resposta?
Uma proposta de reajuste percentual a cada três anos, uma proposta simples e
brilhante que acabaria com todos os receios dos municipários de perdas em seus
salários. A proposta que ele traz a esta Casa é uma proposta que concede um
abono, e o abono nós não levamos para aposentadoria, nós perdemos.
Agora, esse projeto de lei da Fazenda incorpora
várias gratificações à aposentadoria, sem contribuição. Em poucos meses os
beneficiários desse projeto poderão receber, nas suas aposentadorias, as
gratificações. É um projeto injusto: 25% da Fazenda não merece receber sozinha
essas benesses. Não! Ou a categoria toda recebe ou ninguém recebe. Ou todos
recebem, ou ninguém. Benefício exclusivo para uma casta de privilegiados, nós
do PSOL não aceitamos. Não adianta espernear, nós não aceitaremos isso! Nós
propomos o adiamento por cinco sessões para que o Prefeito de Porto Alegre e
seu Vice-Prefeito possam pelo menos tentar dialogar, tentar minimizar essa situação,
que é ruim para todos. Falta diálogo. Nós estamos tentando dar um tempo para
que o Prefeito faça uso da palavra e represente a população de Porto Alegre e
seus servidores, de acordo com aquilo que se espera de um Executivo sério,
competente, coisa que não existe em Porto Alegre. A nossa Cidade está um caos;
no ano passado propôs 2% de reajuste para os municipários. É uma vergonha! Esse
reajuste não supria nem as perdas da inflação. Isso é falta de vergonha na
cara, é um Executivo que não tem compromisso com o seu funcionário, com aquele
que leva a Cidade nas costas, com aquele que faz as obras acontecerem, ou
melhor, tenta! Porto Alegre está virada num caos: buracos abertos e obras
inacabadas. Esta gestão é um fiasco! Estamos tentando dar o adiamento por cinco
sessões para que o nosso Prefeito bote a mão na cabeça e tente dialogar com a
categoria. Mas a nossa sugestão é “não” ao projeto! Rejeita, retira! Boa tarde
a todos!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Engº Comassetto e
outros.
A SRA. JUSSARA
CONY: Primeiro, eu gostaria de falar não só porque estou exercendo este
mandato pelo Partido Comunista do Brasil, mas porque já exerci um mandato nesta
Câmara de 1973 a 1988, que foram momentos diferenciados da luta política. Por
que estou dizendo isto? Porque, para mim, não é nada estranho uma parcela da
direção do Simpa, de forma organizada, civilizada, respeitosa, ter entrado aqui
para conversar com os Vereadores. Porque eu já vi muitas coisas estranhas
entrando nesta Casa em tempos de antanho, muitas coisas estranhas! E ninguém
mais tem direito, além dos Vereadores, porque não basta a gente ser eleito, tem
que comprovar para que é que foi eleito também!
(Manifestações nas galerias.)
A SRA. JUSSARA
CONY: Eu acho que servidor público deveria ter as portas abertas, porque ele
é servidor do público e serve as gestões, independente até das gestões que
estão – as portas abertas tanto para o diálogo na Prefeitura, quanto para o
diálogo na Câmara. Eu quero cumprimentá-lo, Ver. Kevin Krieger, por V. Exa. ter
vindo aqui, estar junto e dialogar; espero que tenha tido sucesso naquilo que
lhe pedimos, que eu já vou falar. Quero dizer que orgulha a Câmara Municipal
ter servidores como vocês, que lutam e buscam não colocar servidor contra
servidor, em nome da prepotência de uma gestão.
(Manifestações nas galerias.)
A SRA. JUSSARA
CONY: Eu e meus companheiros de oposição – a Fernanda, eu e o Sgarbossa, como
líderes de oposição – assinamos essa solicitação de adiamento por cinco sessões. Há outros mecanismos
que nós poderemos usar também, vai depender do processo da votação. Acho que
não tem outro caminho, Ver. Kevin Krieger, a não ser que a Prefeitura queira
radicalizar. Se a Prefeitura quiser radicalizar, bom, vai ter que assumir as
consequências. Eu digo isso não como uma ameaça, não eu falando em nome dos
servidores, eu digo isso porque venho do movimento sindical, de origem de
servidora pública. E nós sabemos muito bem o nosso papel como servidores
públicos e o papel que nós exercemos para garantir as políticas públicas – às
vezes, nem existem, nem para nós e nem para a população – que nós queremos.
Então,
eu acho que aqui ou votamos este requerimento e adiamos ou é a radicalização.
Os servidores estão organizados nas suas categorias, no seu sindicato. Eu quero
saber quem perde com essa radicalização do lado de lá da gestão, de não querer
ouvir os servidores. Nós solicitamos ao Ver. Krieger, e ele telefonou. Eu vou
falar daqui, Ver. Krieger, se tu me permites: quero falar, talvez alguém da
Prefeitura, diretamente com o Vice-Prefeito Melo. Eu estou com um projeto aqui,
posso até pedir para ser antecipado, que é de origem do Ver. Melo, quando era
Vereador, que é o Prometa – Programa de Metas, importante para a cidade de
Porto Alegre, e que eu desarquivei. Nós podemos até botar na frente, por que
não? É bom para Porto Alegre. Está ali, está na Pauta, logo em seguida. Eu
quero dialogar com o Ver. Melo! Nós somos uma oposição consequente, uma
oposição respeitosa, uma oposição que, inclusive, quando Presidente da Frente
Parlamentar em defesa do serviço e do servidor público, tem procurado sempre o diálogo. Eu
não posso conceber que, num momento como este, o Sr. Vice-Prefeito Melo, com
todo respeito, com todo respeito, porque antigamente militávamos juntos,
inclusive, contra a ditadura... Eu peço que atente para os seus servidores, na
medida em que é o senhor, Vice-Prefeito Melo, designado a esta Casa, para fazer
as relações políticas com esta Casa, que, aliás, está sendo atropelada.
E há outra coisa: jogar servidor contra servidor?
Quem perde é a gestão, ainda mais quando é prepotente e está sendo ineficiente.
Não é bom isso, não é bom para os servidores da Fazenda, não é bom para os
municipários. Aliás, eu estou muito preocupada com esse tipo de atitude,
Vice-Prefeito Melo, em relação à questão da terceirização, até porque o RecadastraPoA já é
terceirização. Já é terceirização! Então o adiamento por cinco sessões... Ouça,
Vice-Prefeito Melo, os servidores estão, para além desse projeto, misturado com
esse projeto, isso é que é pior, em campanha salarial, e campanha salarial de
trabalhador tem que ser respeitada, principalmente quando são servidores públicos
municipais; pelo sim ou pelo não, é campanha salarial. Estão em campanha
salarial, e isto que está acontecendo aqui retrocede em relação à luta dos
trabalhadores! Se há radicalização, bueno,
se responsabilizem!
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Engº Comassetto e
outros.
O
SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
eu não tenho nenhum problema com ninguém daqui, nem do lado de cá, nem do lado
de lá. Também o Vice-Prefeito avisou que atende a quem quiser ir falar com ele,
viu, Ver.ª Jussara? Não tem problema nenhum!
(Manifestações
nas galerias.)
O
SR. IDENIR CECCHIM: Quem quer diálogo terá diálogo. Quem não quer não
vai! Eu acho que o diálogo não interessa para alguns. Acho que o diálogo
interessa para quem quer trabalhar!
Quero dizer mais uma coisa: a Fazenda não vai
parar, não! Não vai parar, porque tem mais gente querendo trabalhar do que
gente querendo parar!
(Manifestações
nas galerias.)
O
SR. IDENIR CECCHIM: Aqui ninguém
é levado pelo grito! Aqui, pelo grito não vai! Aqui, não! Ver. Alberto, queria
agradecer a deferência que V. Exa. tem com o vice-prefeito. Eu acho que V. Exa.
já está vendo o futuro, além de ser inteligente, virou um vidente. O senhor
sabe aonde vai pisar! E já começou a tentar a preparar um caminho um pouquinho
mais suave.
(Manifestação das galerias.)
O SR. IDENIR CECCHIM: Eu não tenho pressa de sair da tribuna.
(Manifestações das
galerias.)
O SR. IDENIR CECCHIM: Vamos fazer um acordo? Vocês esperam um pouquinho, vocês gostam de respeito
como eu. (Pausa.) Não vão parar? Então, não vou sair.
(Manifestação das
galerias.)
O SR. IDENIR CECCHIM: Eu não tenho pressa de sair da tribuna...
(Manifestação das
galerias.)
O SR. IDENIR CECCHIM: Mas tenho respeito por todos, quero dizer isso. Não tenho pressa, mas tenho
respeito.
(Manifestação das
galerias.)
O SR. IDENIR CECCHIM: Eu lamento que um colega de trabalho queira tirar vantagem do outro. Não é
possível! Vamos ganhar todos, é melhor!
(Manifestação das
galerias.)
O SR. IDENIR CECCHIM: Na semana que vem...
(Manifestação das
galerias.)
O SR. IDENIR CECCHIM: Não tem como falar. Não tem como falar.
(Manifestação das
galerias.)
O SR. IDENIR CECCHIM: Eu não me incomodo que vocês fiquem de costas, porque eu não quero fazer selfie com nenhum de vocês! Não me
interessa fazer nenhuma selfie com
vocês! Podem ficar de costas...
(Manifestação
nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Pessoal, faltam só dois minutos para o Ver. Idenir Cecchim terminar.
Vamos pedir a colaboração das galerias...
(Manifestação nas
galerias.)
O SR. IDENIR
CECCHIM: Vamos fazer um acordo?
(Manifestações nas galerias.)
O
SR. IDENIR CECCHIM: Eu quero fazer um acordo com vocês: eu não voto em
vocês, e vocês estão proibidos de votar em mim, em qualquer ocasião! Vocês não
votem em mim nunca! Eu não quero voto de nenhum de vocês! Estão proibidos de
tentar votar em mim para qualquer... Nem para síndico! Eu não quero o voto de
vocês. Eu quero o bem da cidade de Porto Alegre, por isso não tem nada de
prorrogar, de passar para quinta-feira, porque o que vocês querem é isto: é não
trabalhar! É não trabalhar que vocês querem. Eu vou votar com quem quer
trabalhar! Não estou aqui para pagar salário a quem quer ficar gritando! Eu não
quero isso! Votem na Ver.ª Sofia! É ela quem faz cinema, ela que traz claque. A
única claque que eu trago é a minha consciência. Eu não preciso de aplausos, nem
de vaias, isso não me assusta! Eu não quero nenhum de vocês numa fotografia
comigo, eu não quero ver um de vocês me defender! Podem me atacar à vontade! Eu
quero ficar do lado de quem
quer trabalhar, de quem quer receber impostos, de quem quer ver a Cidade
crescer, recolher para pagar salário, inclusive de quem não trabalha! Receber
impostos para pagar salário a quem não trabalha, como muitos de vocês! É isto
que eu quero fazer: trabalhar para quem merece, para quem merece os serviços da
Cidade! Para quem quer atender o cidadão! Eu sou Vereador para o cidadão que
está lá fora, eu não sou Vereador para vocês! Eu não estou aqui para votar
vantagem a quem não trabalha! Eu quero votar para quem quer recolher, para quem
quer trabalhar, para quem quer ser honesto com a Cidade mesmo, sem fazer
demagogia! E, por favor, não esqueçam: fiquem de costas, porque eu não quero
fazer fotografia com nenhum de vocês! Continuem de costas, porque eu não quero
trabalhar para quem é... (Expressão retirada por solicitação do autor, Ver.
Idenir Cecchim.) Eu sei que são poucos, mas quem quer trabalhar conte comigo;
quem quer ficar parado, ganhar no grito, não conte. Era isto: não à
postergação! Vamos votar hoje. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Vereador-Presidente, ou o Ver. Cecchim retira as palavras com que
ofendeu os municipários, chamando-os de vagabundos, de quem não quer trabalhar
e de quem é claque, ou nós faremos requerimento de comissão de ética por falta
de decoro parlamentar do Vereador na tribuna.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Feito o registro, Ver.ª Sofia Cavedon. O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de sua
autoria, como autor.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Venho a esta tribuna, Sr. Presidente, num momento que considero muito
difícil e delicado para a cidade de Porto Alegre. Infelizmente, o meu colega,
Ver Cecchim, provocou e está provocando uma situação que ninguém quer em Porto
Alegre, que é a paralisação da nossa Cidade. (Palmas.) Que é a paralisação da
nossa Cidade! No momento em que qualquer um de nós, por ter discordância de um
projeto em relação ao que se está votando, passa do campo da política e da
discordância para o campo da agressão e da deselegância, começa a complicar. Eu
quero avisá-lo, Cecchim, que o Prefeito não é o Sebastião Melo; o Prefeito é o
José Fortunati! O senhor se refere ao Sebastião Melo como se fosse ele o
Prefeito! Tem um equívoco na sua postura! E quero dizer mais: essa é a postura
que o PMDB tem ao tratar o funcionalismo! Os PMs do Estado acabam de anunciar
que vão paralisar pela maneira como o Governador do Estado está tratando a
Segurança! Eu não quero que a Cidade paralise, e, se não houver outra
possibilidade, essa sempre foi uma postura democrática. Não é por isso que eu
vou desrespeitar aqui os fazendários e dizer que eles não trabalham. Não! Não,
não é por isso! Não é por isso! (Palmas.) Eu quero que os fazendários ganhem
mais!
Mas eu quero fazer algumas perguntas aqui, meus
queridos e prezados fazendários: onde estão os R$ 5 milhões que o Fogaça gastou
no SIAT e que não resolveu a tributação da cidade de Porto Alegre?
(Manifestações nas galerias.)
O SR. ENGº
COMASSETTO: Onde estão? Isso é responsabilidade dos fazendários que não arrecadaram?
Não. Isso é um problema de gestão! É um problema de gestão! E o seguinte: eu
quero, sim, resolver o problema da arrecadação tributária, porque a Prefeitura
virou janeiro e fevereiro no vermelho. Por que isso? É problema de arrecadação
ou é problema de gestão? É problema de gestão.
Mas eu também quero resolver o problema da
fiscalização das obras habitacionais, eu também quero resolver o problema da
fiscalização das grandes obras da Cidade que estão paradas, eu também quero
resolver a fiscalização da defesa civil nas áreas de risco, eu também quero
resolver o andamento e a aprovação de projetos de engenharia e de arquitetura
que não são aprovados, eu também quero resolver o problema da fiscalização
ambiental, eu também quero resolver o problema da vigilância sanitária, eu também
quero resolver o problema da fiscalização do Centro de Controle de Zoonoses na
Cidade. Por que nós não tratamos desses temas como temas da cidade de Porto
Alegre e não como tema de uma categoria? Com o respeito que eu tenho, queremos
enfrentar esse problema, sim. É isso que está em discussão aqui.
Vir aqui jogar uma categoria contra a outra e dizer
que estão aqui porque não trabalham, porque são vagabundos, do meu ponto de
vista é um desrespeito com todos vocês que estão aqui, com os a favor e com os
contrários. Aqui não tem diferença de funcionalismo. Votar esse projeto... E
quem está falando aqui é em nome do PT, do PCdoB e do PSOL... É jogar a
categoria para uma greve geral na cidade de Porto Alegre. Nós não queremos que
isso aconteça. Nós queremos que o Governo paralise – está ali o Gil, que
representa o Gabinete do Vice-Prefeito –, que restabeleça o diálogo, para que
possamos votar o conjunto de projetos, resolvendo o problema da totalidade dos
funcionários, do efeito cascata, acordar de que maneira vai se fazer o plano de
carreira e montar um programa de arrecadação que pegue toda a fiscalização da
cidade de Porto Alegre, inclusive os fazendários, respeitando esse projeto que
aí está. Isso é uma pequena parte do que nós estamos dizendo que queremos tratar
aqui, porque nós queremos tratar o problema da cidade de Porto Alegre e não só
de uma pequena parte, por mais concordância ou discordância que eu possa ter.
E quero dizer mais, para concluir, Sr. Presidente:
o que nós estamos pedindo é só uma prorrogação para análise deste projeto, uma
prorrogação para aquilo que Porto Alegre se vangloria pelo mundo. O Melo e o
Fortunati viajam para fazer palestras sobre a cidade da democracia
participativa. Onde está a democracia, se eles rompem o diálogo com o seu
funcionalismo? Concluo, Sr. Presidente, primeiro com uma mensagem ao Líder do
PMDB, o Ver. Cecchim: ele tem que retirar as palavras que foram ditas aqui, de
ofensa ao funcionalismo. Em segundo lugar, nós não queremos paralisação na
cidade de Porto Alegre, queremos que o Prefeito Fortunati e o Melo restabeleçam
o diálogo com a categoria, para que possamos enfrentar o problema na totalidade
e não só uma parte, que é uma pequena parte, diante da grandeza do problema que
a Cidade poderá enfrentar. Um grande abraço e muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada pela Ver.ª Sofia
Cavedon, o Requerimento de autoria do Ver. Engº Comassetto e outros. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) REJEITADO
por 07 votos SIM e 25 votos NÃO.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da ordem da
priorização de votação, para que possamos, imediatamente, passar à discussão,
em 2ª Sessão, do PELO nº 002/12. Após retornaremos à ordem normal.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, esse requerimento não pode ser
recebido pela Mesa. O momento é inoportuno. Não é neste momento que se trata
desse assunto. No momento adequado ele poderia ser votado. Agora, nós estamos
discutindo o adiamento de um processo que já iniciou a votação; enquanto não se
decidir isso, nada mais pode ser decidido.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Ver. Reginaldo Pujol, foi votado o requerimento de
adiamento, acabamos de votá-lo. Nós não entramos na discussão de nenhum
projeto. E essa tem sido uma prática normal da Casa ao alterar, através de
requerimento, a ordem de votação.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, a ordem da votação foi
estabelecida em dois momentos: primeiro, pelo colégio de líderes; segundo, confirmada
aqui pelos Vereadores presentes, que, na sua maioria, aprovaram esse fato.
Vossa Excelência iniciou a discussão deste projeto, e, por ter iniciado, é que
houve um requerimento pedindo o adiamento. Iniciada a discussão, não há como
voltar atrás, Sr. Presidente. Essa é a verdade!
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Presidente, em primeiro lugar, a sessão é
soberana. E tem sido praxe, nesta Câmara, inverter a ordem de votação conforme
os requerimentos dos Vereadores e Vereadoras. Eu não vejo por que, neste momento,
o Ver. Reginaldo Pujol estar fazendo uma complicação com um requerimento normal
de plenário, democrático, da Bancada do PSOL, de inversão da ordem de votação.
Nós queremos manter o nosso requerimento e dizer ao colégio de líderes e a
todos os que nos acompanham que é uma prática extremamente normal no
Parlamento, ainda mais quando nós temos um projeto que é de interesse da
sociedade no sentido de ampliar a democracia e a transparência e também quando
há projetos com relação aos quais, claramente, há desacordo e inclusive que têm
sido contra os acordos anteriores na Casa. Quem tem rompido acordos aqui,
inclusive, é a maior parte dos partidos vinculados ao Governo, que estão
descumprindo o acordo com a categoria dos municipários.
A SRA. SOFIA CAVEDON:
Vereador-Presidente, apenas reforçando a posição de V. Exa., quero lembrar ao
Ver. Reginaldo Pujol que a oposição apresentou requerimento de adiamento antes
de V. Exa. apregoar o próximo projeto. Estávamos inclusive discutindo o
requerimento do Ver. Nereu D’Avila e apresentamos o requerimento; então, foi
anterior ao início de discussão. E não houve nenhum requerimento do Governo ou
da base do Governo para que fosse votado o projeto. Na verdade, foi votado o
adiamento. Quero fazer um requerimento para que o segundo projeto, depois do
projeto solicitado pelo Requerimento da Ver.ª Fernanda Melchionna, seja o PLL nº 067/14, porque esse é o projeto da terceirização, que está
priorizado há muito tempo, como o segundo ou terceiro; e tanto o projeto do
Ver. Nereu como o projeto da Fazenda foram colocados na frente.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, não quero ser intempestiva, mas me foi entregue – como
sou presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Servidor Público e tenho a
honra de ser a 2ª Vice-Presidente – um documento e vou relatar aqui o conteúdo:
“A Direção do Simpa, em nome de toda a categoria municipária, vem solicitar a
esta Mesa Diretora providências em relação às ofensas proferidas pelo Ver.
Idenir Cecchim na tribuna desta Casa quando textualmente chamou os municipários
contrários à opinião de vagabundos. A Direção vem ressaltar a relação histórica
de urbanidade e respeito com esta Casa”. Vários diretores do Simpa assinam.
(Aparte
antirregimental.)
A SRA. JUSSARA
CONY: Vereador, não vou lhe responder. Estou aqui cumprindo a obrigação de um
mandato que tenho.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Feito o registro, Ver.ª Jussara Cony. Será dado o
encaminhamento. Sobre o posicionamento do Ver. Reginaldo Pujol a respeito da
Questão de Ordem, segundo o art. 94, “Requerimento é a proposição verbal ou
escrita, dirigida por Vereador à Mesa, sobre matéria de competência da Câmara;
(...) § 3 dependerá de deliberação do plenário, sem discussão com
encaminhamento de votação, nos termos desta resolução, o Requerimento que
solicitar: a) alteração da prioridade estabelecida na Ordem do Dia, conforme
deliberação do colégio de líderes”. Portanto, a Ver.ª Fernanda pode, sim, por
Requerimento, pedir a alteração da Ordem do Dia. Ver. Pujol, nós vamos aceitar.
Se alguém deseja fazer Requerimento, Ver. Pujol, Ver. Kevin, Ver.ª Fernanda,
para alterar a Ordem do Dia, vamos fazer, num único Requerimento, todas as
alterações, para ser votado de uma única vez, para que não se fique protelando
a Ordem do Dia por tempo indeterminado.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, ainda que inconformado com a
decisão de V. Exa., mas não querendo protelar, eu me submeto ao que o Plenário
decidir. Se o Plenário decidir acolher o Requerimento da Ver.ª Fernanda, que
deve ser encaminhado, nós, imediatamente, estaremos aqui para deliberar.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Feito o registro, Ver. Pujol.
A SRA. JUSSARA
CONY (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria de incluir no rol de
projetos – até porque desarquivei, falei da tribuna – um projeto que é de
origem da legislatura anterior, do então Ver. Sebastião Melo, o PELO nº 002/12,
sobre o Prometa.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Foi este que a Ver.ª Fernanda pediu.
A SRA. JUSSARA
CONY: A Fernanda pediu? Eu não ouvi, pensei que ela estivesse falando de um
projeto dela. Então são duas Vereadoras combativas a pedir. Muito obrigada.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da ordem da
priorização de votação, para que possamos, logo após a discussão e votação do
PLL nº 067/14, votar o Requerimento nº 034/15, de autoria da bancada do Partido
dos Trabalhadores. Após retornaremos à ordem normal.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, em relação aos requerimentos, eu
quero saber em qual artigo do Regimento o senhor está se baseando para votar em
bloco, uma vez que cada requerimento é único e deve ser votado individualmente.
O SR. NEREU
D'AVILA: Os requerimentos têm que ser votados em bloco, Sr. Presidente. Eu
queria um esclarecimento da Mesa: se for derrotado o primeiro requerimento, no
meu entendimento, os outros também estarão derrotados, aí se seguirá a
priorização de votação.
O SR.
REGINALDO PUJOL (Requerimento): Meu requerimento é no sentido de que seja mantida
a ordem de votação, estabelecida pela soberania do Plenário. Que o Plenário
delibere sobre isso.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Vereador-Presidente, quero ponderar com V. Exa. que só é possível votar
em bloco requerimentos quando houver acordo. Aqui não há acordo de votação em
bloco. Essa é a nossa prática política. Em segundo lugar, o entendimento do
Ver. Nereu não procede: derrubado um, os demais estão derrubados. Cada um tem
um teor diferenciado. Nós achamos que devemos votar um após o outro. E advogo
que o meu seja o segundo requerimento. O Ver. Pujol propõe manter a ordem, que
diz que é soberana do plenário. Não, essa ordem foi uma ordem de Mesa e
Lideranças, sendo que a maioria é da base do Governo. A oposição votou contra
essa ordem, que é injusta, passa por cima de projetos que estão há mais tempo
esperando e de um acordo que tivemos de liderança com os representantes do
conjunto da categoria. Portanto é uma ordem da maioria da Mesa e Lideranças,
não deste Plenário.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. MARCELO
SGARBOSSA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da ordem da
priorização de votação, para que possamos, em quarto lugar, votar a Indicação
nº 069/14. Após retornaremos à ordem normal.
O SR. CARLOS
CASARTELLI (Requerimento): Gostaria de fazer um requerimento, a ser examinado
antes da votação individual dos requerimentos, para votação em bloco de todos
os requerimentos que foram feitos. Obviamente, este requerimento precisa ser
anterior, senão ele perde a eficácia.
(Manifestações nas galerias.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O requerimento de autoria do Ver. Carlos Casartelli
pede que todos os Requerimentos sejam votados em bloco, conforme este
Presidente já tinha feito anteriormente. Se o requerimento do Ver. Casartelli
for votado depois de todos os outros requerimentos, estaria fora de ordem;
então ele tem preferência. Primeiro, temos que votar o requerimento de autoria
do Ver. Carlos Casartelli, para ser votado em bloco ou não, depois entramos no
voto. Se o Requerimento do Ver. Casartelli for derrubado, mantém-se o acordo –
conforme o art. 94, § 3º b, que tem que ter acordo. Se não tiver acordo, poderá
ser votado individualmente. Depois de ser votado individualmente, serão votados
o PELO nº 002/12, o PLL nº 067/14 e o Requerimento nº 034/15. Depois, será
votado o do Ver. Pujol, que pede para ser mantida a Ordem do Dia; esse será o
quinto requerimento. O sexto é a Indicação nº 069/14, no qual só chegaremos se
for derrotado o Requerimento do Ver. Casartelli e o do Ver. Pujol. Pergunto se
todos os Vereadores compreenderam.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Tenho dúvidas, Sr. Presidente. A proposta de votação em bloco inclui
todos os requerimentos?
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Todos os requerimentos que forem do mesmo ...
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Não, não há como pressupor a opinião antes. Então, junto com o bloco,
está o do Ver. Pujol, o meu, o da Ver.ª Fernanda. É um bloco só. É essa a
proposta?
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O bloco dos iguais.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: São iguais, não, Vereador?
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Ver.ª Sofia, a senhora foi Presidente da Casa e
sabe como funciona. Se forem matérias diferentes, não se pode fazer um bloco de
matérias diferentes, desiguais.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Mas quem é que está separando os blocos?
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Não são blocos, Ver.ª Sofia. O do Ver. Pujol é um
requerimento com conteúdo diferente do Requerimento da Ver.ª Fernanda, do seu e
do Ver. Marcelo Sgarbossa.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Está prejudicado o Requerimento do Ver. Casartelli, porque não é
possível fazer um bloco. Ele não especificou. Ou é um bloco total ou está
prejudicado. Presidente, está prejudicado. Ele está sugerindo votarmos em
bloco.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): São matérias diferentes, Ver.ª Sofia. A senhora
quer criar um conflito que não existe.
(Manifestações nas galerias.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Como não? Há um único requerimento. Há uma solicitação de votação em
bloco. Se não é possível ser em bloco, esse requerimento não tem guarida.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Ver.ª Sofia, nós vamos votar primeiro o
Requerimento do Ver. Casartelli, que pede que seja votado em bloco. Se ele for
derrotado, nós vamos discutir quais serão em bloco ou não.
(Manifestações nas galerias.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Carlos
Casartelli, que solicita que todos os requerimentos sejam votados em bloco.
(Pausa.) A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a
votação do Requerimento de autoria do Ver. Carlos Casartelli.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: É óbvio que nós vamos votar contra o Requerimento
do Ver. Carlos Casartelli. É óbvio que nós não vamos aceitar um trator do
Governo na Câmara Municipal que rompe todos os acordos com a oposição ou com os
municipários e que, de maneira antidemocrática, quer, inclusive, tolher a
liberdade de fala, de fala sobre requerimentos diferentes. É óbvio que nós
vamos votar contra o Requerimento do Ver. Carlos Casartelli, porque,
infelizmente, o Governo decidiu dar um golpe no Sindicato dos Municipários,
rompendo uma decisão de dezembro do ano passado e de uma reunião na
quinta-feira que tentou priorizar o projeto, e há quatro meses o próprio
Governo não apresentou alternativa para o conjunto da categoria dos
municipários, muito embora os próprios municipários tenham apresentado
alternativa. O Prefeito Fortunati e o Vice-Prefeito Melo estão estampados em
cima do projeto que determina que não haja nenhum centavo a menos. Claro que
nós vamos votar contra o Requerimento do Ver. Carlos Casartelli, porque não vão
roubar uma das únicas opções que se tem de fazer um debate nesta Casa, já que
foi uma maioria – construída numa base aliada – que fez um projeto no final de
2012, ampliando em milhões os gastos de CCs para acomodar os partidos da base
aliada lá no Paço Municipal! É óbvio que terá a nossa contrariedade, assim como
vai ter contrariedade pelo desrespeito político sistemático ao conjunto da
categoria.
Eu não sei como vocês, mesmo os que são a favor do
projeto da Fazenda, aceitam que chamem os seus colegas de vagabundos! Porque
dizer isso de uma categoria valorosa é inaceitável, mesmo havendo posições
diferentes! Não aceito que chamem quem tem uma posição diferente da minha de
vagabundo e de desonesto! Desonesto é o Governo que rompe acordo e manda, a
toque de caixa, de maneira açodada, um projeto para a Câmara de Vereadores!
Desonesto é o Governo que não recebe a Assimfaz, que está há três meses pedindo
uma audiência com o Vice-Prefeito Melo e com Prefeito Fortunati! E eles dizem
que são democráticos! Desonesto é o Prefeito dizer que vai ter democracia, que
vai ter diálogo, que vai ter GT, e não chamar para uma reunião do GT e
descumprir todos os pactos com os municipários; não cumprir o plano de saúde;
não cumprir o plano de carreira e, ainda, querer mandar um projeto que resolve
só o setor da Fazenda e não o conjunto da categoria dos municipários! Desonesto
é o Governo que faz um sistema privatizado, como foi o SIAT, que prejudicou a
arrecadação do Município de Porto Alegre e que entrou no rol dos milhões: R$ 50
milhões nos saldos da corrupção neste Governo Fortunati, que é dinheiro de
todos, de quem é a favor e de quem é contra!
Agora, o fato de haver diferença nunca pode servir
para aceitar que desrespeitem o colega da gente; nunca pode servir para achar
natural desrespeitar colegas que hoje têm posição diferente, mas que amanhã
podem estar juntos no enfrentamento aos governos que retiram os direitos dos
trabalhadores. Nunca pode servir de argumento, porque hoje é um; amanhã pode
ser outro, e, quando o efeito cascata chegar, vai chegar para todos os
municipários, e nós não aceitamos que joguem trabalhador contra trabalhador,
porque eles querem dividir os trabalhadores para atacar todos os trabalhadores
do Município de Porto Alegre, para atacar todos os trabalhadores do Brasil! Ou
vocês acham que o ajuste é só para quem está do lado de cá, e não é para quem
está do lado de lá? Ou vocês acham que essa política de aumentar ICMS,
que agora o Sartori quer, é só para quem está do lado de cá, e não é para quem
está do lado de lá? Ou vocês acham que o PL da terceirização, que acaba com
qualquer conceito de conquista da CLT, atinge ou não atinge todos os
trabalhadores do Brasil, rebaixando o nível salarial, colocando a terceirização
em tudo o que é setor possível? Ou vocês acham ou não acham que a política
deles é sempre segmentar para tirar a força dos trabalhadores, que é a força da
União?
Como podem nos pedir que
aceitemos votar um projeto em separado sem ter uma discussão em conjunto para
todos os municipários, muito embora já tenham sido votadas várias gratificações
na Câmara de Vereadores, inclusive como conquista de greve? Inclusive, como
conquista de greve, foi a emenda, por exemplo, aprovada em 2011, garantindo,
como me lembrou o João Pedro, que nenhum servidor possa ganhar menos de um
salário mínimo. Quando os trabalhadores seguem ganhando menos de um salário
mínimo? Os operários do Padrão A, do 2B, do 2C, do 3D, do 3A, do 3B, do 3C, do
3D! Vocês acham que não é contra todos os municipários? E ainda assim vêm
chamar os colegas de vagabundos?! Aí não dá! Aceitar que desrespeitem quem está
na luta? Quem está na luta mesmo com posições diferentes? Eu não aceito! É
inadmissível, Ver. Cecchim! É inadmissível! Inadmissível chamar os
trabalhadores municipais de vagabundos! É inadmissível! Inadmissível!
Vagabundagem é o que o Governo está fazendo.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PROF. ALEX FRAGA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicito abertura do painel eletrônico para
verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Prof. Alex Fraga. (Pausa.) (Após o
fechamento do painel eletrônico.) Há quórum.
A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Carlos Casartelli.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, colegas municipários,
queria que tivéssemos aqui algumas respostas, que os Vereadores da base do
Governo viessem aqui, porque aqui é o Parlamento, e não para xingar os
municipários, desrespeitá-los, considerá-los menores, ou uma claque, ou sem
opinião, ou vagabundos, como foi dito aqui, quando estão lutando pelos seus
direitos. Eu queria que viessem aqui explicar algumas coisas que não fazem
sentido. Uma delas é por que o Governo se apressa em comprometer das receitas
municipais, no ano de 2015, R$ 4,374 milhões; no ano de 2016, R$ 10,186
milhões; em 2017, R$ 17,802 milhões. Para beneficiar quem, Dr.
Thiago? Cento e dez fiscais e dez exatores. E eu vou repetir os valores que
constam do projeto que os Vereadores aceleram aqui para votar, que atropelam
aqui para votar, não respeitando o pacto que construíram com a categoria. É
muito grave. E aí não é nenhum desrespeito pessoal, colegas.
Um dos projetos priorizados
aqui, o que eu priorizei, foi um projeto que quer modestamente garantir às
funcionárias de cozinha e limpeza terceirizadas, sabem o quê? Trinta dias de
férias, porque elas não têm garantido, porque, se for cooperativa, vão ser 15
dias; são os funcionários da Cootravipa, que trabalham que nem nós, para o povo
de Porto Alegre, que ganham uma miséria de um salário mínimo e não param 30
dias no ano! É garantir 13º, porque eles não têm, é garantir
licença-maternidade, porque não têm, e são tão colegas quanto nós, vivem um
drama de humilhação, de miséria com o dinheiro público! E o Governo, que vetou
os 30 dias de férias que eu consegui aprovar, que nós aprovamos nesta Casa – o
Prefeito Fortunati vetou no ano retrasado, e esta Casa manteve o veto de 30 dias
de férias –, não hesita em gastar, daqui a três anos, R$ 17 milhões com 120
funcionários da Prefeitura! Lamentavelmente, não tem uma explicação de que isso
é absolutamente necessário, não tem nenhuma explicação.
O Ver. Cecchim vem dizer
aqui que são os que querem trabalhar, que os outros não querem trabalhar.
Gente, eu quero entender as razões deste Governo comprometer esse recurso todo
e humilhar trabalhadores terceirizados na Educação, na FASC, na Saúde e deixar
o conjunto do funcionalismo na insegurança. Por quê? Porque o Prefeito mandou
para cá o projeto de lei do efeito cascata, que tira os direitos, os
municipários andam com uma camiseta que só pede o quê? Nenhum centavo a menos,
não pedem R$ 17 milhões a mais. Nenhum centavo a menos! Estão aqui, Vereadores
e Vereadoras, para que este Projeto do Plano de Carreira do efeito cascata saia
da Câmara, porque tira dinheiro da carreira conquistada dos municipários! Não é
mentira, Ver. Nedel! Nós fizemos as contas, mantêm os
percentuais e, lá no fim da carreira, reduz o ganho. A Prefeitura de Porto
Alegre faz isso com o conjunto dos municipários e não hesita em gastar R$ 17
milhões – desculpa, colegas –, com os salários todos que batem o salário do
Prefeito! Todos, todos acima do salário do Prefeito! Eu não quero ouvir aqui o
que os fiscais disseram para algumas professoras: “Vão estudar!” Não, colegas,
isso não! Eu quero entender as razões. Deve haver razões poderosas! Ninguém
veio explicar as razões para uma escolha cruel como essa com a receita da
Prefeitura!
Cabia aos Vereadores,
em vez de vir xingar e desafiar a categoria, vir explicar as razões de um
projeto sobre o qual até a Prefeitura tem dúvida; ela mandou para cá uma
Mensagem Retificativa, tirou; outra Mensagem Retificativa e emendou! Há três
emendas na segunda Mensagem Retificativa! Ou seja, o Governo está inseguro,
está construindo, negociando, ampliando, arredondando, etc., com um setor da
categoria municipária. Presidente, 120 municipários valem mais, têm mais
direitos, têm precedência em relação a 18 mil municipários, à dignidade da
nossa carreira, à unidade da nossa categoria? Expliquem, Vereadores, para a
Cidade os R$ 17 milhões! Expliquem a imperiosidade de uma escolha como essa,
cruel com os funcionários terceirizados, cruel! É escravização! No final do ano
passado, eram mil mulheres da SMED na frente da Prefeitura, porque não tinham
13º, não tinham salário no fim do ano e não tinham rescisão! A empresa
desapareceu! Mil mulheres que trabalham na cozinha e na limpeza! E o Governo
não tem dó, nem piedade! Não multa a empresa, não muda a regra e, no entanto,
com um grupo de privilegiados age dessa maneira! É triste! É duro! É
lamentável! E eu repudio!
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver.
Alberto Kopittke está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria
do Ver. Carlos Casartelli, pela oposição.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Hoje, realmente, é um dia em que achei que não ia ouvir aqui o que eu
ouvi, porque esses, Ver. Cecchim, que o senhor chamou de vagabundos são os que
pagam o seu salário, os que pagam o meu salário. (Palmas.) É que o senhor... O
PMDB, aliás, reiteradamente, faz isto, como está fazendo agora no Governo do
Estado: separa o mundo pelo contracheque das pessoas. Fala fininho com aqueles
que têm um contracheque alto e achincalha os que têm contracheque baixo. Essa é
a concepção de mundo que o PMDB tem, algo que, aliás, o Estado conhece muito
bem – Governo Simon, Governo Brito, até PM eles mandaram embora. E, agora, em
quatro meses de Governo Sartori, praticamente todas as categorias já convocaram
manifestações e mobilizações contra essa concepção que nós ouvimos aqui, que
desrespeita não só vocês, mas também quatorze Vereadores que são servidores
públicos como vocês e que foram chamados de vagabundos aqui. O Delegado
Cleiton, o Prefeito Villela, o Dr. Casartelli, o Dr. Thiago, Dr. Nereu D’Avila,
a nossa querida Jussara, o Pujol, o Garcia, o Professor Alex, a Professora
Sofia, a bancária Fernanda Melchionna, o Ferronato são servidores públicos!
Qual é o critério para chamar de vagabundo? Essa é uma concepção que escutamos
aqui; aqueles que lutam por direitos, reiteradamente, são chamados por alguns
setores de vagabundos, que atrapalham o trânsito. Essa é a concepção que vocês
estão vendo aqui. É todo o dia, é uma concepção de mundo, contra os pobres,
contra aqueles que lutam para ter um país com justiça social.
Nós não queríamos estar aqui, e quero falar com os
colegas que estão legitimamente também lutando pelos seus interesses... Não há nenhum
demérito nos colegas que aqui estão lutando por seus interesses. É essa a
concepção de Cidade que nós queremos? Só pensando no seu interesse próprio e
numa guerra dentro das repartições públicas? Eu sei que essa não é a visão da
maioria de vocês, porque sei que, no dia a dia, vocês são colegas uns dos
outros, vocês sentam lado a lado. Essa concepção é o que hoje é Porto Alegre,
essa é a concepção do Prefeito Fortunati e do Vice-Prefeito Sebastião Melo, uma
concepção que separa a Cidade entre ricos e pobres, que presta serviço muito
bem lá no Parcão e esquece as vilas da Cidade; que atende muito bem a parte de
cima dos servidores, mas fecha a porta para imensa maioria dos mais de 18 mil
servidores da ativa. (Palmas.) Esta é a concepção de Cidade: uma cidade
separada, segregada entre os de cima e os de baixo da folha de pagamento.
É triste o dia de hoje, é triste, e vocês sabem,
porque vocês estarão no dia a dia. Nós vamos passar, os Vereadores passam, mas
quem fica no dia a dia da Cidade são vocês, construindo Porto Alegre. E vocês
construirão em guerra, uns com os outros? Pois vale a reflexão. Eu sei que a
gente pensa mais no final do mês e nos interesses próprios, mas sei que cada
um, com a sua formação de nível superior, tem condições de saber da barbaridade
que este Governo acabou de dizer ao chamar os servidores da Cidade de
vagabundos! O desrespeito desse senhor em chamar os servidores que constroem
Porto Alegre, muito mais do que o senhor, que estão lá no dia a dia construindo
Porto Alegre, resolvendo os problemas que nós mandamos para a Prefeitura... São
vocês, que botam a mão na massa e constroem Porto Alegre, que foram chamados de
vagabundos. Aliás, Fernando Henrique já fez isso em outros tempos e se deu mal.
E vai se dar mal também, porque essa concepção não vai prosperar em Porto
Alegre, essa concepção chegou sorrindo, dizendo que o que era bom iria ficar...
Agora vai ficando claro qual a concepção de Cidade do PMDB, do Sr. Fortunati e
do Sr. Sebastião Melo. Mas haverão de ter respeito, se não por bem, nas urnas.
No ano que vem, o povo saberá dizer quem é vagabundo aqui e qual o projeto de
Cidade que defendem.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PROF.
ALEX FRAGA (Requerimento): Sr. Presidente,
solicito verificação de quórum.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicito abertura do painel eletrônico para
verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Prof. Alex Fraga (Pausa.) (Após o
fechamento do painel eletrônico.) Há
quórum.
O
SR. KEVIN KRIEGER (Requerimento): Sr. Presidente, eu requeiro a continuidade da
sessão, de acordo com o art. 145 do Regimento.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Ver. Kevin Krieger, Líder do Governo, conforme o
art. 145, do Regimento, a sessão poderá ser prorrogada, por prazo
não superior a duas horas, para discussão e votação da matéria
constante na Ordem do Dia, desde que requerida por Vereador ou proposta pelo
Presidente e aprovada pelo Plenário.
Então, Ver. Kevin Krieger, assim que terminar a
votação do outro Requerimento, colocaremos o seu em votação.
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. João Bosco
Vaz, o Requerimento de autoria do Ver. Carlos Casartelli. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) APROVADO por 25
votos SIM e 06 votos NÃO.
Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Kevin
Krieger, que solicita a prorrogação da sessão por duas horas. (Pausa.) O Ver.
Marcelo Sgarbossa está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento
de autoria do Ver. Kevin Krieger.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, em primeiro lugar,
o que acabamos de votar aqui, na nossa opinião, dependerá de uma análise
jurídica quanto a ser possível ou não votar em bloco todos os requerimentos que
foram feitos. Digo isso, lendo o Regimento, que diz, no seu art. 94, § 3º, que
“dependerá de deliberação do plenário, sem discussão, com encaminhamentos de
votação, nos termos desta resolução, o requerimento que solicitar: a) alteração
da prioridade estabelecida na Ordem do Dia, conforme deliberação do colégio de
Líderes; b) votação em bloco de projetos de mesma matéria, com pareceres
favoráveis ou de emendas, se houver consenso das Lideranças”. Portanto, não
havendo consenso das Lideranças, não é possível votar em bloco.
Enfim, digo isso porque acho que vale aqui um
encaminhamento e um amadurecimento democrático da Câmara, através de mudanças,
se for o caso, do Regimento. Mas para nós o Regimento está aqui muito claro.
Vejam, estamos agora encaminhando para uma nova sessão; numa segunda-feira, uma
nova sessão. Segundas-feiras, geralmente, por volta das 16h30min, 17h, já
estamos terminando. A pressa é tanta, eu diria a arrogância é tanta, que se
faz, inclusive, uma sessão extraordinária para votar um projeto que... Vejam,
eu queria ouvir aqui, talvez do Ver. Kevin Krieger, que houve um cronograma de
debates realizado, que este projeto tivesse sido discutido à exaustão. Não
houve nada, não há uma fala aqui defendendo o mínimo debate que tenha
acontecido sobre esse projeto. Eu acho que temos que problematizar a questão do
diálogo, porque nós temos um Vice-Prefeito e um Prefeito que, formalmente,
dizem que estão abertos para o diálogo.
Quero fazer um relato aqui. Nós tínhamos um projeto
de nossa autoria. Meses depois, o Executivo protocola um projeto sobre o mesmo
tema. Está aqui o Gil, pode usar algum Vereador aqui para me corrigir, se eu
estiver omitindo a verdade. Fui chamado pelo Vice-Prefeito Sebastião Melo para
tratarmos desse projeto: da retirada, eventualmente, dos dois projetos e
apresentação de um projeto único. Pois bem! Mesmo reconhecendo a legitimidade do
nosso projeto, que entrou antes na Câmara, o Prefeito decidiu patrolar o nosso
e aprovar o projeto do Executivo, que é igual, idêntico. Então, vejam: um
diálogo em que não se escuta não é um diálogo! Aqui, no caso, nem diálogo há!
Mas eu quero dizer que, quando há diálogo, é um diálogo que não mostra nada de
sensibilidade, ou de possibilidade de mudança, esse é o problema. Vou dar um
outro exemplo...
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Ver. Marcelo, o senhor tem que discutir o
requerimento, que é de prorrogação da sessão.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Perfeito. Estou fazendo um raciocínio para mostrar o quanto a pressa e
a falta de diálogo nos levam para uma prorrogação de sessão, para uma nova
sessão, esse é o meu embasamento! Nós, como Vereadores da oposição, está claro
isso, é óbvio que estamos usando o tempo como uma forma de ter alguma
sinalização da base do Governo de retirar, de abrir o diálogo. Vejam, eu estou
fazendo aqui uma provocação para que o Governo diga que houve um mínimo de
diálogo. Se tivesse havido diálogo, os pontos teriam ficado mais claros: qual é
a divergência, em última análise é uma questão de decisão política... Mas aqui
tem uma série de informações contraditórias. Então, nós ficamos, até de uma
certa forma, divagando sobre temas, sem saber a posição do Governo. É um
silêncio gritante do Governo. Tem maioria na Casa, vocês percebem a cada
votação, e chegará ao ponto, inclusive, de uma nova sessão extraordinária para
fazer valer a sua vontade, sem diálogo. Lastimamos e fizemos esta ressalva:
cuidado, porque, às vezes, mesmo o diálogo não leva a nada, mas aqui nós
queríamos, pelo menos, o diálogo. Vamos votar, obviamente, contra a prorrogação
da sessão. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PROF.
ALEX FRAGA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicito abertura do painel eletrônico para
verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Prof. Alex Fraga. (Pausa.) (Após o
fechamento do painel eletrônico.) Há
quórum.
O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Kevin Krieger.
O SR. PROF.
ALEX FRAGA: Boa noite, senhoras e senhores. A tarde se foi, chegou a noite, mas,
infelizmente, pelo que se pode perceber, as manifestações dos Vereadores do
Governo praticamente não existem. Um ou outro sobe aqui, ofende os
trabalhadores – isso é um desserviço à população de Porto Alegre.
Nós, Vereadores da oposição, em especial a Ver.ª
Fernanda Melchionna e eu – Vereadores do PSOL – não nos opomos ao debate, não
nos opomos a ultrapassar o horário regimental, em sessões que podem se estender
até às 20h30min. Quando os temas são relevantes, ficamos aqui. Porém, para um
projeto de tão grande importância e tão delicado assunto, volto a reforçar:
precisamos de mais diálogo. Onde está a Prefeitura? Onde está o Prefeito? Onde
está o Vice-Prefeito? Estamos tentando dar esse tempo às nossas autoridades
para que eles possam se manifestar. Mas onde estão eles? Mais uma vez, uma
gestão ausente, uma gestão ausente, uma gestão que se fecha ao diálogo, uma
gestão que quer atropelar os anseios da categoria. Infelizmente, é isso que nós
temos pela frente, e o ano que vem é ano eleitoral, é o que se avizinha, pois,
como dizem os jornais, o sucessor natural deste Governo é o Vice-Prefeito
Sebastião Melo, que é do partido do Ver. Idenir Cecchim, que subiu a esta
tribuna para ofender boa parte dos trabalhadores desta Cidade. Será que este
pensamento, esta diretriz de Governo vai estar no programa de governo do nosso
atual Vice-Prefeito? Será? A falta de diálogo será recorrente? Eu acredito que
sim. Infelizmente.
Temos uma Porto Alegre que avança a passo de
tartaruga, que não debate temas importantes nem no Executivo nem nesta Casa.
Pautamo-nos muitas vezes pelos pequenos interesses de grupos localizados e os
interesses de maior âmbito. A questão da segurança: por que não vamos à questão
da segurança? Aí se toma uma medida simplista de propor, nesta Casa, cercamento
de parques. Por favor, senhoras e senhores, isso não vai resolver os nossos
problemas! Nem os de ordem direta nem os problemas futuros.
Estamos em um momento delicado. Precisamos de
diálogo entre a Prefeitura e a categoria, mas cadê o diálogo? Infelizmente,
temos dois ouvidos para ouvir e uma boca para falar. Seria muito melhor que os
gestores da Prefeitura pudessem ouvir mais. Ouvir! Não fingir que estão
ouvindo, porque é o que tem acontecido até agora. Os anseios da categoria não
são ouvidos. Quando acontece audiência pública... Audiência pública para quê?
Então, pelo menos que o nosso Prefeito José
Fortunati e o seu Vice vão às audiências com as mãos nos ouvidos. Pelo menos
eles vão escancarar a sua prática de não escutar. Botem os dedinhos, um em cada
orifício auditivo, e deixem bem claro: “Eu estou aqui só pelo protocolo, mas eu
não quero saber o que vocês pensam, pouco me importa a opinião de vocês”. É o
que nós temos e é o que teremos, se essa gestão for ratificada na Prefeitura.
Para encerrar, então, senhoras e senhores,
lamentamos muito toda esta tarde de discussão; a discussão é boa, ela é
produtiva, na maioria das vezes, porém não adianta discutir com quem não quer
ouvir. É isso que nós temos na realidade, no atual momento. Boa noite, e vamos
seguir batalhando.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. Kevin Krieger, pela oposição.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Vereador-Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu falo, em
nome do PT, por que nós não concordamos com a prorrogação desta sessão por duas
horas. Nós não concordamos, Presidente, porque nós estamos a tarde inteira
falando sozinhos. Houve uma intervenção apenas, eu acho, da base do Governo, na
tribuna – uma única! Nós estávamos na expectativa de que nessa intervenção
houvesse explicações para a sociedade, para os municipários, para a imprensa,
para todos, sobre as razões poderosas que a Prefeitura teria para fazer esse
investimento. Aí, Presidente, estamos a tarde toda buscando essas explicações,
falando sozinhos, falando como oposição, esgotando os nossos argumentos, e,
quando vem um único Vereador da base do Governo falar, vem para xingar, para
desrespeitar, para ameaçar, para desmerecer a luta dos municipários. Aí o que
justifica prorrogar uma sessão de uma Câmara de Vereadores da Capital dos
gaúchos com esse tipo de comportamento?
Ver. Kevin Krieger, que está solicitando essa
prorrogação, o senhor está começando uma Liderança da base do Governo – do PDT,
do PP, dos partidos da atual coalizão –, e eu vou lhe fazer uma pergunta,
novamente, Ver. Kevin Krieger, ao senhor que está pedindo a prorrogação por
duas horas – e nós somos contra, porque não há disposição de diálogo: por que o
Secretário Jorge Luís Tonetto informa, declara à Câmara de Vereadores, o
seguinte? (Lê.): “(...) solicita a alteração da estrutura da Secretaria
Municipal da Fazenda, tenho a informar que o impacto financeiro em 2015 será de
R$ 4.374.746,00 (quatro milhões, trezentos e setenta e quatro mil, setecentos e
quarenta e seis reais e oitenta e quatro centavos), e que o impacto financeiro
em 2016 será de R$ 10.186.995,07 (dez milhões, cento e oitenta e seis mil,
novecentos e noventa e cinco reais e sete centavos) [mais que dobra em dois
anos em salário, e depois vou ler onde entra], e que o impacto financeiro em
2017 [de novo, não dobra, mas quase dobra o de 2016] será de R$ 17.802.112,48
(dezessete milhões, oitocentos e dois mil, cento e doze reais e quarenta e oito
centavos) [informa aos colegas municipários, ao Simpa, que está começando a
data base, que fez assembleia], estando em conformidade com o limite de gastos
com Despesa de Pessoal em relação à Receita Corrente Líquida (RLC), previsto no
art. 20 da LRF 101/2000, para este Município.” Ou seja, tem folga no Orçamento
da Prefeitura, e a Prefeitura se dá ao luxo de gastar R$ 17 milhões com os mais
altos salários. Não explica em nenhum momento por que é necessário isso. A
gente ouve pelos corredores que é para arrecadar mais: ou paga, ou não arrecada
mais. Eu não acredito que os colegas municipários estão tendo “capacidade
extraordinária de pressão” (Expressão substituída por solicitação da autora,
Ver.ª Sofia Cavedon.) com o Prefeito e o Vice-Prefeito.
(Aparte antirregimental do Ver. Nereu D’Avila.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Não seria do tema, Ver. Nereu? O Ver. Nereu está me policiando aqui. Tem
que haver sentido e razões para prorrogar por duas horas uma sessão que não tem
diálogo – esse é meu argumento. Nós estamos falando; vocês não estão falando. A
base do Governo não vem aqui, não explica, e eu quero saber por que o Governo
acha que deve gastar esses milhões todos. Por quê? Se viesse aqui e dissesse
que é uma categoria que não tem dignidade, que não tem um salário mínimo, nós
queremos terminar com a terceirização... A FASC tem 500 terceirizados, um
absurdo, assistente social, advogado; a FASC não existe, ela é terceirizada, é
uma superexploração, um dia recebe vale-transporte, outro alimentação, e o
Secretário Líder do Governo é o Kevin Krieger. Usa os R$ 17 milhões para botar
a FASC em dia, para tratar direito os municipários, a sua Secretaria. Nós somos
contrários à prorrogação porque não há diálogo e porque tem muito mistério
nessa negociação, muita chantagem, muita coisa mal explicada e um desrespeito profundo
com o conjunto dos municipários.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PROF.
ALEX FRAGA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicito a abertura do painel para verificação de
quórum, solicitada pelo Ver. Prof. Alex Fraga. (Pausa.) (Após o fechamento do
painel eletrônico.) Há quórum.
A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Kevin Krieger.
A SRA. JUSSARA
CONY: Eu gosto de dialogar com as pessoas. Eu achei muito bonito esse “ah” de
vocês, eu me considerei “algo”, subindo aqui. Que bom, muito obrigada, pessoal.
Na boa, eu acho que a gente tem que se respeitar; todos vocês são funcionários;
eu sou servidora pública. Então, eu acho que as relações são de respeito, e é
dessa maneira que eu subo sempre à tribuna. Aliás, eu não vim antes aqui porque
estou em plena crise de asma, estou há horas com vontade de falar, mas tive que
fazer uma medicação ali para poder vir agora.
Eu acho que o Ver. Sgarbossa trouxe uma questão
interessante, que é a análise jurídica da votação em bloco de matérias de
natureza diferente. Por exemplo, eu queria discutir – a Fernanda pediu, e eu
secundei – o Prometa. Pasmem, vejam o que estamos vivendo. No primeiro dia que
cheguei aqui desarquivei o Prometa, um Projeto do Ver. Melo, hoje
Vice-Prefeito, que eu achei interessante. E só hoje a gente está conseguindo
votar. Vejam bem, o atropelo de um lado e, às vezes, tanta demora para outras
questões. O Ver. Melo não conseguiu, e eu agora desarquivei exatamente porque o
Prometa, pasmem, é uma importante ferramenta de participação popular.
Participação popular, o que não está acontecendo em relação à Prefeitura!
Então, há uma contradição do Vereador, agora Vice-Prefeito: incentiva, com um
projeto, a participação popular, e agora essa participação é negada. Acho que a
Câmara, inclusive, está atropelada. Eu sei que estou discutindo aqui a
prorrogação da sessão, mas é impossível não passar para dizer que eu vou votar
contra a prorrogação só por algumas questões que estão acontecendo. Esse
projeto é uma imposição, é uma imposição aos municipários, ao Município. Aliás,
essa dificuldade que eu tive de vir à tribuna àquela hora, eu estou dizendo
agora, porque eu deveria ter podido falar um pouco antes.
Não resolve algo que considero extremamente
importante e prejudicial, que é a independência e o respeito entre os Poderes.
Não está havendo isso, como não está havendo também o diálogo com todos os
servidores. A Câmara está atropelada, inclusive, nas relações da Câmara, nas
relações que a Câmara fez, no que tange ao acordo que foi rompido pelo
Executivo, foi rompido com os servidores e foi rompido com a Câmara. Vou votar
uma prorrogação de sessão para dar o aval ao rompimento de um diálogo e de um
acordo? Não dá, não dá! Isso aí é mistificar o que, na realidade, está em
discussão aqui.
Nesta Câmara atropelada, também, eu quero dizer,
como todo respeito que eu tenho a todos os meus colegas, que eu me senti, como
funcionária pública – sabendo do significado do que nós, servidores, somos para
a gestão da coisa pública –, atingida com o adjetivo que foi pronunciado aqui,
em relação aos servidores, pelo Ver. Cecchim. Eu não vou repetir esse adjetivo,
porque os trabalhadores não merecem esse tipo de adjetivo. Nenhum trabalhador
merece! Não é através da minha boca, servidora pública, que vai haver a
repetição daquilo que foi dito. Aliás, quando querem entregar o público para o
privado, a primeira coisa que dizem é que os servidores públicos não trabalham;
por isso, tem que privatizar. Cuidado, pessoal! Na minha concepção de mandato,
de Vereadora, de ter sido Deputada, eu não consigo dialogar com esse tipo de
coisa. É uma infração ao código de ética da Câmara Municipal. É essa a minha
concepção. É uma infração, ao código de ética da Câmara Municipal, adjetivar
trabalhadores.
Então, quero finalizar dizendo que nós estamos
falando sozinhos aqui, a oposição; nós, a oposição, estamos falando sozinhos.
Mas nós somos uma oposição responsável, jamais deixaremos de falar, nem que
estejamos falando sozinhos, porque os servidores estão acompanhando todos os
servidores, e um dia o tempo é o senhor da razão. Eu quero que este dia fique
marcado, se este projeto for aprovado, para o futuro, da desgraça que vai ser
na cidade de Porto Alegre aos servidores públicos, porque estão jogando
servidor contra servidor. Então, eu encaminho contra a prorrogação da sessão.
Há coisas da sessão anterior que não me justificam que eu tenha que votar para
prorrogar esta sessão, quando há algumas questões, inclusive, de desrespeito
que não foram resolvidas na sessão anterior. É isso. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PROF. ALEX FRAGA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicito abertura do painel eletrônico para
verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Prof. Alex Fraga. (Pausa.) (Após o
fechamento do painel eletrônico.) Há
quórum.
Em votação nominal, solicitada pela Ver.ª Sofia
Cavedon, o Requerimento de autoria do Ver. Kevin Krieger. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) APROVADO por 25
votos SIM e 06 votos NÃO.
Em votação o bloco dos Requerimentos que solicita a
alteração da ordem de priorização de votação na Ordem do Dia. (Pausa.) A Ver.ª
Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do bloco de
Requerimentos.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, vou encaminhar
explicando o projeto, dando uma pausa aqui nos argumentos – e já nos dá um
esgotamento pela falta de escuta –, explicando o que é o projeto para qual
solicitei priorização. É um projeto que coloca critério de licitação para a
terceirização no caso de cooperativas de trabalho. Infelizmente, as
cooperativas de trabalho – uma conquista dos trabalhadores no sistema
cooperativado, que era para sair da exploração do patrão, daquele que
intermedeia a mão de obra –, via de regra, viraram uma forma de escravização.
Aos donos das cooperativas não é pedido nenhuma transparência:
não há plenário, prestação de contas, redistribuição de lucros e não há
previsão de garantia dos direitos mínimos. O que acontece com essas
cooperativas? Primeiro, elas ganham a licitação porque preveem não pagar os
direitos, nem dias de saúde, se a pessoa adoece, se a pessoa tem licença de
trabalho. Elas ganham a licitação, Ver. Thiago, das empresas porque não preveem
o pagamento de direitos, repassam o custo. E, mais grave que isso, elas recebem
um recurso que ninguém sabe aonde vai parar, que fica na mão dos donos da
cooperativa, e essas cooperativas desaparecem perto do fim dos contratos.
Na educação – para os
colegas que não são da educação – nós temos, desde 2005, a exacerbação dessas
relações de trabalho, quando a Meta substituiu pela primeira vez a Cootravipa.
A Meta desapareceu no meio do caminho, deixou de pagar salário. Depois, veio a
Cootrario, e agora é a Clinsul, e é o mesmo quadro, o mesmo drama: os
funcionários ganham uma miséria, nunca ganham em dia, o salário não chega nem
no dia 30, o vale-transporte atrasa, elas nunca sabem direito o valor que vão
receber, porque não fornece contracheque. E isso é uma relação de trabalho
direto com a Prefeitura, do lado dos nossos colegas professores e professoras,
de alguns funcionários de carreira que sobraram, dos nossos alunos, preparando
a alimentação, limpando a escola, atendendo o serviço público. Esse é o
escândalo, com o qual nós convivemos há anos na Prefeitura de Porto Alegre. A
Prefeitura não multa essas empresas. A Prefeitura é frouxa no tratamento dessas
empresas e cooperativas. Nós conseguimos que a Prefeitura contratasse como CLT
a Cootrario, a qual desapareceu no final do ano passado! A Prefeitura arcou com
as demissões dessas colegas funcionárias terceirizadas.
Portanto, aqui na Câmara,
conseguimos colocar alguns direitos depois de muita luta, em 2005, 2006, quando
era a criminosa Meta, mas não conseguimos mais, porque, para a Prefeitura, é
muito confortável pagar mal os trabalhadores. É lamentável isso. A Prefeitura
não faz o esforço e o sacrifício que está fazendo agora, para uma casta muito
pequena, para um grupo muito pequeno de funcionários. A Prefeitura não evolui
nesse tema por mais que nós tenhamos tido audiências, plenárias, reuniões aqui
na Comissão de Educação, não sei quantas eu já propus e já realizei, também
audiências públicas neste plenário e emendas na lei.
Então, um dos projetos
priorizados é para colocar mais três direitos, que as cooperativas têm que prever para que elas, minimamente, empatem,
emparelhem um pouco na disputa com a empresa; pelo menos, a empresa será CLT,
terá um direito a mais, o que não garante muita coisa. Eu quero encaminhar que
priorizemos, sim, para moralizar um pouco a vida das terceirizadas na
Prefeitura de Porto Alegre. No dia 1º de maio, estaremos mobilizados com o
conjunto dos trabalhadores, porque, de forma desastrosa, violenta com os
trabalhadores, o Congresso Nacional não acha que é suficiente a terceirização
que já tem e está ampliando para a terceirização fim. E, se a greve geral do
dia 15 barrou que fosse para empresa pública, não barrou que se abrisse de
forma desmesurada para as atividades-fim. Passando para a iniciativa privada,
logo, logo, chegará ao serviço público, e aí nós vamos ter, sim, professores, e
quem sabe vão terminar os fiscais, porque vamos terceirizar os fiscais da
Fazenda, etc. Então é muito grave este novo momento do Brasil, onde o
capitalismo pede mais sacrifícios dos trabalhadores. Uma categoria que não
consegue manter uma tabela salarial horizontal está fadada a perder qualidade
de salários para o conjunto da categoria.
Então, eu encaminho
que priorizemos outros projetos, para que a Prefeitura possa refletir um pouco
mais sobre o projeto que está priorizando, dialogue com a categoria, resolva em
relação ao efeito cascata e dialogue de verdade, usando a folga que tem com o
gasto de pessoal, agora na data-base, para aumentar os salários de todos os
funcionários a fim de recuperar a inflação, que tirou o poder de compra do
conjunto dos trabalhadores municipais.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PROF. ALEX FRAGA (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicito abertura do painel eletrônico para verificação de quórum,
solicitada pelo Ver. Prof. Alex Fraga. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.)
Há
quórum.
A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação do bloco dos Requerimentos que solicitam alteração da ordem de priorização de
votação, como autora.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, o bloco de requerimentos que solicita a alteração da ordem de priorização de votação na Ordem do Dia,
trata de assuntos diversos, todos muito importantes. Começo pelo tema das
terceirizadas, seguindo a lógica de raciocínio da Ver.ª Sofia, e,
sobretudo, uma lógica de raciocínio que estamos vendo no Município de Porto
Alegre em que as terceirizadas, mais uma vez, no final do ano passado e início
deste ano, passaram sem pagar os direitos dos trabalhadores, e as trabalhadoras
que já têm trabalhos mais precários, menores salários, péssimas condições de
trabalho, foram obrigadas a fazer greve para receberem os seus salários.
Então, o projeto que estamos querendo antecipar, na
verdade, tramita há meses nesta Casa, inclusive mexe no regime de contratação
para evitar a picaretagem em relação à contratação das terceirizadas, muito
embora tenhamos uma posição de princípio, que mesmo as atividades-meio não
poderiam ser terceirizadas. Quatro a cada cinco acidentes do trabalho são de
empresas terceirizadas que desrespeitam o direito dos trabalhadores. Na
verdade, tem servido como uma burla aos direitos trabalhistas.
Em segundo lugar, nós estamos pedindo para
priorizar um projeto que nem é de nossa autoria, é do Vice-Prefeito, à época
Vereador, Sebastião Melo, que coloca na Lei Orgânica do Município, logo após a
eleição, um programa de metas no rol das competências privativas do Prefeito,
determinando que as leis orçamentárias, as prioridades, os indicadores de
desempenho, as metas quantitativas e qualitativas sejam apresentadas ao conjunto
da Câmara de Vereadores, com uma emenda do Ver. Alberto Kopittke que propõe que
essa vinda seja de seis em seis meses. O que é bom a para a Cidade tem o nosso
acordo, mesmo sendo um projeto do Vice-Prefeito, quando era Vereador.
Independente de quem ganha a eleição, tem um mecanismo de participação
democrática, de apresentação democrática, de vinda até a Câmara de Vereadores
para apresentação de metas, é importante para acabar com esse papo que, durante
a eleição, prometem saúde, educação e segurança, e mal terminam as eleições e
nós vemos justamente o contrário do que foi proposto no período eleitoral –
exatamente o contrário. Vamos pegar alguns exemplos de Porto Alegre. Metrô:
tudo que é processo eleitoral aparece o tema do metrô; todo final de ano eles protelam
por mais um ou dois anos a entrega do metrô de Porto Alegre. Porto Alegre está
cada vez mais inviável: trânsito caótico, péssima qualidade do transporte
coletivo, ausência, Ver. Sgarbossa, de um plano de mobilidade – aliás, o plano
de mobilidade que o Governo teve três anos para discutir, não foi discutido!
Fizeram uma audiência um dia antes de encaminhar para a Câmara porque iriam
perder o prazo de buscar recursos federais, e está aqui um plano que não teve
debate nenhum, simplesmente não teve debate com a Cidade. Então, é para esse
tipo de coisa que nós achamos que é bom esse projeto, mesmo não sendo de nossa
autoria, porque nós temos clareza de que o que é bom para a Cidade tem o voto
do PSOL. Agora, o que é ruim para a Cidade não só tem o nosso voto contrário
como tem a nossa luta contra. O que a Prefeitura está fazendo é provocação aos
municipários, Ver. Kevin Krieger, Líder do Governo. Isso é provocação aos
municipários! Porque se vocês estão convencidos de que o projeto da Fazenda é
tão bom, por que não vem o Líder do Governo aqui dizer por que o projeto é bom?
Nós estamos convencidos de que é uma saída parcial, de que é uma saída somente
para um setor, sem desmerecer os colegas. (Palmas.) Agora, nós estamos
debatendo de peito aberto, de maneira franca. Nós não temos medo das nossas
posições, nós não temos medo de vaia e nem tememos os aplausos. A democracia
tem disso. Agora, tem gente que não gosta de democracia. Porque o Governo, se
gostasse de democracia, faria, no mínimo, uma audiência pública. Nunca houve
uma audiência pública, Carlos, para discutir o projeto da Fazenda, uma
audiência em que se apresentasse o projeto, as Mensagens Retificativas, porque
a democracia pressupõe que se apresentasse o projeto a todos e que a Assimfaz
pudesse falar, que o Simpa pudesse falar, que a Aiamu pudesse falar, que todos
pudessem falar! Mas qual é o problema de a gente ouvir?! Qual é o problema de
discutir?! Qual é o problema em mostrar qual é a disposição política do
Governo?! Para concluir, nós votaremos a favor do bloco, porque é evidente que,
no mínimo, dois assuntos que pelo menos tiveram uma discussão. Nós votaremos
favoravelmente ao bloco, porque nós temos a compreensão de que é fundamental
tratar pautas que interessem de fato a Porto Alegre, que não sejam as pautas,
Presidente Mauro, que amanhã digam que a Câmara, de maneira açodada, virou a
madrugada votando. Votando para quem? Votando o quê? Aliás, o Governo não vem
nem aqui dizer o que quer votar! (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PROF. ALEX FRAGA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicito abertura do painel eletrônico para
verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Prof. Alex Fraga (Pausa.) (Após o
fechamento do painel eletrônico.) Há
quórum.
O Ver. Alberto Kopittke está com
a palavra para encaminhar a votação do bloco dos Requerimentos que
solicitam alteração da ordem de priorização de votação, pela oposição.
O
SR. ALBERTO KOPITTKE: Caros colegas, nesta tarde de bons debates, eu
gostaria de pedir a sensibilidade dos colegas no sentido de que pudéssemos
votar um projeto de lei, com a máxima urgência, que foi elaborado por vários
Vereadores aqui, na legislatura anterior, e que acho da mais alta qualidade
para a Cidade: o Prometa – Programa de Metas. Já que os colegas da Secretaria
da Fazenda estão aqui conosco, nesta tarde de bons debates, eu gostaria de
partilhar com eles o conteúdo desse projeto, para que seja acompanhado não
apenas por estes 36 Vereadores, mas por todos os servidores e cidadãos de Porto
Alegre.
O que o Prometa define é que aquilo que um
candidato apresentar nas eleições se transforme no seu programa de governo e em
metas obrigatórias para ele cumprir. Por que eu acho isso muito importante?
Porque, na atual Administração – eu acompanho o Prometa, que ainda não é lei,
mas que a Prefeitura tem no seu sistema interno –,
mais da metade das metas simplesmente não foram cumpridas; isso pelo parecer da
própria Administração.
Eu acho que deveria
haver urgência – o nosso art. 81, que é o que foi usado pelo projeto dos
colegas da Fazenda – para discutir por que a educação de Porto Alegre perde
qualidade ano a ano. Acho que deveria haver urgência para discutir por que hoje
Porto Alegre tem uma das maiores evasões escolares do Brasil. Eu sei que esse é um assunto que preocupada a todos. Porto
Alegre, que já foi a referência nacional de qualidade de vida, vê os seus
indicadores sociais caírem ano a ano - já foi o tempo em que
dizíamos ser o primeiro lugar na educação, na saúde, na segurança.
Eu gostaria de saber,
por parte do Município, efetivamente por que ele não cumpre as suas próprias
metas na saúde? Por que ele não tem um projeto para a segurança pública do
Município na prevenção da violência entre as crianças, entre os adolescentes?
Por que ele não tem um projeto para a Cidade dar um salto na educação e inserir
Porto Alegre no século XXI? Ou isso não é da preocupação de todos aqui? Eu sei que é. Eu sei que é
uma preocupação a que todos estão atentos, que não basta entregar favores para
ter o voto de pessoas do mais alto nível. Eu sei que cada um aqui presente vai
olhar o conteúdo das administrações. Muito bem disse o ex-Prefeito Villela – eu
digo aqui com respeito ao senhor –, no Jornal do Comércio, que o Prefeito só
sabe cuidar de grandes obras, mas não sabe cuidar das questões do dia a dia da
Cidade. É uma Cidade abandonada, onde parece que só a trajetória política da primeira-dama é prioridade e não o
serviço público do Município, e não o atendimento do dia a dia das vilas, que
faz horas que não veem chegar os serviços básicos. O DMAE diz que não pode dar
água enquanto não estiver regularizada, que não pode pôr asfalto; a visão
antiga que nós já tínhamos superado em Porto Alegre.
Aliás, eu queria o
Prefeito tivesse urgência para demitir os 120 CCs que ele prometeu demitir no
ano passado, quando disse que o Município estava em crise. Ele chamou toda a
imprensa, fez um escarcéu e disse que ia demitir 125 CCs. Não demitiu nenhum! Aliás,
falavam muito que o PT tinha muitos CCs. Hoje, eles dobraram o número de CCs na
Cidade, mas esquecem de falar que a Cidade virou um troca-troca dos partidos
que estão na Administração; que, para conseguir um serviço público, tem que ser
amigo de alguém que esteja no poder. É isso que virou, infelizmente, a nossa
Cidade, que já foi uma referência mundial da democracia participativa, do OP,
da educação, e, hoje, vemos entrando pelo gabinete do Vice-Prefeito apenas
aqueles projetos que interessam ao curto prazo: as grandes obras, as grandes
relações. Com isso, quem perde é toda a Cidade, porque não há hoje, por parte
da Administração Fortunati/Melo, um projeto de desenvolvimento de Porto Alegre
e, principalmente, daqueles que mais precisam da nossa administração. Querido
Adroaldo, tu, que és uma referência nesta luta da descentralização da cultura:
onde está a cultura de Porto Alegre? Onde está a cultura popular desta Cidade?
Tudo isso se perdeu na frente dos nossos olhos.
Acho que todos aqui merecem ter atenção para estes
assuntos, que são muito importantes, e o Prometa vai nos ajudar a fiscalizar e
a ter um olhar mais atento, não só sobre o marketing
eleitoral das campanhas, a exemplo do engodo do ano passado, quando o
Estado elegeu um Governador que disse que não tinha projeto nenhum, mas, agora,
os servidores vão pagar duramente a conta, assim como o nosso Estado, por essa
paralisia a que mais uma vez o PMDB nos submete. Cuidado! E vamos acompanhar
junto o futuro da nossa Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Presidente, eu tenho uma dúvida: quem pode encaminhar por autor neste
momento, já que a priorização de três projetos está sendo discutida?
(Aparte antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Podemos falar nós três, Ver. Bosco. Todos os autores têm direito,
apesar de os Requerimentos terem sido aglutinados em bloco. Não parece, mas é
uma dúvida real, não é para procrastinar. Vejam que, inclusive, o Diretor
Legislativo está analisando, conforme o Regimento. Não sabemos se eu posso, se
o Sgarbossa pode...
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Pergunto se
mais algum Vereador deseja encaminhar, além dos autores? (Pausa.) Informo que o
Ver. Alberto Kopittke falou pela oposição; a Verª Sofia Cavedon falou pelo PT e
a Verª Fernanda Melchionna falou pelo PSOL.
A Verª Jussara Cony
está com a palavra para encaminhar a votação
do bloco dos Requerimentos que solicitam alteração da ordem de priorização de
votação.
A SRA. JUSSARA CONY: Estou me inscrevendo
para falar, porque sou a autora do desarquivamento do Prometa e também sou
autora da solicitação da inversão da Pauta, então eu tenho o direito de falar
duas vezes, Ver. Prof. Garcia! Por enquanto uma; depois vejo se preciso de mais
tempo. Eu desarquivei este projeto no primeiro dia desta minha legislatura. Ele tem uma emenda do Ver. Kopittke, e, após todos os
trâmites, nesta Casa, a partir dessa emenda, ao projeto de lei de autoria do
ex-Vereador Sebastião Melo, hoje Vice-Prefeito do Governo Fortunati. É um
projeto que trata de participação popular, foi desarquivado no início da minha
legislatura. Estamos aptos a votar. Esperamos, inclusive, que esta Câmara
aprove, por unanimidade, porque é um projeto de emenda à Lei Orgânica do
Município de Porto Alegre, que cria o Programa de Metas. O que é este Programa?
Já falei em momento anterior que este projeto é uma importante ferramenta para
a participação popular – e repito o que já disse: mesmo sendo uma importante
ferramenta de participação popular, a mesma não está ocorrendo no Governo Fortunati /Melo. Este, na Câmara Municipal, teve
esse comportamento – que eu louvo -, mas agora não está em consonância com
aquilo que ele projetou aqui nesta Câmara Municipal. Ele “cria a
obrigatoriedade, na Lei Orgânica do Município, para que o Prefeito eleito [acho
que isso é bom] apresente, até 90 dias após a sua posse, um programa de metas a
contemplar quatro anos de gestão”. E esse programa contém o quê? As
prioridades. Aqui eu já adicionaria que uma das prioridades é, sem dúvida, um
plano de cargos, carreira e salários para os trabalhadores, com isonomia, sem
diferenciar trabalhador e sem criar mecanismos como esse que estamos vendo
aqui, onde há divisão dos trabalhadores no Município de Porto Alegre.
Outra questão que o
Prometa contempla diz respeito aos indicadores de desempenho – isso é
importante. Porque também não adianta a gestão apresentar um projeto e não ter
os seus indicadores de desempenho, as metas quantitativas e qualitativas para
cada eixo estratégico de políticas públicas.
Agora, também
pergunto ao ex-Vereador Melo: como apresentar metas quantitativas e
qualitativas para as políticas públicas, se aqueles que conduzem as políticas
públicas, independente de governos e de projetos de governos, são os
trabalhadores... quando, com esses trabalhadores não há diálogo e não são
aproveitados, inclusive na sua expertise
e na sua capacidade de administração do Município de Porto Alegre.
O Prometa prevê que
seja amplamente divulgado nos meios de comunicação, com fácil acesso à
população e apresentado em audiência pública, nesta Câmara Municipal de Porto
Alegre, com ampla participação popular. Estamos vivendo um momento aqui em que
o Prometa diz uma coisa - e ele vai ser votado, e eu acho que é importante,
talvez a gente possa dar saltos quantitativos e qualitativos -, mas estamos
vivendo um momento em que tudo o que esse projeto diz - e ele é bom - não está
sendo exercido pelo Município de Porto Alegre. Acho que uma outra questão
importante de trazer é por que a gente desarquivou. Porque ele tem essa
característica: quando há eleições, as candidaturas apresentam um programa,
inclusive, aquela que é eleita apresenta um programa. O Prometa é a
fiscalização de, se efetivamente o programa apresentado - e pelo qual o
Prefeito e o Vice-Prefeito foram eleitos - está sendo cumprido. Então prevê a
participação popular da Câmara Municipal e a observação do cumprimento daquilo
que foi o motivo que elegeu o Prefeito. Finalizo dizendo que se o Prometa já
tivesse sido votado, se já fosse uma lei nesta Cidade, neste momento nós estaríamos
questionando o que o Prefeito prometeu e o que efetivamente ele está fazendo
para o Município de Porto Alegre. Em relação aos trabalhadores está lá no
programa do Prefeito: um comportamento diferenciado, digno, de respeito aos
trabalhadores. E isso não está acontecendo. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PROF. ALEX FRAGA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicito abertura do painel eletrônico para verificação de quórum,
solicitada pelo Ver. Prof. Alex Fraga. (Pausa.) (Após o fechamento do painel
eletrônico.) Há quórum.
Respondendo à
Ver.ª Sofia Cavedon, quanto à autoria, nós temos quatro projetos de
priorização. Cada autor do pedido tem direito a uma fala como autor, desde que,
conforme o artigo 173, § 1º do Regimento: “No encaminhamento da votação de
proposição por parte destacada, poderão falar, pela ordem, o autor do destaque,
o autor da proposição e líderes de bancada. § 2º A reunião das condições de
autoria e de representação de bancada não duplica o tempo de encaminhamento,
que será único”. Portanto, um Vereador só poderá falar uma única vez por
encaminhamento. Se ele falou como autor, ele não poderá falar como bancada.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Prof.
Alex Fraga está com a palavra para encaminhar a
votação do bloco dos Requerimentos que solicitam alteração da ordem de
priorização de votação
O SR. PROF.
ALEX FRAGA: Boa noite; senhoras e senhores. Temos a priorização de votação de quatro
projetos, entre eles, como muito bem destacado foi pela Ver.ª Jussara Cony,
está o PELO nº 002/12, referente ao Prometa. Eis a questão: o projeto em si foi
proposto pelo nosso Vice-Prefeito Sebastião Melo, e me causa muita estranheza a
base governista fazer essa votação em bloco, porque, se fosse um bloco única e
exclusivamente constituído por projetos da oposição, isso não seria estranho,
mas colocando o projeto do atual Vice-Prefeito, na época da proposição
Vereador, Sebastião Melo...
(Aparte antirregimental.)
O SR. PROF.
ALEX FRAGA: Exato. A nossa questão é propor a discussão e a votação de um projeto
que seja importante para a cidade de Porto Alegre, porém não é o que parece,
não é o que demonstra a base governista, que, na possibilidade de fazer uma
discussão e votar favoravelmente a esse projeto, propõe a formação de um bloco. O que, provavelmente, vai votar pela rejeição, vai votar pela exclusão, e
perde-se uma boa oportunidade de fazer, justamente, algo benéfico. Portanto,
temos aí uma tarde inteira de discussão, quando um projeto pertinente poderia
justamente estar sendo apreciado e votado nesta Casa. Creio que a falta de
discussão, a falta de diálogo, de interlocução entre os Vereadores da base
governista com relação às diferentes propostas que são trazidas neste blocão,
desqualifica o debate, e isso é uma lástima, uma vergonha.
Dr. Thiago, que está se divertindo, peço que o
senhor também promova o diálogo, o debate com a população, sobre projetos de
suma importância. Vamos dialogar, vamos conversar! A base governista até agora
não subiu na tribuna para explicar por que é tão bom o projeto de lei proposto
para os futuros auditores da Fazenda. Eu gostaria de ouvir uma justificativa,
mas, infelizmente, não há posicionamento. Não há! Se alguém subir aqui na tribuna
e conseguir me provar que o projeto é bom, por que não votar? Mas, pelo visto
essa prática não vai acontecer, não no dia de hoje.
Eu não sei o que os Vereadores da base governista
têm. Estão com medo, estão acuados, querem fugir do diálogo, querem fugir da
discussão ou querem fugir do compromisso público de firmar com suas palavras a
defesa de uma proposta que contraria a maior parte dos municipários? Temos
projetos bons. Este, não é.
Vou fazer uma correção: o único que se posicionou
frente à validade ou aos benefícios do projeto foi o Ver. Idenir Cecchim, ele
foi o único que subiu a essa tribuna para se pronunciar, e isso é uma lástima!
Tudo bem... Como diz a Ver.ª Sofia, só falou xingando. Infelizmente, esse é o
diálogo que vem da base governista. Mas estamos abertos a discussões dos
projetos que são fundamentais para a nossa Cidade. Abrimos requerimentos para
fazer justamente a análise e a discussão de outras propostas, que nós, da
oposição, consideramos mais importantes, mas, a partir de uma manobra da base
governista, tudo isso foi reunido num grande bloco, infelizmente. Boa noite e
até a próxima.
(Manifestações nas galerias.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. DR.
THIAGO: Só uma questão de esclarecimento. Como eu fui citado, Presidente, quero
esclarecer que os Vereadores, nesses encaminhamentos, só podem se manifestar
quando representam o pensamento da bancada. Oportunamente vou me manifestar
sobre todos os temas que foram colocados aqui sobre as minhas 16 emendas.
(Manifestações nas galerias.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Está feito o registro, Ver. Dr. Thiago.
O SR. PROF.
ALEX FRAGA (Requerimento): Sr. Presidente,
solicito verificação de quórum.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicito abertura do painel eletrônico para
verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Prof. Alex Fraga. (Pausa.) (Após o
fechamento do painel eletrônico.) Há quórum.
O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para encaminhar a votação do bloco dos Requerimentos que solicitam alteração
da ordem de priorização de votação
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Há uma frase que diz que, onde falta política, entra a polícia, ou entra
o Judiciário, enfim... Quando não se tem política com “p” maiúsculo, como
deveria ser, entram outros mecanismos. Quero só lembrar que o projeto, antes de
ser votado, tem mais de 20 emendas, quase todas destacadas. Para quem não sabe,
cada uma delas poderá ser discutida. Então, estamos aqui, infelizmente, tomando
atitudes que, obviamente, não orgulham nenhum dos 36 Vereadores, não orgulham a
história do Parlamento. É quase uma queda de braço ver quem vai desistir antes,
não é uma coisa interessante, não é uma coisa educativa, muito pelo contrário.
Talvez seja coisa...Estamos dentro das regras do jogo, estamos fazendo tudo
dentro das regras do jogo, temos um Regimento, até discordamos em alguns
pontos, mas está tudo dentro da regra do jogo, mas não há como não lamentar.
Vejam, um projeto que o Governo, no ano passado, concordou, fez um acordo, não
foi votado na última Sessão do ano que costumeiramente é uma Sessão que vai até
22h, 23h, como foi no dia 22 de dezembro. Então, não entendo como o Governo não
está disposto a abrir o diálogo agora, abrir o diálogo agora. O acordo foi
feito, havia um acordo até o final do ano passado.
Então, nós estamos aqui e quero me ater também ao
tema aqui do encaminhamento, temos aqui estes projetos que estamos tentando
priorizar. Sabemos, percebemos que os Vereadores da base do Governo estão aí
firmes e fortes, já poderíamos ter votado, como diz o Ver. Alberto Kopittke, já
poderíamos ter passado estes projetos na frente: o projeto em que a Ver.ª
Jussara pede o desarquivamento, o Prometa; temos um projeto nosso que trata da
questão dos municipários, uma Indicação ao Executivo, ou seja, não tem força de
lei, mas é votado no plenário, sobre a questão da licença-maternidade; a Ver.ª
Sofia que pede o projeto das cooperativas; nós temos outro da Bancada do
Partido dos Trabalhadores relativo à questão da redução da maioridade penal,
uma Moção de Repúdio da nossa bancada em relação à possibilidade de redução da
maioridade penal.
Então, vejam, nós estamos apenas no começo da
noite, não é que agora, vencida essa etapa, entraremos no projeto em si.
Teremos 22 emendas, quase todas destacadas, eu daria uma previsão de que antes
da meia-noite, com certeza, não, com certeza, não. Então, nós estamos aqui
vendo uma espécie de um show, de
questões regimentais, mas de baixa política. Estamos sendo forçados a fazer
esses mecanismos, porque o Governo não sinaliza, se o Governo sinalizar: olha,
queremos abrir o diálogo; esperamos até agora, esperamos desde o ano passado
até agora, vamos abrir, vamos fazer um calendário de discussão. Nós não estamos
aqui prorrogando ad eternum. Olha,
queremos um tempo de dois meses, de um mês, nós vamos ter essa discussão, mas
vamos conversar mesmo. Por isso, eu fiz a ressalva, numa fala anterior, que
abrir o diálogo não é abrir um diálogo de surdos, em que você é recebido com
tapas nas costas, com cafezinho, com sorrisos e que não resulte em nada.
Vejam, só para vocês terem uma ideia: está aqui, há
dez dias, uma sugestão do nosso mandato para ser votada, que simplesmente
propõe que a Prefeitura viabilize, por meio da Internet, a consulta do crédito
do cartão Tri - Transporte Integrado, assim como a aquisição de carga e recarga
on-line, ou seja, nós simplesmente
queremos sugerir à Prefeitura que disponibilize às pessoas a possibilidade de
verificar o saldo, quanto ele tem no cartão Tri e que ele possa ter disponível
o crédito, a retirada, enfim, algo hoje totalmente tranquilo. E é apenas uma
indicação, mas o Ver. Kevin Krieger, no dia dessa votação, pede a votação
nominal, e cai o quórum, ou seja, nós lutamos aqui dentro até para conseguir
fazer passar sugestões, meras sugestões ao Poder Executivo!
Então, lamentamos – lógico, tudo dentro do
Regimento – essas posições. Quero aqui reforçar a sugestão: terminarmos com
esse impasse e que o Governo sinalize, suspenda agora, peça prorrogação, pelo
menos, se não vai retirar – nós somos pela retirada –, mas que peça a suspensão
e abra um diálogo verdadeiro com todas as categorias. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Vereador-Presidente; gostaria que V. Exa. informasse este Plenário, esta
Vereadora, a que horas termina a prorrogação da Sessão que nós votamos.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Às 20h46min.
O SR. PROF.
ALEX FRAGA (Requerimento): Presidente, solicito verificação de quórum.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicito abertura do painel eletrônico para
verificação de quórum. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Há
quórum.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Presidente, só para pedir aos colegas não ficarem intrigados com o Prof.
Alex, porque ele é novo aqui e deve estar treinando para votar. Obrigado.
A
SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um
minuto de silêncio pelo falecimento de mais de 5 mil pessoas, vítimas de um
terremoto no Nepal, uma tragédia que entristeceu o mundo inteiro
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Deferimos o pedido.
(Faz-se um
minuto de silêncio.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada pela Ver.ª Sofia
Cavedon, o bloco dos Requerimentos que solicitam alteração da ordem de
priorização de votação. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 06 votos SIM e 24 votos NÃO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2665/14 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 010/14,
que dispõe sobre alterações na estrutura da Secretaria Municipal da Fazenda;
cria o Tesouro Municipal, a Superintendência da Tecnologia da Informação e a
Receita Municipal e define a estrutura básica e as funções institucionais
destes; altera a estrutura da Controladoria-Geral do Município; dispõe sobre a
carreira e a remuneração do Auditor-Fiscal da Receita Municipal; cria e
extingue cargos em comissão e funções gratificadas no Quadro dos Cargos em
Comissão e Funções Gratificadas, constante da letra “c” do Anexo I da Lei nº
6.309, de 28 de dezembro de 1988; altera o art. 4º, o art. 39 e o art. 50,
exclui a classe de Agente Fiscal da Receita Municipal do grupo ES – Grupo
Executivo e Assessoramento Superior – e inclui a Classe Auditor-Fiscal da
Receita Municipal do grupo AT – Grupo Auditoria Tributária –, ambos no Quadro
de Cargos de Provimento Efetivo da Administração Centralizada, do Anexo I,
altera a denominação dos cargos de Técnico em Contabilidade e Contador para
Técnico de Controle Interno e Auditor de Controle Interno, respectivamente, todos
da Lei nº 6.309, de 1988; altera o § 4º do art. 4º, o inc. XI do art. 5º, o
art. 6º, o caput do art. 7º, o art.
9º, o caput do art. 10, o caput do art. 11, o art. 14, o inc. I do
parágrafo único do art. 17, o caput do
art. 18, o caput do art. 19, inclui §
4º no art. 20 da Lei Complementar nº 534, de 28 de dezembro de 2005; revoga os
incs. IV e V do art. 5º, o art. 12, o art. 13 e os incs. I e II do art. 19,
todos da Lei Complementar nº 625, de 3 de julho de 2009; revoga o inc. XXXVIII
do art. 1º da Lei nº 11.404, de 27 de dezembro de 2012; e dá outras
providências. Com Mensagem Retificativa nº 02. Com Emendas nos
01, 02, 02-A e 03 a 20.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu
D’Avila: pela inexistência
de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Mensagem
Retificativa, e pela existência de óbice de natureza jurídica para a tramitação
das Emendas nºs 01 a 20.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82,
§
1º, I, da LOM;
- incluído na
Ordem do Dia em 27-04-15 por força do art. 81 da LOM;
- retirada a
Mensagem Retificativa nº 01.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PLCE nº
010/14. (Pausa.)
Apregoo Subemenda nº 01, de autoria do Ver. Engº
Comassetto, à Mensagem Retificativa nº 02 ao PLCE nº 010/14.
Apregoo Emenda nº 21, de autoria do Ver. Engº Comassetto, ao PLCE nº 010/14.
Apregoo Subemenda nº 03, de autoria do Ver. Airto
Ferronato e do Ver. Idenir Cecchim, à Mensagem
Retificativa nº 02 ao PLCE nº 010/14.
Apregoo Subemenda nº 02, autoria do Ver. Airto
Ferronato, à Mensagem Retificativa nº 02 ao PLCE nº 010/14.
Apregoo Emenda nº 22, de autoria do Ver. Airto
Ferronato, ao PLCE nº 010/14.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir o PLCE nº 010/14.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Estou tão impactada quanto os senhores e senhoras colegas municipários
pela determinação do Governo e da base do Governo em realizar essa votação, porque não tem explicação, a não ser a chantagem de um grupo e a
incompetência...
(Manifestações nas galerias.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: É ou não é? Não é chantagem, colegas? Não é chantagem: vocês estão
prometendo arrecadar mais, se receberem mais. E o Secretário da Fazenda está
convencido disso? Eu considero isso incompetência de gestão! Eu considero isso
incompetência de gestão: incapacidade de sensibilizar os colegas de que a
Prefeitura não pode realizar esse gasto! Não pode! E eu vou dizer para vocês
por que não pode, aliás, ela não deve poder. Eu vou dar um exemplo de um
tratamento completamente diferenciado do que os senhores e as senhoras recebem:
as monitoras da Educação Infantil do Município de Porto Alegre, colegas do
quadro, padrão 6, trabalham 40h com crianças, ganham R$ 1.200,00. Quarenta
horas! E nós construímos, num final de ano - há dois anos -, a mudança do
padrão 6 para 7, porque elas são técnicas, porque o trabalho é exaustivo,
importante e fundamental. A Prefeitura vetou, porque não tinha recursos! A
Prefeitura não tem recursos para 300 colegas monitoras, mas nós fizemos a
conta: a mudança de padrão dava R$ 300 mil no ano; era isso que dava há dois
anos. E a Prefeitura disse: “Não tenho recursos!”. Que mágica é essa que um
terço do número de colegas igual ao das monitoras consegue R$ 17 milhões para
os seus salários? Qual é a mágica? Qual é a lógica? Secretário da Fazenda, qual
é a lógica que é tão importante para o senhor? Qual é a lógica? Não somos todos
colegas municipários? Não vivemos todos do mesmo Orçamento? Não temos todos a
mesma responsabilidade com a sustentabilidade da Prefeitura, com a prestação de
um bom serviço? Ou será que dar aula lá na periferia é menos importante que
fiscalizar uma finança? Não é. Ou será que atender um paciente no posto de
saúde é menos importante do que arrecadar? Não é! Porque se fosse desnecessário
dar aula, atender os pacientes, varrer a rua, não precisaria receita! O que
justifica arrecadar é que tem serviço para fazer! Nós estamos todos no mesmo
bolo! Todos! E nós todos queremos defender a Prefeitura de Porto Alegre. Eu
fui, por anos, liderança sindical da educação e do Simpa, por anos! E, quando
lutava contra a municipalização, lutava para manter um serviço público de
qualidade e com bons salários! Não lutava para ter uma hierarquia salarial onde
poucos ganham muito e muitos ganham pouco! Não lutava por isso! Nunca lutei por
isso! Nunca! Lutei sempre, Ver. Kevin, por uma matriz salarial coerente,
adequada, horizontalizada, porque tudo é dinheiro público, e todos merecem o
mesmo respeito! E é contra isso que eu me levanto e pergunto ao Secretário da
Fazenda: que importância tem, que poder tem esse Secretário que os outros
Secretários não estão aqui defendendo o conjunto da categoria? Que o Prefeito
não defende o conjunto da categoria? Essa história de carreira de Estado foi
inventada num período dos anos neoliberais, do Estado mínimo, Bresser Pereira,
que hoje faz uma reflexão diferente. O Estado mínimo supõe que algumas
carreiras são importantes de Estado, as outras pode terceirizar – pode pagar
mal, não tem importância. É quem defende o Estado que não atende à população!
Um Estado ensimesmado que se retroalimenta, que se usurpa do dinheiro público e
alimenta castas! Nós somos contrários, nós somos a favor do serviço público de
qualidade, valorizado para todos! (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PROFESSOR GARCIA (Requerimento): Sr. Presidente, ouvi atentamente a fala da Ver.ª
Sofia Cavedon, e nós gostaríamos que ela retirasse o termo “chantagem”,
porque...
(Manifestações das galerias.)
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, o termo chantagem quer dizer
extorsão de dinheiro ou favores com ameaça de escândalo. Então nós gostaríamos
que a Vereadora retirasse esse termo.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Vereador-Presidente, eu sei que o Vereador
fez o pedido na melhor boa vontade. Se eu for convencida, se eu ouvir os
representantes do Governo nesta tribuna, explicando as razões deste projeto,
talvez eu retire. Por ora, me resta esse argumento, por ora, só me resta essa
explicação!
(Manifestações nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE
(Mauro Pinheiro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
discutir o PLCE nº 010/14.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Caro Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, servidores aqui
presentes, a nossa saudação.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. AIRTO
FERRONATO: As razões, Ver.ª Sofia...
(Manifestações nas galerias.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Mais uma vez, vou pedir ao pessoal das galerias
que, quando tiver um Vereador na tribuna, respeitem a fala do Vereador.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Ver. Alex, eu ouvi a manifestação de V. Exa. e quero registrar que o
projeto é bom, é muito bom. O projeto é urgente e necessário...
(Manifestações nas
galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Peço às
galerias que façam silêncio. Ver. Airto Ferronato, seu tempo está garantido.
O SR. AIRTO FERRONATO: ...para que se
possa, de uma vez por todas, começar uma reestruturação, a reestruturação da
Fazenda do Município de Porto Alegre. A estrutura da Fazenda do Município de
Porto Alegre tem quase três décadas de atraso. Ela é arcaica, ela está errada,
é velha ou ultrapassada. Ultrapassada! E o projeto, Ver.ª Sofia Cavedon, não
tem nada de chantagem, ele busca se espelhar na estrutura do Ministério da
Fazenda, das melhores estruturas...
(Manifestações nas
galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Atenção às
galerias: se continuarem usando apitos e cornetas no momento em que os
Vereadores estiverem falando, vou pedir para a Guarda retirar quem estiver
soprando apito e corneta. É um desrespeito com os Vereadores na tribuna. Depois que o
Vereador falar, vocês podem usar. Agora, durante as falas, nós não vamos
permitir e vamos retirar quem estiver apitando e usando corneta. Se nós não
conseguirmos resolver, vamos retirar todo o mundo do plenário e votar da mesma
forma. Existe uma coisa que se chama respeito; vamos respeitar os Vereadores na
tribuna. Estamos chegando já ao limite.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. AIRTO
FERRONATO: Eu vou repetir: a proposta do
projeto inspira-se na estrutura do
Ministério da Fazenda – a melhor, a mais moderna e mais eficiente estrutura
fazendária do mundo. Do mundo! E o começo dessa reestruturação, meu caro Kevin,
é aqui, é hoje e é agora. É claro que nós respeitamos posições divergentes, mas
o começo do crescimento, inclusive de remuneração do serviço público de Porto
Alegre, passa por este projeto. Numa pequena síntese, dou um exemplo, apenas
um: a Receita, a Contadoria, o Tesouro e a Informática, a Inteligência Fiscal é
o caminho a perseguir. Com a estrutura que temos hoje, não haverá avanço. O
projeto é necessário, é bom para todo o funcionalismo público: todos. Eu
participei deste mesmo debate quando se instituiu, meu caro Celso, no Governo
do Estado, e deu muito certo. Por que aqui vai dar errado, Ver.ª Sofia?
A Sra. Sofia
Cavedon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador Airto,
acho que as galerias já estão dizendo: o Governador Sartori não quer pagar a
dívida da União! O Estado está falido, segundo o próprio PMDB, que propõe o
mesmo modelo para Porto Alegre.
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Os culpados são os
ladrões do PT, do partido da Ver.ª Sofia Cavedon; estes são os culpados,
ladrões confirmados pelo Supremo Tribunal Federal. É um partido que tem a sua
administração toda presa por ladroagem!
O SR. AIRTO
FERRONATO: Quebraram a Petrobras. Vou
concluir com a última frase, meu caro Ver. Villela: a Ver.ª Sofia comete um
equívoco que é assustador. A cada R$ 10 milhões de acréscimo na receita pública
do Município de Porto Alegre, cada fiscal recebe R$ 79,00! Os R$ 17 milhões,
Ver.ª Sofia, são para a implantação da estrutura da Fazenda, e V. Exa. insiste
que é remuneração de pessoal – não está certo! São para estruturas a fazer.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Não, não. O Secretário fala de impacto de pessoal, impacto financeiro
pessoal.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Para reestrutura da Fazenda. Eu vou votar como acredito que é bom para o
servidor público, para a cidade de Porto Alegre e para a Fazenda: voto “sim”.
Um abraço a todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PROF.
ALEX FRAGA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicito abertura do painel eletrônico para
verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Prof. Alex Fraga. (Pausa.) (Após o
fechamento do painel eletrônico.) Há
quórum.
O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
discutir o PLCE nº 010/14.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Prezado Presidente, meus colegas Vereadores e Vereadoras, funcionalismo
aqui presente; Ver. Ferronato, eu vou iniciar a minha fala aqui em concordância
com o que disse o Ver. Airto Ferronato, e vou justificar. Ele diz que o projeto
é muito bom. É verdade que o projeto é muito bom. Mas muito bom para quem? E
por quê?
(Manifestações das galerias.)
O SR. ENGº
COMASSETTO: Precisamos fazer o diálogo aqui. Os trabalhadores da Fazenda que ali
estão e que buscam aumentar os seus salários em função da arrecadação, Ver.
Idenir Cecchim – para o senhor ser mais honesto nas suas falas aqui, mais
honesto no debate que estamos fazendo aqui –, no ano de 2004, ganhavam 1,5 do
que ganhavam os funcionários da Receita Federal. Hoje, os mesmos funcionários
que estão aqui reivindicando ganham 0,8 em relação aos salários dos
trabalhadores da Receita. Por que isso aconteceu? Foi por ter uma política ou por não ter uma política nesses 11 anos desta Administração, que
traz aqui, como disse o Ferronato, um bom projeto, mas exclusivamente para uma
categoria. É óbvio que essa categoria vai defender esse projeto até as últimas
consequências, mas não é isso que nós estamos discutindo e não foi esse o
compromisso que esta Câmara assumiu, não foi esse! Eu quero dizer isso porque
eu assinei esse acordo junto com todos os líderes. Hoje há um déficit na
arrecadação da Prefeitura Municipal por um conjunto de razões, e uma das
principais é a desestruturação do funcionalismo e a carência de um plano de
carreira em que todos participem. É isso que buscamos construir: que todos os
funcionários tenham os mesmos direitos e os mesmos deveres; portanto, os mesmos
benefícios. Aí, Ver. Airto Ferronato, o Secretário Tonetto assina um documento
e temos que respeitá-lo: ele diz que o impacto financeiro, em 2015, será de R$
4.300.000,00; que o impacto financeiro, em 2016, será de R$ 10.186.000,00; e
que o impacto financeiro, em 2017, será de R$ 17.800.000,00. Então, existe
impacto financeiro, sim, e ele está sendo direcionado, apostando no que, Ver.
Cecchim, que não respondeu aqui? Para onde foi o dinheiro do SIAT? Os R$ 5
milhões que o Fogaça usou para contratar um sistema para melhorar a arrecadação
e não melhorou?
O Sr. Idenir Cecchim: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Posso repetir: certamente não foi junto com o
dinheiro que o PT roubou da Nação.
O SR. ENGº COMASSETTO: Não foi, não! Não
foi! Não foi, porque o Fogaça nunca foi do PT! Os R$ 5 milhões do SIAT sumiram
na gestão pública da Prefeitura de Porto Alegre que não deu resultado.
Disseram, aqui nesta Casa, que, contratando o SIAT, a balança financeira do Município
teria um superávit. E como está sendo apresentada ultimamente? No vermelho! Por
que no vermelho, Ver. Cecchim?
Para concluir, eu não
vou aqui fazer as acusações levianas que o Cecchim faz, mas podemos pedir uma
investigação, sim. Será que o Ministério Público não pode entrar em campo para
saber onde foi esse recurso? Quero concluir aqui e dizer que inclusive vou
debater um conjunto de emendas que tinha apresentado a esse projeto. E por que
estamos retirando essas emendas? Porque firmamos o compromisso - e o Parlamento
é o lugar de discutir, de acertar - de não deixar a Administração Pública
Municipal se esfacelar, e o funcionalismo público ser jogado na lata de lixo.
Nós precisamos de um projeto que resolva o efeito cascata, nós precisamos ver
os alicerces do plano de carreira, e quando nós beneficiamos uma só categoria,
tudo isso fica em prejuízo. Agora, eu não posso deixar de reconhecer o que o
Ver. Ferronato diz, que é um bom projeto, mas é um bom projeto para a categoria
dos fazendários. E a questão aqui não é ser contra ou a favor, nós queremos que
todos os funcionários tenham os mesmos benefícios. É essa a questão que está em
debate.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PROF. ALEX FRAGA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicito
abertura do painel eletrônico para verificação de quórum, solicitada pelo Ver.
Prof. Alex Fraga. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Há quórum.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente,
recebi aqui a correspondência da Aiamu, que solicita ao Sr. Presidente desta
Colenda Câmara Municipal de Porto Alegre, em face da manifestação da Ver.ª
Sofia Cavedon que denominou os agentes fiscais da Receita Municipal de
chantagistas, que seja retirada de sua manifestação a palavra “chantagem” por
considerá-la ofensiva aos profissionais associados à entidade. Assina o
Vice-Presidente da Aiamu, Presidente em exercício.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Está feito o
registro.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Ver. Professor
Garcia, pergunto se a Aiamu não incluiu nada sobre servidores públicos serem
chamados de vagabundos. A Aiamu não incluiu nada sobre isso? Por quê? Ela
concorda?
O SR. PROFESSOR GARCIA: Vereador, é oportuno
também, que se os outros funcionários entendem o termo “chantagem”. Na
realidade, nós vamos fazer uma dialética que não leva a nada para a construção.
Só que foram fatos que ocorreram e que não acrescem em nada a esta Casa.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Está feito o
registro. Vamos evitar usar o microfone de apartes para o debate político,
somente para Questão de Ordem, Ver.ª Sofia Cavedon.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, eu
vou, em respeito a todos os colegas municipários, retirar o termo “chantagem” e
trocá-lo por “capacidade extraordinária de pressão”, está bem?
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Está feito o
registro, Ver.ª Sofia Cavedon.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, já
que a Ver.ª Sofia teve esse gesto, eu também retiro a palavra “vagabundo” da
minha fala.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Está feito o
registro, Ver. Idenir Cecchim.
A Ver.ª Fernanda
Melchionna está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/14.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: São quase oito
e meia da noite e recém agora o Governo rompeu o seu voto de silêncio. Eu, que
não perco nunca as esperanças, quero seguir este debate, porque ouvi
atentamente o Ver. Airto Ferronato, ouvi atentamente, sentada no meu canto,
cada um dos termos que o Vereador qualificou para justificar a ruptura de
acordo com o conjunto dos municipários de Porto Alegre, com o conjunto das
bancadas de oposição e com o conjunto da construção realizada em dezembro do
ano passado. O Vereador disse que o sistema da Fazenda era arcaico e que essa
reestruturação correspondia a uma estruturação do Ministério da Fazenda, em
quem, aliás, eu não tenho nenhuma confiança. Estou até com um “Abaixo Levy”
aqui no meu peito, que é um neoliberal e que está passando a gasolina e toda a
conta da corrupção, e também a conta do ajuste do capitalismo, da elite econômica
e financeira para a cota dos trabalhadores.
Mas, enfim, eu quero
só responder, Vereador. Ao que conste, o Ministério da Fazenda não tem nenhum
tipo de gratificação especial para atividades tributárias, etc.
O Sr. Airto Ferronato: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento da Vereadora.) Eu não disse que o projeto é cópia do
Ministério da Fazenda.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Mas foi o que
pareceu.
O Sr. Airto Ferronato: Eu disse que é
inspirado no projeto da Fazenda. Obrigado.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Primeiro, há
constatação política de que esse Ministério da Fazenda tem massacrado o povo do
Brasil inteiro, e que nós estamos contra o ajuste promovido pelo Governo Dilma
com seu Ministro Levy. Segundo o que nos consta é que não tem nada no Ministério
da Fazenda relativo a essas gratificações. Terceiro, o Vereador falou que era
um projeto para atender o conjunto da Secretaria da Fazenda. Então, por quê,
Ver. Ferronato, os funcionários de nível médio estão excluídos do projeto que
tramita agora na Câmara de Vereadores e apenas os auditores fiscais e exatores
estão incluídos neste projeto?
Mais. Falaram que o modelo é o modelo do Estado do
Rio Grande do Sul, que a questão da reestruturação da Fazenda do Estado é um
espelho para a estruturação da Fazenda Municipal. Então vocês querem que o
Município quebre, como está quebrado o Estado! O Município, que fica fazendo
maquiagem para fechar as contas... Aliás, eu convido o Ver. Casartelli, para
que depois venha aqui contar da questão das verbas da saúde, que o senhor
criticou, enquanto Secretário da Saúde, inclusive, fez toda uma polêmica e,
pela primeira vez, eu defendi a sua intervenção aqui na tribuna, porque um
Secretário tem que ter coragem de dizer que o dinheiro da saúde não está indo
para a saúde. Tem que ter coragem de dizer que estão fazendo maquiagem com o
dinheiro dos postos de saúde, estão fazendo maquiagem com o dinheiro dos
hospitais públicos! Um secretário da saúde tem que ter essa coragem. E nós
brigamos muitas vezes, quando o senhor era Secretário, mas a atitude do Governo
foi uma atitude autoritária, de quem não quer vir discutir a raiz dos problemas
das contas públicas, que, desculpem, colegas, não é a reestruturação da
Fazenda, mas a de um sistema picareta que eles contrataram com a Consult, que
onerou em R$ 6 milhões o Município e que eles queriam auditar. E eu sei, vocês
sabem como eu, que o IPTU desceu a
arrecadação por conta disso, que não
se consegue incluir no sistema como se fazia com o sistema da Procempa! Porque
contrataram uma empresa, uma empresa como a Consult, e depois queriam renovar o
contrato. Inclusive, denúncias que vocês fizeram corretamente, porque foi uma
vergonha o que eles fizeram com esse sistema, o Tribunal de Contas do Estado
teve que entrar para garantir que mais R$ 6 milhões não fossem para os ralos da
corrupção. E é por isso que diminuiu a arrecadação no Município de Porto
Alegre!
Mas voltando ao Estado, o Estado do Rio Grande do
Sul agora quer que os funcionários paguem a conta da irresponsabilidade. Se
esse é um modelo que o Governo Fortunati quer trazer para o Município de Porto
Alegre, eu quero perguntar para o Líder do Governo se vocês vão querer tirar a
licença-prêmio, como o Governo Sartori quer tirar dos funcionários do Estado!
Eu quero saber se vão fazer joguete como ele fez com a dívida pública, que foi
feita durante o Governo Britto, uma dívida absurda que onerou o Estado do Rio
Grande do Sul. O Estado paga para a União milhões sem nunca auditar, só que, de maneira tímida, eles atrasaram o pagamento para
fazer um balão de ensaio, aumentar o ICMS e atacar o funcionalismo amanhã. Os
policiais civis estarão paralisados, porque não está garantido sequer o aumento
que estava previsto para maio. Esse modelo nós não queremos! Então nós queremos
discutir a qualidade. São R$ 32 milhões em quatro anos! Tem impacto financeiro,
sim! Nós queremos discutir esses quatro pontos! Queremos que o Governo venha
aqui discutir cada um deles porque falar só adjetivos – arcaico, modernizar,
reestruturação – é conversa mole para boi dormir!
(Não revisado pela oradora.)
O SR. CARLOS
CASARTELLI (Requerimento): Presidente, em respeito a todas as pessoas que
estão na galeria, eu solicito que seja convocada uma Sessão Extraordinária.
(Palmas.)
O SR.
REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, corroborando o Requerimento do Ver.
Casartelli, quero, com fundamento no art. 187 e seus parágrafos do Regimento da
Casa, requerer a V. Exa., ouvido o Plenário, a convocação, imediatamente após a
conclusão dos trabalhos desta Sessão, que deve ser às 20h45min, de uma Sessão
Extraordinária para continuar a votação da matéria em discussão - o
requerimento está formulado.
O SR. PROF.
ALEX FRAGA: Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu requeri antes; V. Exa. ouça o
Plenário se aprova ou não!
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A verificação de quórum precede qualquer outro
procedimento.
Solicito abertura do painel
eletrônico para verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Prof. Alex Fraga.
(Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Há quórum.
Apregoo Emenda nº 23, de autoria do Engº
Comassetto, ao PLCE nº 010/14.
Apregoo e defiro Requerimento de autoria do Engº
Comassetto, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 21 e da Subemenda
nº 01 à Mensagem Retificativa nº 02 ao PLCE nº 010/14.
Apregoo e defiro Requerimento de autoria do Engº
Comassetto, solicitando que sejam votadas em destaque a Emenda nº 23 e a
Subemenda nº 04 à Mensagem Retificativa nº 02 ao PLCE nº 010/14.
Em votação o Requerimento de autoria dos Vereadores
Carlos Casartelli e Reginaldo Pujol. (Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria dos Vereadores
Carlos Casartelli e Reginaldo Pujol.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, por que sou
contrária à Sessão Extraordinária? Esperam que entendam a argumentação.
Este projeto entrou em 18 de novembro nesta Casa. É
muito preocupante que o Ver. Ferronato, que eu considero um Vereador sério, que
era Líder do Governo até semana passada, venha afirmar, nesta tribuna, que
esses valores não são, exclusivamente, para gasto de pessoal. Era o Líder do
Governo, entende da área e é contador. Ver. Airto, olha a tabela de gastos. Eu
lhe entreguei o processo agora, quero compartilhar com os senhores que, ao
entrar aqui o projeto, em novembro de 2014, ele tinha o seguinte impacto de
pessoal: valores para 2015, R$ 3.641.000,00; valores para 2016, R$
6.216.000,00; valores para 2017, R$ 9 milhões.
Vocês viram o quanto aumentou? Estou até
arrependida de não ter votado no fim do ano passado, porque agora esses valores
estão dobrados. A repercussão financeira, de novembro para cá, com todas essas
alterações, dobrou, praticamente dobrou, mas se detém somente em estimativa de
gasto com pessoal.
Eu não consigo enxergar, Vereadores; acho ruim que façamos desse jeito atropelado, porque acho que o Governo, a base do
Governo deve explicação à sociedade, aos conjuntos dos Vereadores. Não está
explicado qual é o projeto esse de modernização tão potente, tão importante,
que vai alterar decisivamente as finanças da Prefeitura, não foi explicado aqui
e não está explicado no processo. É um novo estímulo, e me parece que é uma
equiparação salarial, com fiscais da Fazenda, alguma coisa apareceu aqui, da
Fazenda e da União. Só que eu quero ponderar o seguinte: a relação também
infeliz que o Ver. Airto fez aqui em relação ao Governo do Estado, está
comprovada na vida, está comprovada na vida real. Esta lógica da Fazenda, de que
apenas um segmento da Fazenda parecer ter o dedo de ouro, e se investir nesse
dedo de ouro vai fazer brotar recursos, já se mostrou, Líder do Governo atual,
Kevin, uma lógica que não funciona.
Não existe mágica ou
salvação; existe, sim, um compromisso do conjunto dos municipários, do conjunto
da Fazenda, do conjunto da Cidade, políticas de seriedade, transparência no
gasto, porque o debate nessa Casa tem que ser feito todo o mês, sobre gastos
que a Prefeitura aqui vem encaminhar, pequenas Secretarias que poderiam ser
departamentos de outras Secretarias, só com CC, com dinheiro do custeio, com
nenhum investimento, com nenhuma potência, só para acomodar cargos políticos,
incompetência de gestão na Carris, mesadas na Carris, um atrás da outra. Agora
os Diretores da Carris estão apontados; aliás, foi leve, muito leve, a punição
que o Tribunal de Contas deu aos Diretores da Carris, porque lá estão dois
prédios largados, dinheiro público colocado, de creches, prédio administrativo,
os desmandos de gestão, de altos salários, de elevação salarial de CC, de
adjunto - agora já entrou de novo mais um. Essa lógica de gastar mal é que está
quebrando a Prefeitura de Porto Alegre. É o terceiro ou quarto ano que nós
fechamos no vermelho.
O ano passado foi
vergonhoso: saída do Secretário Casartelli, Vereador, que agora opera a
política da Fazenda do seu Fortunati e do seu Melo - lamentavelmente, acusou o
Melo, Fortunati e o Secretário da Fazenda de usar dinheiro da saúde para
mascarar finança; portanto, senhores, eu sei que o meu tempo acabou, não se
justifica uma Sessão Extraordinária sem explicações claras de qual é o pulo do gato
que teremos em troca de R$ 17 milhões?
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria dos Vereadores Carlos
Casartelli e Reginaldo Pujol, pela oposição.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Sr. Presidente, caros colegas, eu, realmente, não sei qual a parte que
perdi na discussão da situação da Prefeitura. Há menos de um ano, vi o Prefeito
vir a público dizer que a Prefeitura estava quebrada. Hoje, vejo a Prefeitura
encaminhar um projeto em urgência que vai custar R$ 32 milhões aos cofres
públicos em três anos. Não sei qual a parte que perdi, Ver.ª Mônica, já
debatemos juntos, mesmo que com divergências, a luta pela segurança, Delegado
Cleiton, e esse projeto em urgência vai custar 15 vezes mais em três anos do
que o Município gasta e investe em segurança pública em um ano. E nós estamos
votando a toque de caixa. Quantas creches dariam para fazer? E nós estamos
votando! Eu também não entendi bem qual é a parte de que se nós não aprovarmos
aqui esse aumento salarial – que tem outra forma -, nós não teremos aumento na
receita do Município. É isso que está sendo dito aqui? O impacto de R$ 10 mil
ao mês, se não for dado, nós não teremos aumento de receita?
Eu, realmente, tenho muito orgulho do que o Governo
Lula e o Governo Dilma fizeram no serviço público. Nós reestruturamos...
(Manifestação nas galerias.)
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Não, é que vocês gostam de vaiar o PT quando convém. Ele é bom para usar
de exemplo para a carreira de vocês, mas depois vocês vaiam quando o Cecchim
vem falar. Depois eu que sou o incoerente. Mas eu tenho muito orgulho da reestruturação
da receita que fizemos. Só que tem uma diferença: lá, todos os servidores foram
valorizados; todas as categorias foram valorizadas. É que alguns aqui têm
saudade do tempo do Fernando Henrique, que vocês ficaram – servidores públicos
– dez anos sem aumento. Eu acho que essa é a saudade que alguns têm. Eu não
entendo, o Ver. Ferronato vem aqui, elogia e diz que a base que foi usada pelo
Governo Municipal é um projeto federal. Mas se é tão bom assim, se ele gosta
tanto, eu não entendo por que ele apoiou o Aécio na eleição presidencial, por
que ele tem saudade do tempo em que não tinha aumento e reajuste para o serviço
público. Eu quero uma receita forte, mas é para realmente pegar os tubarões
grandes, para pegar a Rede Globo que tem 776 notificações de dívidas com a
Receita. Eu nunca vi botarem a Rede Globo na cadeia ou a fecharem. Eu não vi
ninguém no Parcão levantar cartaz da Zelotes - o senhor Gerdau foi pego
sonegando R$ 1,2 bilhão; a RBS foi pega por corrupção, por dever R$ 700 milhões
no Conselho Nacional da Receita.
Então, Ver. Cecchim, o senhor e o seu partido não
têm aqui nenhuma moral para falar de ética, porque vocês falam do PT e depois
vêm pedir cargo para a Dilma, para entrar no Governo Federal; para o Eduardo
Cunha, que é um achacador geral da União, meter a mão em tudo que pode. O
senhor tem que ter mais compostura no que fala. Ou o senhor larga o Governo
Federal ou tenha coerência e respeito. O senhor é incoerente no que fala. Tenha
mais respeito.
(Aparte
antirregimental do Ver. Idenir Cecchim.)
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Vou engolir, sim. Nós vamos falar, exatamente, de tudo o que o PMDB já
fez neste Estado. Vamos falar dos cem dias em que o PMDB deixou o Estado sem
aula; é disso que vamos falar. Aliás, nós podemos falar também do maior escândalo de corrupção desta Cidade: a
Procempa, que teve milhões jogados pela janela. E eu não vi ninguém fazer
manifestação no Parcão por roubarem R$ 50 milhões; e na Administração que teve
o Vice-Prefeito assassinado por corrupção! Vocês acham que tem alguma moral
para falar de corrupção!? O que estamos falando é de interesses, e deixo isso
bem claro: São R$ 32 milhões para 120 servidores do Município. E o resto vocês
fecham a porta na cara e não querem receber para dialogar. É triste, Ver.
Ferronato, o senhor ter vindo aqui fazer essa triste defesa de que se não tiver
aumento de R$ 10 mil, não tem aumento na receita do Município. É triste ter que
concordar e achar que isso é bom. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PROF. ALEX FRAGA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicito abertura do painel eletrônico para
verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Prof. Alex Fraga. (Pausa.) (Após o
fechamento do painel eletrônico.) Há
quórum.
O Ver. Prof. Alex Fraga está com
a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria dos Vereadores
Carlos Casartelli e Reginaldo Pujol.
O SR. PROF.
ALEX FRAGA: Muito bem, senhoras e senhores, novamente na linha da coerência e da
priorização da importância com relação às pautas trazidas à votação neste
plenário, venho me posicionar, mais uma vez, contrário à prorrogação da Sessão,
justamente por achar lesiva essa proposta, esse projeto de lei. Existem tantas
outras coisas fundamentais, porém não posso fugir de comentar alguns assuntos
que foram trazidos a esta tribuna. Com relação ao pronunciamento do Ver. Airto
Ferronato, que justificou, subiu aqui, teve coragem de se pronunciar, embora eu
não concorde com o que senhor colocou, tenho que ressaltar a sua coragem. O
Ver. Airto Ferronato trouxe que a implementação desse novo projeto da Receita
era oneroso, tirando da folha de pagamento, certo? Se eu entendi bem. Nós
criticamos muito, muito, e não só nós, do Partido Socialismo e Liberdade, mas
toda a população brasileira com relação ao interesse público, as votações e as
decisões que são tomadas no nosso País. Mais uma vez me posiciono contrário a
essa prorrogação, justamente porque não concordo com gastos públicos
excessivos. Criticamos! O Ver. Idenir Cecchim se referiu muitas vezes nesta
tribuna às manifestações daquele dia 15, dizendo: “Não, nós fomos à rua, no
domingo”. Não é Ver. Cecchim? Muitas pessoas criticam a corrupção, muitos
criticam os R$ 2 bilhões gastos na maioria dos estádios para a Copa, que se
transformaram em verdadeiros elefantes brancos. Esse gasto é inadmissível nos
dias em que vivemos! Inadmissível! A responsabilidade com relação à coisa
pública deveria ser prioridade em todos os níveis de governo – municipal,
estadual, federal! Está tudo errado! Tudo errado! Quem tem consciência crítica
e não pensa somente orbitando ao redor do próprio umbigo, percebe que está tudo
errado neste País! Priorizamos votações de acordo com interesses! Esta favorece
uma pequena parcela dos servidores, menos de 25%. E os demais?
Nós estamos em época de data-base, negociação do
reajuste dos servidores. Eu gostaria que os Vereadores da base Governista
fizessem um movimento para protelar essa discussão e votação, retirando de
priorização esse assunto para colocar depois da proposta do Governo com relação
ao reajuste de todas as categorias do funcionalismo público municipal! Vamos
votar! Vamos discutir! Vamos voltar a esta tribuna para discutir esse projeto,
em especial, depois do impacto financeiro com relação ao reajuste de todos!
(Palmas.) Negociamos os reajustes de todas as categorias e, depois, voltamos a
discutir esta priorização. É o apelo que eu faço aos colegas Vereadores.
Pensem, a responsabilidade fiscal tem lei, porém os cofres públicos têm uma
receita limitada! Não vou me adentrar na fala do Ver. Alberto Kopittke, que
muito bem expôs os seus motivos, mas peço que todos reflitam a respeito disso:
gastos que podem ser contigenciados e, num futuro, se houver sobra de recursos,
aí, sim, voltemos à pauta, mas nós temos um reajuste de todas as categorias do
funcionalismo municipal. Façamos essa discussão primeiro.
Com relação a R$ 32 milhões com gasto em folha, em
três anos – gente, isso é uma piada de mal gosto que estão tentando fazer com o
erário. Se fosse com relação aos doadores de campanha do Prefeito José
Fortunati, que recebeu mais de R$ 6 milhões de construtoras – como foi um
projeto que tramitou aqui na Casa – e as beneficiou, retirando ou protelando as
licenças ambientais das construtoras até janeiro do ano que vem. O Município
abriu mão dessa receita; será e estamos realmente tão bem assim? Eu quero ver
quanto de reajuste o nosso Prefeito vai dar para o funcionalismo. Boa noite.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Mario Manfro está com a palavra para
encaminhar o Requerimento de autoria dos Vereadores Carlos Casartelli e
Reginaldo Pujol.
O SR. MARIO
MANFRO: De uma forma bem rápida, eu
gostaria de me pronunciar favoravelmente ao requerimento, até porque, muitas
vezes, eu ouvi a oposição dizer – considerando as pessoas que estão aqui – que
nós deveríamos, pelo menos, ter uma solução hoje. Mas é claro que está havendo
procrastinação, todo mundo da oposição está tentando nos ganhar no cansaço. Não
vão ganhar! Vocês estão perdendo tempo nesse sentido, porque nós todos vamos
continuar aqui. E eu subi à tribuna até porque nós, da base do Governo, não
iríamos tomar o tempo de ninguém.
Acho que o Ver. Alberto Kopittke deve ter algum
problema com o Fernando Henrique Cardoso, que foi o Presidente do meu partido.
Dentre as pessoas que ele colocou que têm saudades do Fernando Henrique, sem
dúvida, eu acho que muitos têm. No tempo do Fernando Henrique Cardoso, os
tesoureiros não iam sistematicamente para a cadeia. E quero avisar ao Ver.
Alberto Kopittke que tem a vaga de tesoureiro do PT, só que o prazo de validade
depende da Polícia Federal. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada
pelos Vereadores Clàudio Janta e Fernanda Melchionna, o Requerimento de autoria
dos Vereadores Carlos Casartelli e Reginaldo Pujol. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) APROVADO por 26 votos SIM e 05 votos NÃO.
Está encerrada
a Ordem do Dia e os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 20h58min.)
* * * * *